Ser um profissional liberal não é fácil. Uma das grandes dificuldades dos profissionais que trabalham por conta própria é o controle financeiro. A organização das finanças para autônomos é um pouco diferente do que para um assalariado. Os gastos com produção e mão de obra, por exemplo, influenciam diretamente no fluxo de caixa.
Trocar a carteira assinada por começar a tocar o próprio negócio tem muitas vantagens. E esse também é o sonho de muitas pessoas. No entanto, para ter sucesso é necessário seguir uma série de cuidados e controle financeiro pessoal.
O principal ponto que muda na hora de se planejar são os ganhos variáveis. A renda da empresa é diferente todos os meses, ainda mais quando o setor possui picos de consumo sazonais. Por isso, elaboramos 10 dicas para colocar as finanças em ordem e ficar preparado pro caso de fechar um mês no vermelho.
1. Separe as finanças pessoais das despesas do seu negócio
Essa é a dica mais simples e recomendada por 10 entre 10 especialistas no assunto. Apesar disso, é um dos principais motivos pelo qual os profissionais autônomos se endividam. Misturar os gastos gera uma confusão grande e o primeiro passo para se organizar financeiramente é fazer essa separação.
Distinguir custos pessoais dos profissionais vai ajudar também na parte burocrática. Na hora de declarar o imposto de renda, você facilita a sua vida ou a do seu contador. Portanto, o primeiro passo para começar a separar as despesas é ter uma conta bancária e um planejamento para Pessoa Física e outra para Pessoa Jurídica.
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2. Calcule os custos fixos pessoais e da empresa
Seguindo na mesma linha, agora é o momento de analisar a planilha que você fez e entender quais são os custos fixos mensais, como aluguel, internet, telefone, entre outros. Saiba o que realmente é necessário e o que é supérfluo nos dois casos. Pode aproveitar esse passo para cortar alguns itens e já fazer economias.
Com as despesas definidas, separe mensalmente a quantia necessária para arcar com esses gastos. Caso sejam contas variáveis, como água e luz, calcule a média dos últimos meses para se preparar. Se o orçamento não fechar, considere reduzir ou repriorizar alguns custos e faça um bom planejamento financeiro pessoal. Se estiver com dificuldades, veja este post de 13 dicas para economizar dinheiro mudando seus hábitos.
Vale ressaltar que o ano tem alguns períodos nos quais é necessário muito cuidado para não se endividar. Nos primeiros meses são cobrados os principais impostos, como IPVA. Não pagá-los pode te deixar com o nome inscrito em dívida ativa. Além disso, há outros gastos, como material escolar. E no final temos as datas comemorativas, que você vai conseguir curtir muito bem depois de seguir os passos deste manual.
3. Use o cartão de crédito com inteligência
Quando falamos sobre pessoa física, o ideal é possuir apenas um cartão de crédito, já que é o maior responsável pelo endividamento das famílias brasileiras, além de ser a modalidade de crédito mais cara. Mas para autônomos, dois ou até três cartões podem trazer vantagens se usados da maneira correta.
Um profissional dessa categoria pode receber seus pagamentos de forma quebrada, por projeto e em diferentes dias do mês. Usar mais de um cartão pode ajudar no controle financeiro, se beneficiando dos diferentes vencimentos para cada um e programando os gastos ao longo do mês.
Ressaltando que esses cartões devem estar vinculados à conta de Pessoa Jurídica, pois não se deve misturar as despesas. Ainda assim, é preciso ter muita segurança e disciplina para ter mais de um cartão de crédito e não extrapolar os gastos.
Uma opção, caso haja problemas com o uso de cartão de crédito é organizar o fluxo de caixa. Dessa forma não é necessário utilizar o cartão, pois o dinheiro necessário para fazer o pagamento estará disponível no dia que estiver programado.
4. Inclua as férias no planejamento
Trabalhar os 12 meses do ano, ininterruptamente, sem descansar é muito ruim. Dar uma pausa no serviço é fundamental para a saúde, além de ser uma ótima maneira de aumentar a produtividade e voltar com mais gás para a sua profissão.
Na hora de planejar suas finanças pessoais, inclua os gastos com as férias, considerando uma viagem e a diminuição de receita. Aproveite um período em que o seu ramo de atuação esteja um pouco mais fraco para não deixar de faturar muito. E será muito melhor se coincidir com a baixa temporada, já que poderá viajar para excelentes lugares pagando mais barato.
5. Faça uma reserva de emergência
Separe uma parte do seu faturamento e do seu salário e destine para um fundo de emergências. Isso vale tanto para fazer uma reserva pessoal quanto profissional. Essa é uma das principais dicas de finanças para autônomos, pois como os ganhos são variáveis, é muito importante ter um respaldo.
Defina o quanto vai destinar por mês para essa reserva. O ideal é ter, no mínimo, um caixa que cubra seis meses de custos e despesas, antes de retirar o lucro da empresa. Em meses melhores, coloque mais dinheiro nessa quantia. E de preferência, invista em produtos com uma boa combinação entre retorno, risco e liquidez.
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6. Se programe para o longo prazo
Recolha contribuições para o INSS, pague uma previdência privada ou invista em títulos públicos de vencimento longo. O importante é conseguir poupar no presente para aproveitar também no futuro. Diferentemente dos assalariados, que têm uma garantia do FGTS e pagam automaticamente pela aposentadoria, quem é autônomo precisa cuidar dessas questões por conta própria.
Com uma idade mais avançada é complicado manter o mesmo ritmo de trabalho. Se o faturamento diminuir, o investimento feito no passado vai ajudar a manter o padrão de vida, sem precisar passar por grandes dificuldades.
Procure separar a quantia para investir todo o mês, de forma que isso passe a ser um custo fixo no seu planejamento. Considere que se preparar para o futuro é muito importante, afinal, uma garantia é necessária para que seja possível se manter, diminuindo a cadência de trabalho ou mesmo se aposentando.
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7. Estipule os preços e salários
No caso de trabalhar oferecendo serviços, saiba definir o preço pelo seu trabalho. Faça uma pesquisa de mercado e cobre um valor que cubra suas despesas e te dê a margem de lucro que você precisa. Mas dê valor ao seu produto e explique para o cliente o porquê do preço cobrado.
Revise esse custo a cada seis meses. Fazendo isso, você não vai ganhar um dinheiro que vale menos por conta da inflação e continua a se atualizar com base no que é cobrado por outros concorrentes do mesmo setor.
E defina uma remuneração pessoal. Saiba quanto é necessário para custear as despesas da casa e consiga separar o dinheiro para pagar as obrigações. Faça isso para saber definir o quanto do faturamento poderá ser reinvestido na empresa e investido no seu fundo de emergência.
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8. Não guarde o dinheiro embaixo do colchão
Muitos profissionais autônomos recebem pagamentos em dinheiro vivo e acumulam essa parte do patrimônio em casa. Primeiramente, contra isso, existe a questão de segurança. No caso de um assalto, uma quantia que levou meses para ser juntada pode se esvair em minutos.
Em segundo lugar, o dinheiro perde poder de compra. Ao deixá-la parada na conta corrente, sem investir, a quantia guardada vai ser prejudicada pelas variações da inflação. Se hoje, o valor acumulado em casa é capaz de fazer a compra de quatro meses de supermercado, é provável que em pouco tempo esse montante só cubra três compras e assim sucessivamente.
E terceiro, ao fazer investimentos, o dinheiro começa a trabalhar por você. Os juros são compostos, ou seja, serão aplicados em cima do valor atualizado e não do que foi aplicado inicialmente. Portanto, a quantia investida passa a render sem que sejam necessários esforços adicionais.
9. Tenha capital de giro
Capital de giro é essencial para fazer uma empresa rodar, sendo basicamente o valor representado pelos itens de consumo rápido, necessários para a instituição operar. Se você tiver funcionários, também terá de se preocupar em pagar o salário deles em dia. Por isso, esse dinheiro se torna tão importante para não depender apenas das entradas de caixa.
Nesse ponto, é extremamente necessário já ter um fluxo de caixa devidamente organizado. Dessa forma, o autônomo tem um planejamento das despesas a pagar e sabe quanto dinheiro precisa ter em caixa para que consiga honrar os compromissos.
E, com isso, se programe para os fins de ano. Geralmente, nesse período são pagos: 13º salário, férias e diversas bonificações. Uma solução para não precisar retirar recursos investidos é fazer um empréstimo. Busque uma linha de crédito com juros baixos e parcelas que caibam no planejamento.
O empréstimo com garantia é uma excelente opção para esse caso. Essa é a maneira mais barata de conseguir crédito no Brasil. A Creditas é uma startup referência nessa modalidade e oferece aos seus clientes as opções de empréstimo com garantia de imóvel e de automóvel. Conheça o Creditas Reforma e saiba como fechar mais projetos.
10. Utilize um gerenciador financeiro
Se achou difícil seguir todas essas dicas por conta própria, use a tecnologia a seu favor. Existem diversos aplicativos que auxiliam a gerenciar as finanças, tanto pessoais quanto profissionais. GuiaBolso, Organizze, Expensify, Mobills, entre outros apps podem ajudar nessa organização.
Para quem tem mais prática, pode utilizar uma planilha do Excel para se estruturar. No caso de ser uma pessoa mais tradicional, use o bom e velho papel e caneta. O que importa mesmo é relacionar todas as entradas e saídas e conseguir arquitetar o planejamento financeiro.
Esse post foi escrito por Stella Mello, coordenadora do segmento de Reformas da Creditas, maior plataforma de empréstimo com garantia do Brasil.