A Igreja São Francisco de Assis da Pampulha, conhecida mundialmente apenas como Igreja da Pampulha, é uma das obras mais belas e marcantes de Oscar Niemeyer.
Localizada em Belo Horizonte, ela marcou a história não só do arquiteto brasileiro, mas também da arquitetura moderna mundial.
Além de Niemeyer, outros gênios brasileiros participaram do projeto da Igreja da Pampulha.
Quer conhecer mais sobre ela? No post de hoje, vamos contar sua história e mostrar 3 curiosidades sobre a Igreja da Pampulha que vão te surpreender. Acompanhe!
Igreja da Pampulha de BH: história
A Igreja da Pampulha foi inaugurada em 1943.
Ela faz parte do projeto arquitetônico da Pampulha encomendado pelo prefeito de Belo Horizonte na época, Juscelino Kubitschek.
Além da Igreja da Pampulha, lá também está o Museu de Arte da Pampulha, antigo Edifício do Cassino, a Casa do Baile e a Fundação Zoobotânica, antigo Iate Golf Clube.
Não é apenas o trabalho de Oscar Niemeyer que chama a atenção na Igreja da Pampulha. O projeto também contou com dois grandes nomes da arte e paisagismo brasileiro: Cândido Portinari e Roberto Burle Marx.
Também participaram do projeto original o engenheiro Joaquim Cardozo e os artistas Paulo Werneck, Alfredo Ceschiatti, August Zamoyski e José Pedrosa.
A primeira curiosidade sobre a Igreja da Pampulha é que trata-se de um dos primeiros projetos de Oscar Niemeyer. A Igreja da Pampulha trouxe pela primeira vez o reconhecimento nacional para o arquiteto.
Além disso, a Igreja da Pampulha antecipou algumas características arquitetônicas que seriam encontradas mais tarde na grande obra de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa: a capital do país, Brasília.
Estudiosos afirmam que a Igreja da Pampulha é a primeira grande obra de arquitetura moderna executada na América Latina.
Em 2017, a Igreja da Pampulha foi fechada para uma reforma que durou dois anos. Entre as melhorias, foi feita a recuperação das juntas de dilatação, impermeabilização, substituição dos painéis de madeira, instalação elétrica, cabeamento estruturado e a substituição de pastilhas.
A Igreja da Pampulha é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) e pela Gerência do Patrimônio Municipal.
Agora que você já sabe um resumo sobre a história da Igreja da Pampulha, vamos mostrar com mais detalhes sua incrível arquitetura.
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Assista o vídeo e descubra por que a Igreja da Pampulha é tão importante
Igreja da Pampulha: arquitetura
Vamos começar falando sobre o exterior da Igreja da Pampulha.
O jardim criado por Roberto Burle Marx foi um dos primeiros projetos do paisagista que se destacou nacionalmente.
Ele foi revolucionário, já que deixou de lado as influências estrangeiras, como os simétricos jardins franceses, para apostar na assimetria da natureza.
O azul das pastilhas usadas na parte externa da Igreja da Pampulha foi pensado para ser uma espécie de reflexo da água, enquanto os desenhos representam o movimento das ondas do lago.
O mosaico de azulejos azuis e brancos foi criado pelo artista Paulo Werneck.
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As curvas da Igreja da Pampulha representaram uma inovação na arquitetura sacra brasileira e foram inspiradas nas montanhas de Minas Gerais.
Elas formam 5 abóbadas: duas principais que cobrem a ala central (nave) e três secundárias, que envolvem a sacristia e os anexos.
Essa cobertura, que também funciona como parede, deu uma aparência plástica e ousada para a Igreja da Pampulha.
Para conseguir esse resultado, Oscar Niemeyer utilizou como material o concreto armado.
Na fachada principal da Igreja da Pampulha, uma marquise reta conduz à torre que fica na lateral. O arquiteto incluiu um brise na parte superior da entrada.
Na parte externa da Igreja da Pampulha também está o incrível painel da Cândido Portinari. Feito de azulejos azuis e brancos, ele retrata cenas da vida de São Francisco.
O interior da Igreja da Pampulha também surpreende com o fantástico trabalho de Portinari. Ele criou o painel de cerâmica localizado no altar, em que São Francisco de Assis aparece se despindo de suas posses para se dedicar à caridade.
Portinari também é o responsável pelos 14 pequenos quadros espalhados pelo espaço celebrativo da Igreja da Pampulha. As obras retratam a Via Sacra.
Os painéis em bronze esculpidos em baixo relevo no interior da Igreja da Pampulha são de Alfredo Ceschiatti.
Eles representam a expulsão de Adão e Eva do Paraíso.
Uma curiosidade é que as esculturas de Ceschiatti também estão presentes em outras obras de Niemeyer, como o Palácio da Alvorada, a praça dos Três Poderes e a Catedral de Brasília.
Veja abaixo a planta baixa da Igreja da Pampulha:
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4 curiosidades sobre a Igreja da Pampulha
Agora que você já viu os detalhes da arquitetura, veja 4 curiosidades sobre a Igreja da Pampulha:
1- Sem a benção durante 14 anos
A Igreja da Pampulha foi um marco na arquitetura brasileira, mas no início não agradou nada boa parte da população belo-horizontina.
Suas formas não convencionais e a imagem de São Francisco de Assis bem magro junto à um cachorro, representando um lobo, causaram estranhamento nos religiosos da cidade.
Diante desse contexto, a Igreja da Pampulha não pôde receber pessoas para assistir missas ou realizar celebrações durante quase 15 anos.
A obra ficou abandonada e chegou até mesmo a sofrer com a má conservação.
Essa situação só mudou quando o então papa João XXIII manifestou interesse em expor no Vaticano a Via Sacra de Portinari.
A primeira missa na Igreja da Pampulha foi celebrada no dia 11 de abril de 1959.
2- Patrimônio Cultural da Humanidade
Em 2016, a Igreja da Pampulha ganhou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela ONU.
Para conseguir tal feito, a obra teve que cumprir 3 critérios. São eles:
- representar uma obra-prima do gênio criativo humano
- exibir um evidente intercâmbio de valores humanos que teve impacto sobre o desenvolvimento da arquitetura
- ser um exemplar excepcional de conjunto arquitetônico ou paisagem que ilustre um estágio significativo da história humana
Foram necessárias ainda algumas obras de reforma na Igreja da Pampulha, como a restauração da Casa do Baile e de seus jardins.
3- Oscar Niemeyer não foi a primeira opção de JK
Assim que Juscelino Kubitschek decidiu criar o conjunto da Pampulha, ele chegou a encomendar um projeto para um outro arquiteto. Mas o profissional sugeriu ideias que não condiziam com o que o prefeito da cidade esperava.
Na mesma época, Gustavo Capanema, criador do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) e Rodrigo Melo Franco de Andrade, que comandava a instituição, sugeriram a JK a contratação de Oscar Niemeyer para a criação da Igreja da Pampulha e das outras obras.
4- Projeto feito em uma semana
O projeto da Igreja da Pampulha e das outras obras do conjunto arquitetônico foram feitos em uma semana. A rapidez foi devido ao prazo dado por JK, que queria que as obras começassem o mais rápido possível.
A história da Igreja da Pampulha é incrível, não é mesmo? Aproveite para conferir as curiosidades sobre outras obras de Oscar Niemeyer:
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