Roberto Burle Marx foi designer de joias, artista plástico, pintor, escultor, ceramista, tapeceiro e, apesar de sua formação formal não ser esta, tornou-se conhecido internacionalmente como arquiteto paisagista.
Desde a infância, influenciado pela mãe, Roberto Burle Marx gostava de cuidar das plantas no jardim de sua casa, um belo casarão na Avenida Paulista, em São Paulo.
Mas, mesmo com essa tendência inicial, demorou a definir sua carreira na área do paisagismo, tendo por algum tempo pensados em se tornar pintor.
Confira nos próximos parágrafos mais detalhes do mais celebrado paisagista brasileiro, Roberto Burle Marx.
Roberto Burle Marx: Biografia
Vistos de cima, os projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx se aproximam muito de pinturas, estamparias e até mesmo tapeçarias.
Isso se deve a vários fatores, desde de sua formação ampla e interesses diversos, até a forma como encarava o paisagismo:
Um jardim faz-se de luz e sons – as plantas são coadjuvantes
– Roberto Burle Marx
Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo, no dia 4 de agosto de 1909. Seu pai era Wilhelm Marx, um judeu alemão que comercializava couro, e sua mãe se chamava Cecília Burle, uma pernambucana descendente de franceses.
A primeira infância de Roberto Burle Marx foi próspera e cercada de verde, no casarão da Paulista, mas em 1913, devido a problemas nos negócios, seus pais mudaram-se para a casa de familiares no Rio de Janeiro.
Foi só em 1917 que o empreendimento de comércio internacional de couro do pai de Roberto Burle Marx se recuperou e a família pode se instalar novamente em um confortável casarão, desta vez no bairro do Leme, no Rio de Janeiro.
Foi nesse novo espaço que o menino de 8 anos começou a plantar seu primeiro jardim, sempre com o auxílio da mãe.
10 anos mais tarde, em 1928, Roberto Burle Marx começou a apresentar alguns problemas de visão e, em busca de tratamento especializado, a família mudou-se novamente, agora para a Alemanha, indo morar em Berlim, onde permaneceram até 1929.
O período na Alemanha
Essa passagem pela capital alemã foi um período marcante na vida de Roberto Burle Marx.
O primeiro impacto foi sua visita ao Jardim Botânico e suas estufas, algumas delas dedicadas a plantas brasileiras que ele próprio desconhecia.
Do outro lado, os dotes artísticos de Roberto Burle Marx o motivaram a estudar pintura, tendo frequentado o ateliê de Degner Klemn e entrado em contato com diversas correntes artísticas de vanguarda.
Ele visitou exposições de personalidades importantes, como Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, que lhe causaram grande impressão.
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Retorno ao Brasil
Foi em 1930 que Roberto Burle Marx se matriculou na Escola Nacional de Belas Artes, assim que retornou ao Rio de Janeiro.
Nesse ambiente acadêmico seleto, Roberto Burle Marx teve a oportunidade de estudar com artistas que se tornariam proeminentes, como Cândido Portinari, além de conhecer arquitetos de futuro renome, como Helio Uchôa e o próprio Oscar Niemeyer.
Já em 1932, Roberto Burle Marx criou seu primeiro projeto de paisagismo que se constituía no jardim de uma residência desenhada pelo arquiteto Lucio Costa.
Seu primeiro projeto público aconteceu em 1934. Foi uma praça, no bairro do Forte, em Recife, no estado natal de sua mãe.
A inspiração dessa obra, uma temática que se tornaria a “assinatura” de Roberto Burle Marx, foram os espécimes vegetais da Amazônia e da Mata Atlântica, com destaque para a belíssima vitória régia.
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O projeto foi notado e, logo em seguida, Roberto Burle Marx conseguiu o cargo de diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, que ocupou por 4 anos.
