O Museu da Inconfidência, localizado em Ouro Preto (MG), é um museu histórico e artístico dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira. Ele também traz um rico painel da sociedade mineira no período do ciclo do ouro no século XVIII.
Além de homenagear os inconfidentes, o museu traz obras incríveis de Aleijadinho e outros registros marcantes da história do Brasil. Quer conhecer mais sobre ele? No post de hoje, vamos contar a história do Museu da Inconfidência. Acompanhe!
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O que funcionava antes no prédio que hoje abriga o Museu da Inconfidência?
Originalmente, o prédio do Museu da Inconfidência foi a Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica. Uma curiosidade é que Vila Rica foi o primeiro nome da cidade de Ouro Preto.
No período do Brasil colonial, era nesse tipo de edifício que ficavam instalados os órgãos da administração pública de cada cidade.
De modo geral, eles abrigavam a Câmara Municipal e os órgãos a ela ligados, como a Câmara dos Vereadores, o juiz de fora, o presidente da Câmara, o procurador, o juiz de Direito e o tribunal, a guarda policial (chamada de “milícia”) e a cadeia pública.
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Museu da Inconfidência de Ouro Preto: história
A história do edifício do Museu da Inconfidência começa em 1784. Foi nesse ano que o governador da Capitania de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses, trouxe de Portugal uma planta desenhada por C. Manuel Ribeiro Guimarães com o objetivo de construir a Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica. A obra começou no ano seguinte e foi concluída apenas em 1855.
Já a história do museu começou muitas décadas depois. Em 1936, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, decidiu trazer de volta ao Brasil os restos mortais dos heróis da Inconfidência Mineira sepultados na África, que foi o local onde eles foram exilados.
Vale destacar que essa decisão foi ao encontro de um movimento maior de recuperação da memória colonial brasileira que surgia na época. Inclusive, no mesmo período foi criado o Orgão Nacional de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico Brasileiro, o IPHAN.
Assim que os restos mortais dos heróis da Inconfidência chegaram ao Brasil, eles foram encaminhados ao Arquivo Histórico Nacional, onde ficaram por um bom tempo até irem para um local definitivo.
Posteriormente, Getúlio Vargas foi com uma comitiva até Ouro Preto levar as relíquias dos heróis, que foram entregues em celebração solene à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a dita Matriz de Antônio Dias, onde permaneceram por quatro anos.
Após as devidas restaurações e reformas necessárias na Casa de Câmara e Cadeia, o Panteão dos Inconfidentes foi inaugurado com o traslado dos restos mortais do grupo em 21 de abril de 1942, na comemoração do 150º aniversário da decretação da sentença condenatória dos inconfidentes.
Entretanto o museu propriamente dito só foi inaugurado em 11 de agosto de 1944, no bicentenário de Tomás Antônio Gonzaga.
Agora que você já conhece a história do Museu da Inconfidência, que tal saber mais detalhes sobre a sua arquitetura exuberante?
Conheça mais sobre a bela arquitetura do Museu da Inconfidência
A arquitetura do Museu da Inconfidência, com estilo barroco tardio, é uma das mais belas do período colonial. É importante observar que traços da arquitetura neoclássica que começava a surgir na época de sua construção também são perceptíveis no frontão e na colunata da fachada.
Outro destaque são as 4 figuras localizadas na platibanda da obra. Feitas de pedra-sabão, elas representam as virtudes cardeais Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza.
O lindo chafariz presente na entrada do Museu da Inconfidência é o antigo chafariz da ponte de Ouro Preto.
O que tem no Museu da Inconfidência?
O Museu da Inconfidência é dividido basicamente em 5 setores. São eles:
- Casa de Câmara e Cadeia, com a exposição permanente e o Panteão dos Inconfidentes.
- Anexo I, com a reserva técnica, o auditório, uma sala para exposições temporárias e salas de apoio.
- Anexo II, com o setor de museologia, os laboratórios de conservação e restauro e o setor de documentação e pesquisa.
- Anexo III, a Casa do Pilar, com os arquivos judiciário, histórico e musicológico, e um setor de pesquisa.
- Casa da Baronesa, onde funciona o Museu-Escola.
A exposição permanente do museu aborda a Inconfidência Mineira a partir da relação com diversos aspectos da vida em Ouro Preto entre os séculos XVIII e XIX.
Nos dois pisos as salas fazem um panorama da cidade naquele período mostrando itens relacionados à mineração, os transportes, a construção civil, pintura e escultura, arte e religião.
O Museu da Inconfidência também traz obras dos artistas Aleijadinho e Manuel da Costa Athaide, importantes nomes do barroco mineiro.
Entre os ambientes, um dos principais destaques é o Panteão dos Inconfidentes.
O que é o Panteão dos Inconfidentes?
Trata-se do local onde estão guardados os restos mortais dos inconfidentes. Entre eles estão José Álvares Maciel, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga.
No ano da sua inauguração, em 1942, havia 13 lápides no Panteão. Em 2011, foram incorporados também os restos mortais dos inconfidentes José de Resende Costa, Domingos Vidal Barbosa e João Dias da Mota.
Houve essa demora porque, após a repatriação dos ossos da África para o Brasil, havia a incerteza da veracidade da identificação. Anos depois, com a modernização das tecnologias de odontologia e medicina legal, foi possível confirmar que as ossadas eram mesmo dos três inconfidentes degredados.
Vale lembrar que a ossada de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não está no Panteão do Museu da Inconfidência. Após a sua morte, ele teve o corpo esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto. Sua cabeça foi exibida em uma estaca colocada na praça central da cidade e, diante desse contexto, seus restos mortais desapareceram.
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