O desejo de ter uma parte da natureza reproduzida dentro de sua própria residência permeia a vida de muitas pessoas. Entretanto devemos salientar que para criar um projeto paisagístico, podemos recorrer a diversos elementos, assim não ficamos reféns única e exclusivamente das espécies vegetais.
As pedras, que os geólogos acertadamente chamam de rochas, são elementos aos quais podemos recorrer na composição de nossos jardins e áreas externas. Quando falamos de pedras para jardim, o universo a ser explorado é significativo, mas nessa postagem vamos nos ater às pedras ornamentais e aos diversos tipos de pedras usadas para compor forrações, caminhos, vasos e canteiros.
No mercado, elas estão disponíveis numa grande variedade de tamanhos e cores. Em caminhos, seixos e pedras devem ser de tamanho médio, pois se grandes dificultam o caminhar, e se muito pequenas prendem nos sulcos de alguns calçados. Tente achar o tamanho ideal em decorrência do uso que será feito dela.
Para escolha de cores e texturas, o que dita a escolha é a abordagem adotada no projeto para que tudo combine. Uma coisa é fato, a escolha das pedras para jardim depende muito do gosto pessoal aliado ao resultado desejado e orçamento disponível. Elas exigem bem menos manutenção que forrações e grama, o que é excelente para pessoas com pouco tempo.
O Paisagismo vai além das plantas, use pedras para jardim
Não se deve esquecer a manta de bidim para recobrir o solo e evitar que no longo prazo as pedras se misturem ao solo, e por consequência fiquem muito sujas e encardidas.
Sobre as pedras ornamentais, elas são encontradas no mercado e geralmente vendidas por quilo. As peças muito grandes em alguns lugares recebem um preço fechado, sendo negociadas como um item de decoração. Ou seja, nesse caso quanto maior, mais cara fica.
Seja criativo e tente dispor as pedras pelo jardim de modo que ele fique com um ar bem orgânico e natural. A título de curiosidade, vamos encerrar falando do Karesansui, jardins de ‘paisagismo seco’. O Zen Budismo desenvolveu esse estilo que trabalha, basicamente, com cascalho ou areia, seixos, pedras, rochas e algumas poucas plantas selecionadas, onde a representação da essência da natureza segue para a abstração conduzindo à verificação de uma realidade maior, permitindo um vislumbre do infinito. Cada componente tem seu significado conceitual e estrutural nesse estilo, o que renderia uma única postagem.
Um jardim zen certamente terá uma leitura diferenciada quando alguém acostumado com a cultura zen o observa, mas isso não impede que nós, que moramos no ocidente, desfrutemos dele criando nossas próprias leituras desse estilo de jardim de pedra.
Henrique Vital Valentim, autor desse texto, é colaborador da Revista Viva Decora e profissional de Paisagismo.