O termo drywall é utilizado para designar um sistema de construção a seco, pois não utiliza (ou utiliza em quantidades mínimas) água. Por ser um material industrializado que já vai pronto para a obra, o drywall permite uma construção muito mais limpa, que não demanda a utilização de argamassa ou outro material.
Muito utilizado no exterior, o drywall é um material ainda pouco explorado no setor da construção civil brasileira devido ao pouco conhecimento dos profissionais de todas as suas possibilidades de utilização. Embora introduzido no Brasil há mais de duas décadas, muitas informações equivocadas circulam em torno do que é drywall e seu uso, principalmente no que diz respeito à sua durabilidade e resistência.
Listamos aqui questões muitas vezes desentendidas sobre o drywall, no intuito de desmitificar ideias que ainda impedem os profissionais de explorar a diversidade e as vantagens desse material na arquitetura e no design de interiores.
O que é drywall e para que serve?
O termo drywall é utilizado para designar um sistema de construção a seco, pois não utiliza (ou utiliza em quantidades mínimas) água. Por ser um material industrializado que já vai pronto para a obra, o drywall permite uma construção muito mais limpa, que não demanda a utilização de argamassa ou outro material.
Trata-se de uma solução versátil que pode ser usada para dividir ambientes, fazer isolamento acústico, embutir iluminação ou até mesmo criar móveis e nichos.
O drywall foi criado em 1898 nos Estados Unidos por Augustine Sackett, que revolucionou a construção civil norte-americana com a invenção de um simples sistema de construção baseado em painéis ou “chapas” produzidas com gesso natural revestido com papel cartão nas duas faces. Desde então, as chapas de drywall vem evoluindo em termos de tecnologia e representam uma solução arquitetônica prática e inteligente.
Largamente utilizado na l Guerra Mundial, o drywall teve rápida aceitação em países da Europa, América Latina, Ásia e África, conquistando espaços em diferentes projetos.
No Brasil, o drywall foi introduzido em 1970. Apresentando-se como uma estratégia funcional e econômica, o drywall foi ganhando espaço no cenário nacional em construções de pequeno, médio e grande porte. Porém, ainda pode ser considerado subutilizado quando comparadas todas as possibilidades que o material apresenta.
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Como funciona o sistema drywall
A chapa ou placa de drywall é um conjunto composto por um núcleo de gesso natural e aditivos, revestido com duas lâminas de cartão duplex. Nessa união, o gesso proporciona resistência à compressão e o cartão, resistência à tração, tornando o material resistente mecanicamente.
Para a construção de paredes e forros, as chapas de drywall são estruturadas por perfis de aço galvanizado, que sustentam as placas pela fixação feita por parafusos. Além desses componentes, o sistema se utiliza também de massas e fitas para acabamento no material.
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Os principais mitos sobre o drywall
1 – Drywall é resistente?
É comum a ideia de que o drywall não é um material resistente. Porém, apesar da pequena espessura das placas, os fabricantes asseguram que o material é capaz de resistir a tremores, choques e vibrações sem sofrer danos. Além disso, o drywall comporta a instalação de portas, absorvendo os impactos do dia a dia como movimentos e batidas.
Para garantir a alta resistência do drywall, recomenda-se que a instalação seja feita por profissionais especializados, tomando-se sempre cuidado para que o dimensionamento esteja adequado ao pé-direito da edificação. A espessura das placas estará condicionada a essa questão e também às cargas a que o sistema estará submetido (instalação de bancadas de pedra, móveis, etc.).
Em condições normais, a durabilidade do drywall é indeterminada. Cabe lembrar que para que esteja disponível no mercado, o sistema drywall foi aprovado em testes de impacto e desempenho, cumprindo as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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2 – Drywall e a umidade
Outra questão muito recorrente na discussão sobre o uso do drywall é quanto à sua resistência à umidade. Neste caso, tudo vai depender do ambiente em que o sistema será instalado e a condição de umidade do local.
O drywall foi desenvolvido apenas para uso em áreas internas, pois não suporta intempéries nem grandes cargas como telhados ou lajes. Porém, pode ser utilizado em áreas internas úmidas como cozinhas e banheiros.
Existem chapas de drywall desenvolvidas especificamente para esse fim, que contém em sua fórmula hidrofugantes (repelentes à água) que protegem a superfície contra respingos, derramamentos e vapor condensado. Essas placas também são conhecidas como “placas verdes”.
Em áreas constantemente molhadas, como box de banheiros, é necessária a impermeabilização da parede, que pode ser feita com mantas asfálticas.
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3 – Isolamento térmico e acústico
Ao contrário do que se pensa, as divisórias em drywall podem oferecer isolamento termoacústico. O produto por si só já possui bom isolamento acústico e desempenho térmico, porém pode-se aumentar o rendimento incluindo entre as chapas de drywall materiais fibrosos, como lã de rocha ou lã de vidro, atribuindo características de absorção, atenuação e isolamento de sons e estabilizando a temperatura.
