O ecletismo é o ponto em comum dos 44 ambientes da mostra Casacor RS 2017. Confira uma seleção dos melhores!
O “foco no essencial” é a grande inspiração do ano na CASACOR – e na 26ª edição realizada no Rio Grande do Sul, aberta à visitação até 27 de agosto, não é diferente. Ao contrário do que possa parecer, a ideia não é traduzida apenas em ambientes minimalistas.
O essencial também encontra a urbanidade, a natureza, a reedição de alguns clássicos da arquitetura e outras referências, trazendo certo ecletismo para agradar a todos os gostos. A CASACOR Rio Grande do Sul acontece no Petrópole Tênis Clube e no rooftop do Hotel Laghetto Viverone Moinhos, apresentando 44 projetos em 3.600 m².
Aconchego Natural
Texturas naturais, cores quentes e um toque de verde natural são alguns recursos aliados do intimismo.
Complementar ao dormitório, a sala de banho esbanja conforto com piso em madeira natural e marcenaria em melamina carvalho hanover. Outro destaque é o mármore branco paraná na bancada que recebe duas cubas.
Sob as convidativas luzes e pergolado em madeira, a dupla desenvolveu um jardim gourmet de 80m². Entre as mesas e os móveis em corda colorida, foram distribuídas pequenas hortas para perfumar e colorir o espaço.
Madeira, couro e outras texturas rústicas trazem aconchego ao espaço, que garante o clima praiano com uma cartela de cores claras e muita luz natural.
Compensado naval, chapas de aço corten e laca cinza compõem a estante que abraça o espaço. O piso combina vários tons na paginação em espinha de peixe, que continua com força este ano.
O aconchego vem das cores quentes – a inspiração da vez é Budapeste – e da madeira em painéis e vigas. A estante em laca azul faz um contraponto cromático e acentua o intimismo, com iluminação indireta em fitas de LED.
Clássicos revisitados
O mármore é obrigatório em grandes superfícies, recuperando seu status de obras de arte em 2017. Mas outros clássicos ganham novo olhar, como o estilo Art Déco, as boiseries e outros elementos sem prazo de validade.
Piso em quartzito branco, paredes em mármore e balcões lapidados como pedras preciosas exploram o clássico em versão contemporânea.
O luxo vem nos detalhes, como puxadores dourados que remetem às alças das bolsas Chanel. O grande espelho traz ares nobres, assim como os móveis sob medida finalizados com oxidação na cor prata.
Todos os olhares se voltam para o painel de mármore Victoria Falls, com um recorte onde se encaixa a lareira.
Nas paredes, boiseries foram invertidas e cortadas a laser. Ao centro, a mesa com tampo em Corian, de Aristeu Pires, traz o contemporâneo para a cena.
Os painéis amadeirados e outros pontos da parede ganharam acabamento em laca, que confere nobreza instantânea. Para acentuar o aspecto luxuoso, estofados em veludo, da Gobbi Novelle.
Marcenaria com detalhes boleados e chanfrados, a finalização em laca, as boiseries nas paredes e o piso bicolor não deixam dúvidas quanto ao requinte. A opulência sul-africana é outra referência, na moldura em couro da TV e nas imagens que remetem ao país.
O mármore Moulin Rouge surge ao fundo como obra de arte. Na bancada, a pedra sabão adquire marcas e memórias conforme sua utilização. As paredes em madeira e concreto que formam o cenário que destaca o mobiliário de Artur Casas, Achille Castiglioni e Ron Gilad.
O Art Déco não envelhece. Prova disso é sua reedição em revestimentos Ouro (Formica) e na ilha curva também em dourado. Para equilibrar, a rusticidade dos tijolos Toscana e a poltrona em madeira natural.
Casacor com DNA Urbano
O desejo por ambientes multifuncionais e descolados, com o espírito livre das cidades, se revela em projetos que respiram arte. O destaque são os grafites e as pinceladas de cores fortes, principalmente o azul.
