Considerada por muitos o coração da casa, a cozinha é um ambiente que vem conquistando cada vez mais lugar nos projetos de casas e apartamentos.
Trata-se de um ambiente que merece muita atenção ao ser projetado, pois além de ser um dos lugares mais utilizados da casa, pode ter duas funções: a de preparo de refeições e higienização de alimentos mas também uma função social, no caso de quem gosta de receber familiares e amigos para reuniões e eventos.
Por isso, o projeto de uma cozinha deve responder a uma série de particularidades que exigem funcionalidade e eficiência e ao mesmo tempo conforto e bem-estar.
Listamos aqui importantes pontos de atenção que devem ser considerados por arquitetos e designers de interiores na hora de projetar esse ambiente tão especial.
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Passo a passo de como projetar uma cozinha
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1 – Estudar o espaço disponível e a dinâmica de uso da cozinha
Por se tratar de um ambiente que exige máxima funcionalidade, a cozinha deve ser muito bem planejada.
Para isso, primeiramente deve-se estudar o espaço disponível para esse ambiente e entender se ele é compatível com as necessidades das pessoas que vão utilizá-lo.
É importante identificar junto ao cliente a maneira como essa cozinha será utilizada: por exemplo, com que frequência o morador costuma preparar refeições mais elaboradas, se ele gosta de receber convidados em casa e cozinhar para eles, quantas pessoas utilizam a cozinha no dia-a-dia, etc.
Entendendo a dinâmica de uso da cozinha é possível começar o projeto de modo a atender todas as necessidades solicitadas pelo cliente, desde que o espaço disponível esteja adequado.
Caso o espaço não atenda a essas necessidades, é importante identificar junto ao cliente quais seriam as prioridades a serem contempladas nesse espaço.
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2 – Identificar fluxos e áreas de trabalho
O projeto de uma cozinha deve levar em conta que esse espaço possui diferentes fluxos e áreas de trabalho. Estudos especializados definiram cinco zonas de função para uma cozinha, sendo elas:
- Zona de armazenamento: geladeira, freezer, armários para armazenagem de alimentos, etc.;
- Zona de limpeza: pia, área para secar, lava-louças;
- Zona de preparo: bancada de trabalho;
- Zona de cocção: fogão, forno elétrico;
- Zona de servir: bancada, mesa, etc.
A partir do estudos dessas zonas e suas funções específicas, pôde-se concluir que a relação entre as áreas de pia (limpeza), fogão (cocção) e geladeira (armazenagem) podem gerar um triângulo de trabalho que otimiza o cozinhar, deixando o processo de preparo dos alimentos mais eficiente. Dessa forma, diferentes tipologias de cozinha foram desenhadas a partir do estabelecimento do triângulo de trabalho, como podemos ver na imagens que seguem.
Nessas configurações, pode-se perceber que o triângulo de trabalho otimiza as distâncias percorridas de uma função para outra e evita circulações cruzadas quando há mais de uma pessoa trabalhando.
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3 – Escolhendo qual o melhor piso para a cozinha
A escolha dos revestimentos de pisos e paredes para cozinhas deve ser pautada principalmente nos quesitos limpeza e umidade.
A cozinha é considerada uma área úmida por estar constantemente sujeita à incidência d’água, tanto durante sua utilização como para limpeza.
Além disso, respingos de outras substâncias também poderão ocorrer durante o uso do ambiente, então o material precisa ser resistente à manchas. É importante saber qual o melhor tipo de piso para cozinha para facilitar a vida do cliente.
Os materiais mais utilizados em cozinhas são os pisos porcelanatos e cerâmicos, além de pedras naturais como granitos e mármores. Esses materiais apresentam características importantes para utilização em pisos, como resistência, durabilidade, facilidade de limpeza e baixa absorção.
Quer saber quais as vantagens e desvantagens dos pisos? Veja as diferenças entre piso de porcelanato e cerâmica e tire suas dúvidas de uma vez por todas.
Entre os granitos e mármores, os granitos são mais aconselháveis para o uso em áreas molhadas pois são menos porosos que os mármores, e portanto, mais resistentes a manchas.
Visando a segurança, para qualquer um dos materiais citados, evite escolher acabamentos polidos, pois no caso de cozinhas podem ser escorregadios.
Outro material que vem ganhando espaço em pisos de cozinhas é o piso vinílico, uma opção bastante econômica e de rápida instalação.
Assim como no caso dos porcelanatos, há no mercado diferentes tipos de padronagens e formas de aplicação. Por ser um piso emborrachado, diminuem o ruído de pisadas e objetos caindo, sendo ideais para quem mora em apartamentos.
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4 – Definir o que usar na parede da cozinha
A escolha adequada para o revestimento das paredes da cozinha também é importante para maior eficiência e durabilidade do espaço. O revestimento pode ser usado em todas as paredes da cozinha ou nas áreas mais críticas, como paredes que estejam atrás do fogão e da pia, sujeitas à sujeira, umidade e contato com o fogo.
Deve-se optar por materiais que sejam de fácil limpeza e que não absorvam umidade, como azulejos, ladrilhos, mosaicos, pastilhas, mármores e granitos e porcelanatos.
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5 – Definir o material para bancada de cozinha
Para as bancadas de cozinhas, deve-se dar preferência aos materiais que possam ser facilmente lavados e desinfetados, evitando a proliferação de bactérias e uma possível contaminação dos alimentos.
Por isso, é desejável que as superfícies sejam lisas e livres de buracos, fendas ou rachaduras.
Entre os materiais mais utilizados em bancadas de cozinhas estão o aço inox, granitos e outras pedras naturais e materiais resinados como o corian, composto resinado muito utilizado em hospitais devido à sua assepsia.
Todos são laváveis e impedem a penetração de micro-organismos causadores de inúmeras doenças adquiridas por ingestão de alimentos contaminados durante seu processo de produção.
6 – Escolher o tipo de cuba de cozinha
Escolher a cuba mais adequada para atender as necessidades do cliente é fundamental para o bom funcionamento da cozinha.
O aço inox é o material mais comum utilizado em cubas de cozinha devido à sua resistência e facilidade de limpeza e assepsia. Quanto ao acabamento, as cubas de aço inox podem ser brilhosas ou acetinadas (escovadas), sendo que as acetinadas costumam ser um pouco mais caras porém são mais resistentes a riscos.
Cubas de outros materiais também podem ser encontradas no mercado, como cubas moldadas em corian ou em concreto, por exemplo.
Assim como as cubas de banheiro, as cubas de cozinha também podem ter furos para colocar torneiras ou serem independentes, para situações em que a torneira fique na bancada ou na parede. Os modelos podem ser embutidos ou de sobrepor, com uma borda saliente sobre a bancada.
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Quanto aos formatos e tamanhos das cubas há uma grande diversidade disponível no mercado. Nesse caso, cada situação de projeto determinará o modelo mais adequado.
Um dos principais pontos a se considerar é a utilização de cuba simples ou dupla, ou seja, com uma única cuba ou com duas cubas associadas.
A cuba simples é recomendada para espaços menores, onde a bancada tem menos largura e não consegue acomodar uma segunda cuba e ainda espaço para o manuseio de alimentos.
Já a cuba dupla é recomendada quando se tem maior largura de bancada e sua grande vantagem é possibilitar o uso simultâneo, tanto para lavar a louça quanto para lavar a louça em uma cuba e deixar a outra disponível para ser usada na lavagem ou no manuseio de alimentos. Existem ainda modelos com cubas triplas, que possuem, além das duas cubas de mesmo tamanho, uma parte central reduzida.
Para espaços de tamanho intermediário, podem ser usados modelos de cuba dupla em que uma delas é menor do que a outra.
7 – Escolher entre os tipos de torneira para cozinha
Um item muito importante na especificação de cozinhas é a escolha da torneira, para que as tarefas realizadas na pia, como lavar louças e alimentos, sejam executadas de maneira confortável e prática.
Para que haja espaço suficiente para lavar panelas e louças maiores, recomenda-se o uso de torneiras de bica alta, pois apresentam uma boa distância entre o bocal de onde sai a água e a pia, sendo recomendada uma altura média de 30cm. O corpo móvel da torneira também é importante para flexibilizar o uso da pia.
Você poderá escolher entre modelos com misturador ou monocomando: o monocomando possui somente uma alavanca de abertura e fornece água em apenas uma temperatura. Alguns modelos vêm acompanhados de resistência elétrica, que as permite proporcionar também água quente.
O misturador serve para abrir a saída de água quente e água fria, permitindo que você regule a temperatura ou utilize apenas uma delas (quente ou fria). Se o modelo tiver dois registros (um pra cada saída de água), ele se chama misturador duplo comando; caso tenha uma mesma alavanca que controla vazão e temperatura da água, trata-se de um misturador monocomando.
Além do aspecto funcional, as torneiras também podem contribuir com a questão estética do projeto. São as torneiras conhecidas como torneiras gourmet, que reúnem eficiência e design, tornando o projeto ainda mais personalizado.
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8 – Coifa ou depurador? Qual a diferença?
Outra decisão importante no projeto de uma cozinha é a escolha do sistema de exaustão, que remove a fumaça e odores decorrentes do processo de preparo dos alimentos.
A exaustão pode acontecer por meio da utilização de coifa ou depurador. A escolha do equipamento vai depender da disponibilidade de infra-estrutura na cozinha.
A coifa é um equipamento mais completo que o depurador, pois elimina a fumaça por meio de uma tubulação que leva o ar até uma saída para o ambiente externo. Dessa forma, a coifa retira da cozinha o ar quente, a fumaça e o cheiro.
Já o depurador não conta com a tubulação até uma área externa, e por isso não joga o ar para fora do ambiente. Sua função exclusiva é a absorção da gordura.
A coifa ainda tem a vantagem que pode funcionar também como depurador.
A decisão de utilizar um tipo de equipamento ou outro vai depender se há condições para passagem de tubulação da coifa e se a frequência de uso da cozinha demanda um sistema mais potente de exaustão.
9 – Iluminação de cozinha
Uma boa cozinha deve contar com iluminação adequada, que possibilite uma boa visão dos alimentos, sem sombras, ofuscamentos ou cantos escuros.
É muito importante que a cor e temperatura das lâmpadas escolhidas não alterem as características dos alimentos, por isso recomenda-se a utilização da luz branca, que não interfere na percepção da visão.
Além da iluminação geral da cozinha, pode-se pensar em uma iluminação personalizada que crie efeitos cênicos, como fitas de led nos armários, por exemplo. Além de conferir leveza ao ambiente, as fitas de led também podem auxiliar determinadas tarefas como alcançar louças nos armários.
Este post foi escrito pela Deca, maior fabricante de louças e metais sanitários do Hemisfério Sul.