Modernismo, Le Corbusier e Brasil são palavras que combinam. Quer ver como? É só notar a presença dos cinco pontos da arquitetura moderna em várias obras espalhadas pelo território nacional. Nosso país recebeu forte influência dos 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier. Um dos princípios do arquiteto era adequar as construções futuras às necessidades do homem conforme o crescimento das metrópoles. Os seus projetos recebiam forte influência do movimento Bauhaus que predominava na Alemanha.
Com uma visão futurista, Corbusier foi o primeiro arquiteto a enxergar as transformações que a presença massiva dos automóveis iria exigir na construção e na arquitetura das cidades.
A partir dessa compreensão, trouxe uma nova perspectiva e a ideia de terrenos fluidos debaixo da construção, o que seriam os parques e estacionamentos nos projetos contemporâneos.
Olhando por essa perspectiva, não há o que discutir: os 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier continuam vivos e presentes nos projetos de muitos arquitetos atuais.
Le Corbusier, ao lado dos emblemáticos Mies van der Rohe, Oscar Niemeyer e Frank Wright, é considerado um dos mais importantes arquitetos do século XX. Trouxe para a arquitetura um conceito inovador e revolucionário, a partir de um projeto na França, a “Vila Savoye” que originou os 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier que inspiraram construções em várias partes do mundo – e continua até hoje.
Nesta postagem, vamos analisar em detalhes cada um desses 5 pontos da arquitetura modernista.
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5 pontos que revolucionaram a arquitetura
Estes são os 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier
- Fachada livre
- Janelas em fita
- Pilotis
- Terraço jardim
- Planta livre
Planta livre – espaços amplos e flexíveis
Entre os principais pontos destacados pelo arquiteto nascido na Suíça e radicado na frança, a planta livre é hoje um dos mais utilizados em projetos contemporâneos. A ideia é modificar o espaço da forma que quiser sem causar danos à estrutura do prédio. As colunas de sustentação ficam visíveis e independentes.
Hoje é muito comum aplicar a técnica, principalmente em lofts, apartamentos e prédios comerciais, pois proporciona flexibilidade em casos de mudanças no espaço. Se o desejo for separar ambientes, por exemplo, basta incluir divisórias de gesso ou no material que desejar.
Não foi apenas a planta livre que surgiu da mente de Le Corbusier em 1926 e tornou-se atemporal, um verdadeiro sinônimo de modernidade em projetos arquitetônicos contemporâneos. Os espaços integrados são uma extensão natural desse conceito.
No lugar das paredes e divisórias, os ambientes são definidos claramente por meio da escolha cuidadosa da mobília e da decoração de acordo com cada destinação dos espaços, sejam eles uma cozinha, a sala de estar ou o escritório.
mais interessante da planta livre é que ela traz a perspectiva de que espaços pequenos são maiores e mais claros. No entanto, esse conceito não contribui para a privacidade ou isolamento acústico, por conta da ausência de paredes.
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Fachada Livre – dinamismo e novas proporções
A fachada livre está entre os 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier que mais se destacam. Ela não possui vedações e divisórias em sua estrutura, podendo ser projetada em diversos formatos.
Na arquitetura contemporânea, encontramos projetos emblemáticos que foram inspirados na fachada livre, como o Edifício Copan na cidade de São Paulo.
Projetado pelo ícone Oscar Niemeyer com apoio do arquiteto Carlos Alberto Cerqueira Lemos, entre os anos 1951 e 1966, o prédio é imponente e composto pelas famosas linhas curvas de Niemeyer. Repleto de janelas, é considerado o maior edifício do Brasil em estrutura de concreto.
Outro projeto de Niemeyer inspirado na fachada livre é o Museu de Arte da Pampulha (MAP) localizado na cidade de Belo Horizonte no estado de Minas Gerais. Além da bela fachada livre modelada por espelhos, o arquiteto inclui os pilotis (pilares de sustentação) na entrada, outro dos 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier que vamos abordar a seguir.
Pilotis – amplitude para ir e vir
A construção livre e a ausência de paredes que bloqueiam a passagem e limitam a visão estão entre os principais conceitos de Le Corbusier. Seu terceiro princípio se refere aos pilotis, colunas que substituem as paredes na sustentação do edifício, muito difundida na construção contemporânea, tornando-se uma das marcas da arquitetura moderna do século XX.
Com os objetivo de permitir que as pessoas pudessem caminhar livremente nos espaços térreos, os pilares proporcionam uma visão ampla e maior espaço físico. Em países frios como os que se localizam na Europa e América do Norte, projetos com a presença da técnica receberam questionamentos por conta do conforto dos usuários, expostos a correntes de vento provocadas pelo espaçamento.
No Brasil, o conceito dos pilotis foi inspiração para construir edifícios importantes na história da arquitetura nacional, como o Palácio da Alvorada de Oscar Niemeyer e o Palácio Capanema, conhecido como o Ministério da Educação e Cultura (MEC) localizado no Rio de Janeiro.
Marco na arquitetura moderna brasileira, o projeto foi construído sob a consultoria de Le Corbusier e com a participação dos arquitetos Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Carlos Leão, Affonso Eduardo, Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira.
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Terraço Jardim – telhado se transforma em sala de recepção e lazer
O arquiteto franco-suíço achava um desperdício não aproveitar o espaço dos telhados e utilizá-los somente como proteção climática. Portanto, incluiu entre os cinco pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier transformar os esquecidos telhados em terraços úteis para os usuários em momentos de lazer, conhecidos como terraços jardim.
No lugar das telhas, pensou na proposta de incluir verde, bancos e um espaço de encontro entre os amigos para bater papo, tal como uma sala de visitas, só que ao ar livre. O icônico Palácio de Capanema também recebeu o conceito de terraço jardim, um dos principais projetos da arquitetura moderna brasileira de todos os tempos.
Janela em fita – quadros com a visão externa
Por fim, a janela em fita conclui os 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier. Com o propósito de ampliar a iluminação dos edifícios, a janela em fita recebeu um papel importante no design das construções e se tornou um recorrente na arquitetura contemporânea.
Rasgos de variadas geometrias e a presença dos vidros foram aplicados ao conceito, com muita qualidade técnica e beleza. As janelas em fita foi outro dos 5 pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier que prevaleceram no projeto Capanema, assim como nas construções de Niemeyer, com destaque para o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília.
Outro exemplo do uso da janela em fita e de outros pontos da arquitetura modernista é a Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, que, da mesma forma que o SESC Pompéia, citado acima, também está aberta à visitação.
E claro que não podemos esquecer do MASP, um dos ícones da arquitetura moderna brasileira.
Inspirador, certo? Aproveite e confira mais obras da incrível arquiteta modernista Lina Bo Bardi.
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