Dois recursos destacam a altura do pé direito de 5 metros: estante com estruturas pivotantes em metal de um lado e, do outro, a lona sobreposta à trama em ferro. Sofás confortáveis finalizam um espaço voltado a um viajante moderno que gosta de relaxar e receber amigos.
Nada mais urbano que o cimento queimado. Ele está em praticamente todas as paredes, que ganham boiseries para surpreender. O pano de fundo neutro destaca as cores dos móveis, dos livros e das obras de arte com curadoria de Otto Sulzbach.
O clima é descolado com a Trampoline Bed suspensa, produzida pelas rendeiras da Ilha da Pintada. Banco em madeira e mesa de centro de altura variável também afirmam a vocação multifuncional da proposta. O piso azul, produzido com nanotecnologia, propõe uma unidade com a estante ZigZag, da Florense.
O grafite de Erick Citron é desenvolvido sobe a parede de boiseries, tão clássica quanto o sofá em veludo. O apelo geométrico do tapete e os móveis cromados deixam a proposta ainda mais eclética.
O espaço foi desenhado sem divisões, delimitado pelos diferentes níveis do deck em madeira e pela lareira em mármore Grigio Cárnico, acompanhada do telão com película sobre vidro. Na cama, o dossel ganha uma versão simples e sofisticada.
Foco no essencial
A cartela de cores dispensa excessos e o design é apurado até alcançar a máxima simplicidade, destacando a perfeição de acabamentos e a beleza natural dos materiais.
A simetria revela o estilo clássico já no layout. Poltronas em veludo e sofá em couro italiano conversam, sobre o parquet com desenho Versalhes. A escolha das cores é igualmente comedida, passeando pelos tons de bege e branco.
A madeira aquece a marcenaria e o piso de forma pontual, enquanto tons claros prevalecem em revestimentos e móveis. A chave está na variação das texturas, como as placas em cimento branco moldado que preenchem a parede de 5 metros de altura.
O traçado contemporâneo e retilíneo comanda o projeto, destacando poucos e bons materiais. Bom exemplo são as lâminas de pedra Skineer, em placas de 60x120cm.
A área de 12m² exigia funcionalidade, então a dupla adotou móveis de linhas retas e uma bancada resistente em Vulcana Stone Venatino. A iluminação natural também é aliada da amplitude.
Todo o mobiliário foi revestido em vidro branco, resistente a arranhões. A linguagem moderna também se expressa em recursos como gavetas e portas automatizadas. Couro natural nas banquetas, piso de madeira e bancada em pedra Vitória Régia deixam o resultado mais acolhedor.
Industrial e escandinavo
A beleza estrutural do ferro e do concreto continua a conquistar, associada à simplicidade do design escandinavo em ambientes descomplicados.
A escultura em aço também faz as vezes de adega, de Rogério Pessoa. Afinal, não se pode perder nenhum centímetro em 15m². A textura de cimento vem no piso vinílico, que conversa com as paredes em quartzito. A área funcional foi demarcada pelo rebaixamento em madeira e s cadeiras têm assinatura de Zanini de Zanine.
Com toras de madeira e pés de ferro, foram produzidas as bancadas. As luminárias articuladas e as molduras dos espelhos reforçam a linguagem industrial. Outro detalhe com essa pegada são as portas revestidas de couro com tachas.
A estante ortogonal em ferro com nichos em madeira representa bem o estilo industrial. Ela sintetiza a praticidade do projeto, também expressa nas estações de trabalho lado a lado, que liberam a circulação.
Ao estilo dos atuais espaços de coworking, a mesa funciona para trabalho e reuniões. Outra peça multifuncional é a estante móvel com estrutura metálica e nichos em madeira, com um desenho replicado na iluminação.
O estilo de vida da blogueira pede um espaço aberto e versátil para encontrar amigos. O living ganha aconchego extra com o forro em madeira plástica e o sofá modular que permite diferentes configurações. Nichos coloridos pontuam a estante em concreto e captam as cores do grafite na parede de entrada.