Falar sobre planejamento urbano é abordar uma série de processos, estudos e até mesmo áreas diferentes. Todo esse detalhamento é essencial, afinal, estamos falando do bem-estar e segurança de toda a população.
Entre as etapas do projeto, está o desenho urbano. Trata-se de uma atividade que gera muitas dúvidas entre estudantes e até mesmo profissionais.
Isso é comum, afinal, até mesmo entre estudiosos não existe um consenso sobre o que é o desenho urbano, em qual estágio do projeto ele surge, entre outras questões.
E você, está perdido sobre o assunto? Não se preocupe! Neste artigo, trouxemos um panorama geral sobre o desenho urbano. Acompanhe!
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O que é desenho urbano?
Desenho urbano, explicando de forma simples, é um campo de conhecimento multidisciplinar que aborda as áreas de urbanismo, paisagismo e arquitetura.
Ele é diretamente ligado ao planejamento urbano e consiste em 4 atividades básicas:
- Análise visual da área urbana
- Percepção do meio ambiente
- Identificação do comportamento ambiental
- Composição da morfologia urbana
De forma geral, podemos dizer que o desenho urbano é um estudo que busca a harmonia entre o espaço construído e as interações humanas.
São com as informações levantadas nesse estudo que é possível identificar qual será a relação das edificações com o espaço livre da cidade.
Além disso, ele permite identificar quais são as atividades econômicas do local, o uso social, a relação com o ambiente natural, entre outras características importantes.
Diante desse contexto, sem dúvida, o desenho urbano pode ser considerado um instrumento essencial para a realização de um planejamento urbano.
Pensar no planejamento das cidades é uma questão cada vez mais urgente. Entenda porque as cidades planejadas no mundo são decisivas para o futuro da humanidade.
Desenho urbano: origem
Esse conceito surgiu a partir da década de 60, mas para começar a entendê-lo precisamos voltar ao final dos anos 40.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, vários países começaram a reconstruir suas cidades investindo na construção de vários conjuntos habitacionais. Esse processo ficou conhecido como planejamento urbano modernista.
A Unité d’Habitation de Marseille, de Le Corbusier, é um exemplo.
Mas a partir da década de 60, especialistas em arquitetura e urbanismo começaram a criticar a forma como esse planejamento urbano pós-guerra havia sido feito.
Foi então que algumas construções começaram a ser derrubadas, principalmente em áreas de baixa renda.
Foi nesse período que a jornalista norte-americana Jane Jacobs escreveu o livro “Death and Life of Great American Cities”, que tornou-se referência para várias teorias urbanísticas.
Na obra, ela destaca que o planejamento urbano modernista rejeita a cidade e não favorece o bem-estar da comunidade.
Ela estabeleceu vários parâmetros para o desenvolvimento de cidades que, até hoje, são considerados importantes para vários urbanistas.
Foi a partir daí que o modelo de intervenção urbana nos EUA e Europa mudou.
Houve a necessidade de encontrar o meio termo entre a criação de edifícios e obras no geral (arquitetura) e o planejamento urbano, com suas questões sócios-econômicas. Diante desse contexto, nasceu o desenho urbano.
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Qual a diferença entre planejamento urbano e desenho urbano?
Todos sabemos a importância do planejamento urbano e dos projetos arquitetônicos, mas, afinal, onde entra o desenho urbano?
Note que, enquanto o planejamento urbano foca no crescimento das cidades e organização dos espaços, os projetos de arquitetura pensam na criação das edificações.
Percebe que falta alguma coisa aí? E como fica a definição do traçado das ruas, bairros, malhas viárias, questões relacionadas ao solo e ao meio ambiente?
É aí que o desenho urbano entra. Ele ajuda a organizar todos os elementos e oferece segurança, praticidade e bem-estar aos habitantes do local.
Diante desse contexto, nos últimos anos, grandes cidades estão mudando seu desenho urbano com o objetivo de organizar o trânsito ou facilitar a mobilidade urbana.
Um exemplo é a cidade de São Paulo. A Rua Joel Carlos Borges, próxima da estação de trem Berrini, tinha as calçadas muito estreitas. Esse desenho prejudicava a locomoção dos usuários do trem, colocando em risco a sua segurança.
Para solucionar o problema, a rua recebeu duas faixas verdes laterais.
Outro exemplo é a cidade de Buenos Aires, que incluiu uma rotatória para diminuir a quantidade de acidentes.
Além disso, o desenho urbano pode ser usado com um instrumento para minimizar impactos negativos causados no meio ambiente físico, cultural e natural.
Ele ajuda a identificar de que forma novos elementos devem ser incluídos naquele determinado espaço urbano sem ameaçar a sua integridade.
Como você pode perceber, ele é uma parte fundamental do planejamento urbano, tanto que vários estudiosos consideram os dois interdependentes.
Tipos de desenho urbano
Agora que você aprendeu o que é desenho urbano, vamos aprofundar um pouco mais o assunto e mostrar quais são os tipos de desenho urbano. As definições a seguir são do livro “Urban Design: typology of procedures and products” (2005), de Jon Lang:
1- Desenho Urbano “total”
É quando uma única equipe controla todo o projeto. Não é muito comum no Brasil.
2 – Desenho Urbano “all of a piece”
Nesse tipo de desenho urbano, uma equipe cria um plano geral que orienta a ação dos empreendedores que desejam construir na cidade.
3 – Desenho urbano “piece by piece”
A produção das edificações é feita a partir de centenas ou milhares de decisões individuais, que devem obedecer um conjunto de normas gerais. Dessa forma, a construção de edificações é controlada por zoneamentos, incentivos e penalidades.
4- Desenho Urbano “plug-in”
Segue o conceito da arquitetura urbana, que é um conjunto de ações pontuais com o objetivo de incentivar o desenvolvimento sustentável das cidades.
Como o aumento populacional e o avanço de soluções tecnológicas, veremos cada vez mais cidades preocupadas com o desenho urbano. Por isso, fique atento, pois ela pode tornar-se uma excelente área da arquitetura para atuação nos próximos anos.
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