O chileno, de origem croata, Smiljan Radic é considerado um dos grandes nomes da arquitetura mundial. Ele já foi listado pelo Conselho de Arquitetos do Chile como um dos melhores profissionais com menos de trinta e cinco anos. Também ficou em oitavo lugar entre os contemporâneos mais influentes, segundo a organização da Trienal de Arquitetura de Lisboa.
O segredo desse sucesso é que as obras de Radic atravessam tradições culturais, fascinando os observadores.
Elas combinam os interesses do projetista, que valoriza conceitos artísticos embasados no pensamento e na construção.
Ele também prioriza, claramente, a experiência sensorial e todo o produto obtido de forma acidental, antes mesmo daquilo que foi projetado.
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Conheça a biografia de Smiljan Radic
Smiljan Radic se formou em arquitetura pela Universidade Católica do Chile, no ano de 1989.
Depois disso, o profissional viajou pela Grécia, Istambul e Índia.
Chegou a trabalhar no Instituto de Arquitetura de Veneza, na Itália, até retornar ao seu país, quando estabeleceu seu próprio escritório, em 1995.
A partir disso, sua empresa, a Estudio Palma, foi responsável por projetos em várias partes do mundo.
Em 2001, Radic recebeu o prêmio de melhor “Melhor Arquiteto com Menos de 35 anos”; e, em 2009, se tornou membro do Instituto Americano de Arquitetos.
Já um ano depois, participou da mostra de abertura da Bienal de Veneza.
Em 2014, foi selecionado para projetar o Serpentine Gallery Pavilion, em Londres.
E em 2015, abriu a conferência titulada “Distância Crítica” da Trienal de Arquitetura de Lisboa.
Grandes projetos de Smiljan Radic
É difícil dizer se a arquitetura de Smiljan Radic se enquadra, de fato, a qualquer movimento ou estilo artístico específico.
Suas obras são um tanto heterogêneas, mas todas dialogam muito bem com a paisagem onde estão inseridas.
Isso porque, antes do lançamento de cada partido, o arquiteto sempre analisa bem o contexto com o qual precisará lidar – contando, por exemplo, com fatores sociais, ambientais e materiais.
A reflexão de Radic vai além da forma – que não é o mais relevante, a seu ver, abrangendo o significado e o papel de cada obra arquitetônica para as sociedades.
É um tipo de abordagem experimental, qual ele chama de “construções frágeis”. Mas, isso é apenas na aparência, pois ela, na verdade, são bem fortes.
Toda a boa construção é a ilustração de uma convicção passageira. Tem um efeito civilizador.
– Smiljan Radic, em reportagem de DN.
O formato não é importante.
Eu não me importo se é uma caixa ou uma curva livre. Eu não sou um criador de formas. Meu método é responder a possibilidade em cada comissão.
– Radic, em reportagem de The Guardian.
Usando elementos formados pela natureza, como os minerais, Smiljan Radic evoca a arquitetura mais básica, primitiva, como eram feitos os primeiros arranjos criados pelo homem.
O arquiteto faz esse jogo perfeito entre o combinado e o acidental, o artifício e o acaso, que até pode não ser agradável de ver, mas é compreensível, resistente e acessível.
Afinal, o que importa? O permanente no meio do novo!
Obras de Smiljan Radic
No portfólio de Smiljan Radic consta um número considerável de propostas de menor escala, principalmente casas particulares e pequenas instalações.
Na verdade, o maior edifício que o arquiteto já projetou foi a adega VIK Winery.
Mas, um exemplo residencial é a sua própria morada, chamada de “casa do poema do ângulo reto”, feita depois do terremoto de 2010, que causou a destruição de sua antiga propriedade.
Obras mais notáveis de Smiljan Radic no Chile estão:
- A Pite House, a Copper House 2, e a House A Vilches;
- A extensão para a Charcoal Burner’s House;
- O Restaurante Mestizo;
- O Civic Neighborhoods;
- A ampliação do Museu de Arte Pré-Colombiana.
A proposta de Smiljan Radic para a Serpentine Gallery
Smiljan Radic elaborou, em 2014, uma proposta para o Pavilhão de Verão da Serpentine Gallery, localizado nos Jardins Kensington, em Londres, Inglaterra.
A construção temporária, feita em fibra de vidro, apresentava uma forma que em muito lembrava uma nave alienígena ou uma casca de ovo.
Mas, na ideia do arquiteto, trata-se de uma grande “pedra irregular”, um símbolo de esperança.
O pavilhão de Radic tinha uma área de 350m².
Quase todo o volume era fechado, possuindo algumas poucas aberturas com vista para os jardins circundantes.
Seu interior organizava-se em torno de um pátio vazio ao nível do solo, criando uma sensação de flutuação.
Novamente, algo criado para parecer esteticamente frágil, quando, na verdade, era robusto suficiente para servir de utilidade pública.
Algumas frases que traduzem a arquitetura de Smiljan Radic:
O problema é a sensação de como eles aparecem”, diz Radic. “Se não sentimos o peso da pedra, não temos um bom projeto.
– Radic, em reportagem de The Guardian.
As pedras não são uma assinatura. Tentei toda a minha vida não ter uma assinatura.
Uso-as conceitualmente. Como forma e não como material.
– Radic, em reportagem de DN.
Smiljan Radic viajou por vários países para ampliar seus conhecimentos de arquitetura.
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