O jardim vertical é uma realidade no Brasil. Quando observamos os últimos 10 anos, fica evidente que as áreas verdes ganharam espaço em meio ao cinza dos cenários urbanos, sobretudo nos ambiente corporativos, e despertaram cada vez mais o interesse de quem procura soluções agradáveis aos olhos, inteligentes e que sejam sustentáveis.
A boa notícia é que o jardim vertical não só ficou mais popular entre as pessoas, mas também avançou consideravelmente do ponto de vista tecnológico.
Hoje, com esse mundo globalizado e sem fronteiras, muitas as empresas dedicadas ao segmento conseguem se conectar com o que existe de mais moderno no mercado internacional e oferecer aos seus clientes práticas eficientes de implantação e manutenção de paredes verdes.
Alta tecnologia e consciência ambiental
Se cruzarmos o Atlântico, porém, vamos perceber que ainda podemos aprender com os europeus e avançar na oferta de jardim vertical. No velho continente, jardim vertical é visto, utilizado e implantado principalmente como um item de sustentabilidade.
A construção verde é uma realidade, as empresas são obrigadas a seguir um padrão e contar com projetos simpáticos ao meio ambiente.
O jardim vertical, muitas vezes, é uma exigência. Na França, os prédios comerciais devem contar com tetos solares ou tetos verdes em seus projetos.
Aqui, por enquanto, o apelo maior está no aspecto estético e decorativo, apenas, o que acaba por limitar o alcance do jardim vertical.
Podemos evoluir muito, principalmente nas grandes capitais, pelo fato de serem áreas muito poluídas, não só no ar, mas também no solo. Isso faz parte da terceira revolução industrial.
As energias consideradas sujas estão sendo substituídas por energias limpas, como eólica ou solar, por exemplo. É um caminho sem volta.
Há alguns indícios de que esse quadro pode ser alterado em breve. Temos dois bons exemplos da participação do poder público na disseminação das paredes verdes e, mais do que isso, consciência ambiental.
O poder público tem agido para tornar as bases de concreto mais amigáveis.
No Recife, capital de Pernambuco, uma lei municipal de 2015 prevê o plantio de gramas, hortaliças, arbustos e árvores de pequeno porte na parte superior dos edifícios. Bem interessante.
Já em São Paulo, SP, prefeitura alterou o Termo de Compromisso Ambiental (TAC), e com a nova regulamentação, os jardins verticais e telhado verde foram incluídos como meios de compensação ambiental a construção de edificações de empresas e pessoas físicas que façam alguma interferência na vegetação.
A iniciativa é resultado de um grupo formado por arquitetos e paisagistas, o qual tinha por objetivo instalar 20 jardins verticais em prédios próximos ao Elevado Costa e Silva, o Minhocão, localizado no centro da capital paulista. A gestão pública analisou o tema e se convenceu dos ganhos previstos para a cidade.
Mais recentemente, a prefeitura de São Paulo incluiu um muro verde de quase 1.500 m² no corredor da avenida 23 de maio. São mais de 30 espécies de plantas e folhas, e a intenção é ampliar o projeto para outras cinco regiões da cidade, chegando a marca de mais de 10 mil m² de jardim vertical pela cidade. São sinais animadores.
Já que estamos falando de consciência ambiental, veja como aplicar a arquitetura sustentável em seu projeto e deixá-lo mais verde.
Dois tipos de verde que valem a pena incluir no seu projeto
Com a consolidação das paredes verdes no Brasil e a demanda em ascensão, vale a pena ficar atento às ofertas de produtos que podem encantar o seu cliente. Para ajudar arquitetos e paisagistas nessa missão, selecionamos duas técnicas bem atuais e que estão sempre em alta: o musgo moss e o jardim natural com mantas.
O Musgo Moss preservado é super reconhecido tanto na Europa quanto na América do Norte como um produto de alta qualidade e que oferece um tom contemporâneo aos mais variados ambientes.
O grande diferencial é que não precisa de irrigação, de iluminação, de ventilação e não requer manutenção. É uma planta, continua sendo um item verde, só que é preservado. Assim, pode ser colocado em escritório, residência, recepção, shopping, hotel, entre outros locais.
Tem característica única, seu formato é redondo e multidimensional, e sua origem se dá em países do Círculo Polar Ártico, como a Península Escandinava, Norte da Ásia, América do Norte e Groenlândia. O musgo nasce e se desenvolve sobre a terra na região boreal e ártica.
A floresta, aliás, é parte fundamental deste processo. É preciso um clima especial para que o musgo, que cresce na superfície do solo descampado ou no cascalho na natureza selvagem, seja pleno e sadio.
Não pode simplesmente ser cultivado como qualquer outra espécie de planta. É fundamental que ocorra uma simbiose de fungos e algas, e que haja a absorção da umidade do ar. As raízes ficam na superfície do solo e leva nutrientes diretamente do ar.
A área de cultivo só pode ser usada em intervalos de 5 a 10 anos, e o produtor precisa ter ciência que o musgo carece de tempo para descansar e crescer entre as colheitas.
Este trabalho tem em sua essência uma longa tradição artesanal. Os processos são totalmente manuais. Os musgos são colhidos a mão pelos produtores na floresta, depois passam pela preservação e são tingidos na sequência. São muitas opções de cores: verde, laranja, marrom, amarelo, azul, entre outras.
Os musgos são prova de que a natureza pode ser usada para criar decorações fantásticas, e Alex Hanazaki sabe exatamente como usá-la para este fim. Confira a história deste ilustre arquiteto paisagista em nosso blog.
A beleza do verde natural em vários ambientes
Outro jardim vertical interessante para incluir no seu projeto de arquitetura é o natural com mantas. Essa técnica tem sido muito utilizada em várias regiões da Europa, como a Espanha, e também está disponível por aqui.
Nesse sistema com mantas, as mudas são enxertadas em bolsas, o que dá mobilidade ao projeto (pode ser colocado em qualquer tipo de parede) e os resultados obtidos são excelentes, já que esses recipientes são bastante propícios ao desenvolvimento das plantas.
O grande detalhe é que pode ser feito no formato hidropônico, ou seja, sem uso de terra e sem substrato. A rega e a fertilização são automatizados.
Além da beleza, o jardim vertical natural, que pode ser instalado em qualquer parede, oferece uma série de benefícios, tais como:
- Colabora na filtragem do ar e retenção de impurezas;
- Controla o conforto térmico. Minimiza o calor no verão e equilibra a temperatura do ambiente no inverno;
- Protege as fachadas contra os danos da radiação solar e chuva;
- Auxilia no controle da umidade e isolamento acústico;
- Inúmeras opções de estilos e composição de plantas;
- Manutenção baixa com a automatização dos processos;
- Compensação ambiental e eficiência energética;
- Desenvolvimento do projeto sob medida.
Mesmo com tantos benefícios do jardim vertical natural, ainda existe no Brasil a máxima de que as paredes verdes são privilégio das grandes empresas, o que não é verdade.
Há uma grande procura de jardim vertical para residências, e existem no mercado ofertas interessantes para implantação em pequenos jardins e painéis residenciais. Portanto, o desafio está apenas em unir a oferta à procura.
Veja também nosso artigo sobre o que é paisagismo e descubra os encantos dessa técnica que pode ser aliada aos jardins verticais para criação de belíssimas paisagens.
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Esse post foi escrito por Bruno Watanabe, diretor da Vertical Garden, empresa certificada pelo GBC Brasil.