Já pensou receber o título de “Sir” ou o prêmio Pritzker de Arquitetura? É bem provável que Norman Foster seja uma das únicas pessoas do mundo todo a passar pelo dilema de decidir entre qual destas duas honrarias o emocionou mais.
O jovem escriturário da prefeitura de Manchester, que se interessou pela arquitetura influenciado por um colega de escritório, em 1951, imaginou, naquela época, que chegaria tão longe e se tornaria o arquiteto inglês com mais fama internacional e reconhecimento no mundo inteiro?
Esse tipo de detalhe, nunca saberemos. Mas veja, a seguir, mais um pouco da história deste símbolo da arquitetura britânica, Sir Norman Robert Foster.
Veja também: Lina Bo Bardi – Biografia, as principais obras e o legado do MASP.
Norman Foster: Biografia
Norman Foster, atualmente Barão Foster do Tâmisa, nasceu em Stockport, na região de Cheshire, Inglaterra, em 1935.
De família humilde, era conhecido na escola como um dos melhores alunos. No entanto, Norman Foster teve que abandonar os estudos para trabalhar, indo para a cidade de Manchester, onde conseguiu o cargo de estagiário na prefeitura da cidade, de 1951 a 1953, quando foi cumprir o serviço militar na Real Força Aérea (RAF).
Já com o sonho de se tornar arquiteto em mente, e tendo se interessado pelas obras de mestres como Frank Lloyd Wright, Mies van der Rohe e Le Corbusier, conseguiu emprego como assistente no escritório John Bearshaw, em Manchester.
Rapidamente, Norman Foster chamou a atenção dos profissionais desta empresa de arquitetura, com desenhos da fachada do prédio onde estavam instalados, tendo sido promovido a desenhista pelo próprio Bearshaw.
Seguindo seu talento natural, Norman Foster conseguiu ingressar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Manchester, trabalhando duro para pagar os estudos, até mesmo em bares.
Em 1961, quando se formou arquiteto, não teve dúvidas, imediatamente iniciou o curso de mestrado na Escola de Arquitetura de Yale, no Estados Unidos da América.
Norman Foster e o Team 4
Foi no ano de 1963, ao retornar para a Inglaterra, que Norman Foster montou o famoso escritório de Arquitetura que ficou conhecido como o “Team 4”, ou seja: o Time 4.
Faziam parte do Team 4, além de Norman Foster, os dois irmãos Georgie e Wendy Cheesman, além de Richard Rogers, que conhecera em Yale.
Veja mais escritórios de arquitetura famosos pela sua criatividade e inovação.
Foi nessa época que Foster ganhou a fama de arquiteto high-tech, pois empregava o que fosse necessário, pesquisando as mais modernas tecnologias da época, para que seus projetos pudessem ser construídos exatamente como os idealizava em sua mente.
Depois de se casar com Wendy Cheesman, e já não fazendo parte, há algum tempo, do Team 4, fundam juntos seu próprio escritório de arquitetura, que seria conhecido como Foster & Partners, a partir de 1967.
Pouco depois, Norman Foster iniciou uma espécie de parceria com o arquiteto Richard Buckminster, bastante criativa e que rendeu diversos projetos conjuntos e diferenciados, e que se estendeu até o ano de 1983, quando terminou, com o falecimento de Fuller.
Os projetos arquitetônicos mais conhecidos de Norman Foster são seus prédios de escritórios com design industrial, como o Edifício HSBC em Hong Kong e a torre de vidro em espiral, que alguns chama de “O Pepino”, o icônico Prédio 30 St Mary Axe.
Além destes, podemos citar uma série de outros, todos marcados pelo arrojo e ou uso de materiais e técnicas arquitetônicas de ponta.
Principais obras de Norman Foster
Viadutos, pontes, museus, estádios, parlamentos. Norman Foster não se restringe a belos edifícios de escritório exibindo muito aço e vidro interconectados por ideias geniais.
Confira um pouco do que sua criatividade deixou espalhado pelos 4 cantos do mundo.
Alemanha
- Renovação do histórico Reichstag (parlamento alemão)
Além de energicamente eficiente com sistema de ventilação e iluminação natural, a cúpula do Reichstag simboliza a política transparente e o povo acima do governo. De dentro dela é possível observar as sessões do plenário, coberto por vidro, localizado abaixo dela. As rampas ao redor da cúpula permitem uma visão 360º da cidade de Berlim.
- Biblioteca da Universidade de Berlim
Espanha
- Palácio de Congressos
- Metrô de Bilbao
Assim como o museu Guggenheim de Frank Gehry, o metrô de Bilbao faz parte do plano de renovação da cidade através da arquitetura. O projeto é de 1995, mas seu design, atemporal, permanece impressionante e segue a mesma linguagem em todos os detalhes.
- Torre Caja Madrid
- Projeto para o Camp Nou
França
- Viaduto Millau
- Museu Carré D’Art
Hong Kong
- Aeroporto Internacional de Hong Kong
- Edifício HSBC
China
- Extensão do Aeroporto Internacional de Pequim
Cazaquistão
- Bayterek Tower
- Khan Shatyr
- Palace of Peace and Reconciliation
Estados Unidos
- Torre Hearst, em Nova Iorque
- Apple Park
E, é claro, uma série de projetos na Grã Bretanha:
- Millenium Bridge
- Centro de Artes Visuais Sainsbury
- 8 Canada Square
- SEC Armadillo, na Escócia
- Estádio de Wembley
- Prefeitura da cidade de Londres
- Willis Building
Além de outras obras como o Aeroporto de Stansted e a Cobertura do Museu Britânico de Londres. E como reconhecimento por tudo isso, além de um título de nobreza e do já citado Prêmio Pritzker, Norman Foster recebeu também por duas vezes o prêmio Stiriling (uma delas pelo Pepino de vidro) e o Prêmio Príncipe de Astúrias.
Tecnologia acima de tudo?
Não, não é assim que Norman Foster pensa. A tecnologia, ou mesmo um mero rabisco a lápis no papel, são a maneira de fazer as boas ideias acontecerem, se tornarem realidade, como esta sua frase comprova:
O lápis e o computador são, se deixados por conta própria, tão burros e tão inteligentes quanto as pessoas que os guiam
Nada mais claro que isso para mostrar que sua opção tecnológica e arrojada não é uma escolha de fins, mas uma definição dos meios de fazer a melhor arquitetura:
um desenho que afeta a qualidade de nossas vidas
Conheça também o trabalho de outros profissionais que, assim como Norman Foster, mudaram a história do mundo na arquitetura e paisagismo:
- Paulo Mendes da Rocha: o arquiteto “geográfico”
- Roberto Burle Marx: o jovem pintor que se tornou paisagista
- Santiago Calatrava, e a arquitetura do espetáculo
Norman Foster realmente sabia como fazer um trabalho bem feito.
Mas além de fazer um bom trabalho, saber como divulgá-lo é fundamental. Gostaria de se aprofundar mais nesse assunto? Conheça o Ciclo do Encantamento, um material desenvolvido especialmente para arquitetos e designers de interiores que querem atrair mais clientes: