Estivemos na Casa Cor 2015 e tivemos um bate-papo bem descontraído com o arquiteto Eduardo Bessa, da Cactus Arquitetura. Ele nos contou um pouquinho como foi desenvolver o projeto para a Casa Cor. O principal foco dos arquitetos foi o resgate da varanda brasileira, ou seja aquela varanda de estar, de contemplação e para receber os amigos. O arquiteto no contou que ele e sua parceira de escritório, Claudia Alionis, gostam muito do conceito da brasilidade, das misturas dos materiais rústicos e modernos criando um contra-ponto, para poderem desenvolver um equilíbrio nos ambientes.
Inspiração para decorações de casas com varanda
O projeto é muito sustentável, pois inclui itens como a parede de taipa de pilão que minimiza o impacto ambiental através desse sistema construtivo. Outros itens são o próprio bambu, que é um elemento em abundância no Brasil, está presente na madeira do forro do pergolado; a madeira do deck e do pergolado que é uma peroba rosa de demolição, ou seja é uma madeira que já foi utilizada para determinado fim e no descarte foi reaproveitada no projeto.
O espelho d’água é com água reaproveitada, básica nos dias de hoje de crise hídrica. Além disso a iluminação é toda em led, que economiza muita energia.Tem um living, com a lareira ecológica e proporciona esse acolhimento e bem estar. Não podemos esquecer do banheiro funcional.
O processo criativo partiu do principio da real finalidade da varanda, os arquitetos procuram a criar espaços agradáveis de estar, ter uma boa conversa com familiares e amigos de forma aconchegante. Por isso o uso do futton em baixo dos galhos do Flamboyant, que ao mesmo tempo é despojado, belo de estar e confortável para bater um papo. O próprio Flamboyant serviu de inspiração para relaxar e contemplar a natureza.
Os móveis utilizados remetem ao Brasil da década de 50 e 60, por isso todos os móveis são de designers brasileiros renomados da época. As gamelas, são de fazendas de minas gerais da década de 20. O ladrilho é uma releitura dos ladrilhos hidráulicos, que se utilizava bastante antigamente no Brasil. As prateleiras envelhecidas e os ornamentos remetem à um Brasil mais colonial. Os lustres e candelabros foram feitos especialmente para a mostra.
O arquiteto Eduardo Bessa arrisca algumas tendências para o futuro: “A cultura da sustentabilidade está bem difundida na arquitetura, por isso acreditamos que isso estará impregnado nos projetos no futuro. O Brasil tem uma diversidade cultural bem grande, mas tem uma essência maior do Brasil Caipira e isso acaba sendo uma tendência, pois remete à infância das pessoas, como a “casa da vó” com o aconchego do lar.”