Visando atender essas necessidades, os fabricantes de drywall desenvolveram linhas especiais de produtos específicos para cada tipo de situação. Para verificação dos índices termoacústicos dos diferentes tipos de chapas de drywall, as empresas disponibilizam tabelas com o desempenho de cada produto.
4 – Usos variados
O drywall pode ter muitas outras aplicações além de paredes e forros, porém sua versatilidade é pouco explorada pelos profissionais da área. O sistema pode ser utilizado tanto em projetos residenciais como em estabelecimentos comerciais ou industriais, em obras novas, reformas e retrofit.
Apesar do uso mais comum estar relacionado a paredes de vedação interna e forros, o drywall também é uma solução muito adequada para situações em que é preciso esconder tubulações (shafts), engrossar paredes, cobrir aberturas ou reparar algum erro de execução na obra.
De fácil manejo e montagem, o material também pode ser utilizado na montagem de móveis fixos, painéis artísticos, cortineiros e sancas.
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5 – Instalação de objetos e móveis pendurados no drywall
Um impedimento que muitos profissionais alegam em relação uso do drywall é a suposta impossibilidade de se pendurar objetos nas paredes, assim como móveis e outros.
Esse é um dos grandes mitos sobre o drywall. Em condições de execução adequada, o sistema pode receber inclusive bancadas embutidas, desde que não ultrapassem a média dos 60kg/m2. Acima desse peso, deve ser executado um reforço na estrutura metálica com resistência adequada à carga que será recebida (que pode ser uma placa de madeira ou chapa metálica fixada entre dois perfis verticais de aço – os mesmos onde é parafusado o gesso).
Equipamentos como TV e ar condicionado tipo split também podem ser instalados nas paredes em drywall, assim como armários e móveis suspensos, quadros e outros objetos.
Geralmente os fabricantes de drywall indicam o uso de bucha de fixação específica para objetos de até 10kg. Para elementos de peso entre 10kg e 40kg devem utilizadas buchas fixadas nos montantes.
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6 – Uso de revestimentos em parede drywall
Também contrariando o senso comum, paredes em drywall podem receber acabamentos e revestimentos como pintura, texturas, cerâmicas, pastilhas, laminados, madeira e outros. Nesse caso, o assentamento deve ser executado com massa específica para garantir a aderência do produto. Materiais muito pesados necessitam de cantoneiras para distribuir uniformemente as cargas nos montantes metálicos.
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7 – Dificuldades de instalações elétricas/hidráulicas
Outra questão erroneamente difundida sobre o drywall é que ele não permite a passagem de tubulação para instalações hidráulicas, elétricas e de telecomunicação. Ao contrário do que se pensa, o drywall permite a introdução de eletrodutos e canos pelo interior de sua estrutura, através do sistema de fixação a pólvora em tetos ou aparafusadas em perfis de aço galvanizado.
Essa inclusive é uma grande vantagem do uso do drywall, já que na ocorrência de algum problema nessas instalações é muito fácil acessá-las para fazer os devidos reparos, sem a necessidade de quebrar toda a parede.
8 – Custos
“Drywall é mais caro que alvenaria”. Muito se ouve que construir com drywall tem um custo maior que construir com alvenaria de tijolos. Para uma correta avaliação, outros pontos devem ser analisados além do custo do material, entre eles o tempo de execução, o volume de mão-de- obra e o desperdício de materiais. Nesse caso, o drywall apresenta vantagens em todos os pontos.
Por ser um material de instalação rápida e fácil, diminui-se consideravelmente o tempo de execução do drywall em relação à alvenaria, além da alta qualidade do acabamento.
Como o drywall pode ser facilmente quantificado a partir do projeto, tem-se um uso mais racional do material, evitando o desperdício e gastos extras. A execução é muito limpa e gera custos significativamente menores de remoção de entulho. Enquanto a alvenaria produz cerca de 20% de resíduos de obra, o drywall produz apenas 5% e seus resíduos são 100% recicláveis.
Está fazendo o orçamento da obra?
Quais são as vantagens do drywall?
Se você ainda tem dúvidas sobre as vantagens do drywall além dos pontos mencionados acima, outras vantagens também podem ser atribuídas ao uso do drywall, entre elas:
- Espessura mais fina das paredes: o drywall permite a construção de paredes mais delgadas, com 10cm de espessura, proporcionando ganho de área útil na construção que pode chegar a 4%;
- Resistência ao fogo e imunidade ao ataque de fungos e insetos;
- Leveza: a chapa de drywall é mais leve que os materiais convencionais usados na construção civil, ocasionando menos peso nas lajes dos edifícios;
- Maior flexibilidade no layout: devido à facilidade de construção e remoção, o drywall permite maior arranjo de divisórias internas, o que significa, por exemplo, mais opções de plantas em edifícios de apartamentos.
Este texto foi escrito pela Knauf, referência mundial em sistemas de construção a seco.