Foi um período rico em projetos e experimentações, tendo a oportunidade de desenhar mais de 10 praças públicas, das quais podemos destacar:
- Praça da República, no Palácio do Governo
- Praça do Arsenal da Marinha
- Praça do Derby
- Praça do Entroncamento
- Praça Euclides da Cunha
Esta última, mais uma vez, se notabilizou pela escolha das plantas usadas, pois era composta por espécimes da caatinga e do Sertão Nordestino, o que não foi, inicialmente, compreendido por todos.
Nos anos 40, Roberto Burle Marx dedica-se igualmente à pintura e ao paisagismo, tendo se aprofundado em experimentos pictóricos com tinta a óleo, guache e nanquim sobre papel e tela, além de projetado, por exemplo, o conjunto de jardins do terraço do Ministério da Educação e Saúde do Rio de Janeiro.
No final dos anos 40, Roberto Burle Marx adquiriu uma propriedade que, futuramente, se tornaria o arquivo vivo de seu legado, transformada (em 1985) no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
Tratava-se de um sítio em Guaratiba, no estado do Rio de Janeiro, onde Roberto Burle Marx cultivou uma enorme variedade de espécimes vegetais em seu jardim botânico pessoal.
O reconhecimento internacional de tamanha obra aconteceu em 1982, quando Roberto Burle Marx recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Academia Real de Belas Artes de Haia, na Holanda, assim como o título de Doutor Honoris Causa do Royal College of Art em Londres, Inglaterra.
Roberto Burle Marx faleceu no dia 4 de junho de 1994, deixando como legado não só essa enorme quantidade de jardins e praças, painéis, cerâmicas e outras obras, mas, mais que isso, a percepção de que há uma flora brasileira para ser admirada e usada, que, antes dele, dificilmente se encontrava nos jardins e praças de nossa país.
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Principais obras de Roberto Burle Marx
Roberto Burle Marx foi criador de uma quantidade impressionante de projetos paisagísticos em duas dezenas de países, chegando a 3 mil. Destacamos os mais importantes:
- Parque Ecológico do Recife
- Parque Generalíssimo Francisco de Miranda, em Caracas
- Residência em Petrópolis
- Balneário Municipal de Lindóia, São Paulo
- Parque Ibirapuera, em São Paulo
- Parque Burle Marx
Com uma proposta diferente do Ibirapuera, o parque Burle Marx não possui áreas para andar de skate ou jogar bola. O parque preserva trechos da Mata Atlântica e conta com trilhas, espaço para piquenique e horta comunitária, além do famoso Jardim Burle Marx.
- Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro
- Eixo Monumental, em Brasília
- Aterro do Flamengo
- Parque Ipanema, em Ipatinga, Minas Gerais
- Paisagismo Fazenda Vargem Grande
- Palácio do Itamaraty
- Praça Adhemar de Barros
- Praça dos Cristais
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Frases de Burle Marx
Depois de ver seus belos projetos paisagísticos, as frases de Roberto Burle Marx ganham um sentido ainda mais forte.
O jardim é uma natureza organizada pelo homem e para o homem
A preocupação e vontade de Roberto Burle Marx de preservar a natureza é nítida tanto em sua fala quanto no paisagismo.
Onde havia peixes, há mercúrio. Onde havia florestas, há cinzas
E para finalizar, uma frase de Roberto Burle Marx que mostra o seu amor pela flora brasileira e o legado que deixou para todos nós:
Gostaria que os que viessem depois de mim pudessem, pelo menos, ver alguma coisa que lembrasse o país fabuloso que é o Brasil do ponto de vista botânico, dono da flora mais rica do Globo
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- Frank Lloyd Wright e a arquitetura que não fere a paisagem;
- Frank Gehry, curvas que desconstroem a arquitetura.
Mais importante do que fazer um trabalho bem feito, é saber como divulgá-lo corretamente.
Roberto Burle Marx surpreendeu a todos com suas obras, não é mesmo? Você também pode encantar seu cliente com um projeto incrível! Receba nosso material e confira dicas que vão dar um UP na sua carreira: