Só quem é paisagista ou se interessa pela área conhece bem os desafios da profissão.
Infelizmente, muitas pessoas acham que trata-se apenas de escolher plantas e vasos, mas vai muito além disso.
São necessários muitos anos de estudo, pesquisa e acompanhamento de novidades e tendências para criar lindos projetos.
Dentro desse grupo de apaixonados pela profissão, existem pessoas que têm dúvida sobre como cobrar um projeto de paisagismo e até mesmo quais são as etapas do processo.
Esse é o seu caso? Não se preocupe, neste artigo, vamos explicar como fazer um projeto de paisagismo e definir um orçamento. Acompanhe!
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O que é um projeto de paisagismo?
Paisagismo é a técnica de projetar, planejar, fazer a gestão e a preservação de espaços livres, sendo eles públicos ou privados, urbanos e não-urbanos.
Essa área é relacionada diretamente com a arquitetura e o urbanismo e tem como objetivo organizar a paisagem.
Existem vários tipos de projetos de paisagismo, que podemos dividir em grupos:
- Paisagismo residencial
- Paisagismo em edifícios privados
- Paisagismo em edifícios públicos
- Paisagismo em espaços públicos
É muito comum que as pessoas confundam um projeto de paisagismo com jardinagem. Para acabar de vez com essa confusão, vamos explicar rapidamente a diferença.
Na jardinagem, o objetivo principal é a criação de jardins e a distribuição de vegetais e plantas pelo espaço.
Já em um projeto de paisagismo, a preocupação vai além da estética.
O paisagista procura criar espaços funcionais e úteis levando em conta as questões geográficas, hidrográficas, bióticas e humanas.
Mas, afinal, como montar um projeto de paisagismo?
Como montar um projeto de paisagismo: 4 etapas essenciais!
1- Análise das necessidades do cliente
A primeira etapa do projeto consiste em entender quais são as necessidades do cliente.
Como já citamos no texto, é muito comum que as pessoas confundam paisagismo com jardinagem, o que pode dificultar um pouco a comunicação.
O profissional precisa ter paciência e jogo de cintura para explicar o que o cliente pode esperar do projeto e como ele deve contribuir nesse processo.
Uma dica é pedir referências do que ele gosta e ir explicando com esses exemplos tudo o que pode ser feito ou não.
2- Levantamento do local
Após reunir as necessidades do cliente, é hora de fazer uma análise do local.
Vários fatores devem ser levados em conta, a começar pela quantidade de massas.
Trata-se da presença de volumes, que podem ser naturais, como árvores ou rios, ou edificados, como casas, edifícios, muros, etc.
Nesse momento, o paisagista começa a analisar quais desses elementos poderão ser mantidos no projeto de paisagismo e quais deverão ser retirados.
Outro ponto de destaque é a análise das sombras.
De acordo com a quantidade de massas e o tamanho delas, o local pode ter mais ou menos sombras,
Fazer esse estudo é importante para a definição do melhor tipo de vegetação para o projeto.
Por exemplo: caso o terreno tenha muitas edificações ou muros, é necessário escolher plantas que não necessitem de muita luz solar.
Além disso, identificar a posição da sombra e do sol ajuda na hora de definir onde serão incluídos os móveis, espaços de lazer e piscinas.
Por isso, todo projeto de paisagismo deve ter a indicação do norte, para que seja possível ver onde está o sol nascente e o sol poente.
Nessa etapa, o paisagista também pode analisar qual será a necessidade de incluir equipamentos de iluminação, irrigação e possíveis adaptações na estrutura do local.
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3- Anteprojeto
No anteprojeto, o paisagista vai reunir todas as informações levantadas até aqui e começar a criação das plantas.
É nesse momento que você vai usar toda a sua criatividade e conhecimento para propor as melhores soluções.
Explore as possibilidades de cores, formas, volumes e composições dos vegetais, sempre respeitando o gosto do cliente.
Além de escolher a melhor vegetação, o paisagista também pode sugerir a inclusão de mobiliário ou outros elementos como fontes, pérgolas, redários e cascatas.
Vale destacar que algumas vegetações incluídas no projeto vão crescer ao longo do tempo e ocupar mais espaço no local.
Por isso, o profissional deve trabalhar baseado nessas projeções.
Tudo deve ser reunido em plantas baixas feitas em softwares de paisagismo ou programas de arquitetura, como o AutoCad, Revit, SketchUp e Vray.
Após finalizar o anteprojeto, o paisagista explica para o cliente quais foram suas ideias, escolha de vegetação, materiais e outros pontos importantes.
É aí que o contratante pode sugerir as modificações necessárias para que o profissional inicie o projeto executivo.
Além da vegetação natural, existem várias plantas artificiais que podem trazer um ótimo resultado. Ainda tem dúvidas sobre elas? Temos um post especial pra você: Quebre o preconceito com plantas artificiais na decoração! Elas estão mais reais do que você imagina
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4 – Projeto Executivo
Nessa etapa, o paisagista aprofunda o projeto definindo aspectos mais técnicos.
O tamanho da cova para cada vegetação, a quantidade de adubo e os cuidados com o solo são alguns exemplos do que deve ser definido no projeto executivo.
É aqui também que entra o trabalho de outros profissionais, como Light Designer. É ele o responsável pelo projeto luminotécnico do local.
Após a finalização do projeto executivo, é hora de começar as intervenções no ambiente.
Como cobrar um projeto de paisagismo?
Quando falamos sobre como montar um projeto de paisagismo, sempre surge aquela dúvida: afinal, como cobrar?
Esse assunto é muito polêmico e cada profissional pode ter sua própria forma de trabalho. O mais comum é que se cobre por m², mas essa pode ser uma verdadeira cilada.
Por quê? Imagine a seguinte situação: o cliente quer fazer um jardim de inverno. Mesmo que o espaço seja reduzido, ele pode envolver uma série de intervenções como uma fonte, um painel verde, um espelho d’água, entre outros.
Ou seja: você pode cobrar pouco por um trabalho que vai exigir muito.
Diante desse contexto, a melhor forma de cobrança é por horas trabalhadas.
Esse método funciona bem porque está ligado à complexidade do serviço, o que determina um valor justo para você e o cliente.
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