A CASACOR SP é a mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo mais importante da América Latina.
Em sua 35º edição, os visitantes vão poder conferir 59 ambientes modernos que trazem as tendências do ano e toda a personalidade de grandes profissionais renomados como Maurício Arruda, Catê Poli, Roberto Migotto, entre outros.
A Viva Decora esteve presente na CASACOR SP 2022 e trouxe 8 ambientes que se destacaram esse ano. Preparado(a) para conferir? Então, vamos lá!
Sobre a CASACOR SP 2022
No ano em que completa 35 anos, a CASACOR, a mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, leva a edição comemorativa de sua principal mostra para o coração de São Paulo: o Conjunto Nacional, um dos mais importantes marcos arquitetônicos da cidade, projetado há 63 anos pelo arquiteto David Libeskind.
A edição especial vai ocupar o mezanino, conhecido por seus brises, e o terraço aberto, que já abrigou o restaurante Fasano. São quase 10 mil metros quadrados, onde o masterplan, definido com a consultoria do escritório FGMF, preservou a beleza da estrutura existente e acomodou 59 ambientes.
A implantação promete surpreender ao abrigar 30 estúdios e lofts, 7 jardins e ilhas de bem-estar, 5 operações de restaurante, bar e café, 5 banheiros unissex, 7 lojas e operações comerciais, além de 2 ambientes funcionais (bilheteria e lounge) e 2 áreas de exposições artísticas – uma interna e outra que recebe a Exposição CASACOR 35 anos – num espaço tão emblemático da arquitetura moderna.
Qual é o tema deste ano?
Os curadores da CASACOR, Livia Pedreira, Pedro Ariel Santana e Cris Ferraz, amparados em pesquisas de tendências, definiram o conceito do ano, sintetizados no tema “Infinito Particular” e convidaram o elenco da mostra a refletir sobre a necessidade de projetar ambientes que priorizem o bem-estar físico, mental e espiritual, a harmonia, o equilíbrio e o conforto.
Confira nossa TOP 8 Ambientes da CASACOR SP 2022
1. Ilha de Conforto Golden Hour (Elaine Vilela)
Guiada pelo tema “Infinito Particular”, Elaine Vilela desenvolveu um projeto inspirado no conceito “golden hour”, que faz referência a um momento dourado e especial para estar com os amigos e recarregar a energia. Com 65 m2, o espaço tem como ponto de partida o desenvolvimento sustentável, ressignificação, simplicidade e originalidade.
O lounge tem um layout fluido e arrojado, que entrega a melhor experiência através da concepção de conforto e funcionalidade. Elaine aposta na composição de materiais que lembram da natureza e remetem a ela, para aguçar os sentidos e transportar as pessoas para um estado de reconexão e acolhimento, a fim de despertar o bem viver.
Para a paleta de cores, apostou nos tons terrosos e dourados, que são apresentados de uma forma leve e elegante. O ambiente traz a atemporalidade, que mistura memória afetiva, como protagonista e deixa em evidência as fotografias autorais assinadas pelo artista Melo Bastos e os mobiliários de design da Sacarro, de traços leves.
2. Praça Paulista Augusta (Catê Poli e João Jadão)
Integrar o frescor da natureza com a arquitetura moderna do Conjunto Nacional em um espaço confortável, foram alguns dos principais desafios da dupla de paisagistas Catê Poli e João Jadão ao assinar o ambiente Praça Paulista Augusta.
Com formas naturais e um pé-direito alto, o jardim de 200 m² conta com espécies de plantas próprias para o paisagismo indoor e proporcionam ao visitante a experiência de ter contato com um ambiente 100% real.
Para remeter ao tema deste ano – “Infinito Particular” – a dupla apostou também em um projeto funcional, que tem como um de seus pilares a sustentabilidade, com plantas tropicais e folhagens nativas que resistem a pouca iluminação e possuem baixo nível de manutenção.
Montado em vasos vietnamitas e floreiras metálicas, o jardim também possui iluminação cenográfica, que diminui as sombras e traz uma sensação acolhedora. O resultado é um jardim orgânico com diferentes nuances e camadas de verde em folhagens, arbustos e forrações que se utiliza da estrutura do espaço modernista como plano de fundo.
3. SERtão Portinari (Nildo José)
Um dos principais expoentes da nova arquitetura brasileira, Nildo José participa pela quinta vez da CASACOR São Paulo, desta vez com um ambiente assinado especialmente para a marca Portinari.
No projeto, o arquiteto assina o espaço “Sertão Portinari”, que teve como principal inspiração a obra “Cangaceiro”, do maior artista plástico brasileiro Candido Portinari, para a marca que conta com o nome inspirado no do artista. O ambiente para a mostra de decoração na edição 2022, também faz um resgate às origens de Nildo.
Logo na entrada no Sertão Portinari, os visitantes passarão por um pórtico revestido com a lastra Grand Metal. Uma escolha imponente para adentrar no espaço que valoriza os tons terrosos. A escolha das cores foi inspirada em uma paleta de tons própria presente nas obras do maior artista plástico brasileiro. A chegada apresenta rusticidade, elegância e encantamento. Um elemento reflete o ar da região sertaneja, com um grande Mandacarú que dá as boas-vindas.
Sob uma iluminação intimista que acolhe, o piso de todo o espaço é revestido com a coleção Boulevard e confere ao chão um aspecto de terra batida. Nesta paleta de cores predominantemente em tons terrosos, o monocromático é quebrado com um toque de alegria no azul do porcelanato Acqua, que representa o céu e a água.
É na promessa das chuvas que se cristaliza a fé do sertanejo. Viver a arte de viver a vida é ir além do óbvio, é enxergar com sensibilidade a beleza nos detalhes. Um olhar para a arte no dia a dia e, até mesmo, um sertão colorido e cheio de vida.
O projeto poetizado por Nildo José, traz ambientes integrados e fluidos, tendo como conceito principal a brasilidade. Com um olhar para interiores acolhedores, com menos itens e uma estética suave e fluída, é possível encontrar o equilíbrio entre as formas orgânicas e linhas retas.
4. Restaurante Tropical (Gustavo Paschoalim e Frederico Cançado)
Foi no sabor à vida, que o arquiteto Gustavo Paschoalim e Frederico Cançado buscaram inspirações para criar o “Restaurante Tropical” – um espaço para parar, curtir, socializar, bater ter um papo com amigos e, claro, apreciar um bom drink e a gastronomia nacional elaborada pelo Badebec-, sua interpretação do conceito “Infinito Particular”, tema da CASACOR SP 2022.
Localizado no melhor circuito da mostra paulista, na esquina da Alamedas Santos X Rua Augusta, o restaurante foi desenvolvido a partir dos traços delimitados para jardim, com referências da junção de um marco arquitetônico de David Libeskind, com curvas orgânicas inspiradas em Burle Marx.
Por se tratar de um prédio tombado, a revitalização realizada foi menos estrutural e mais focada em trazer comodidade e acessibilidade os visitantes/clientes. Para isso, Gustavo manteve a laje 100% aparente, pintando apenas o piso existente.
Essa base neutra, respeitando a “arte” da construção, permitiu trabalhar com o paisagismo, que ganhou um tratamento especial do paisagista Frederico Cançado, e arquitetura de uma forma em que fossem os principais elementos do ambiente.
O resultado é um lugar inusitado e sensorial, que conecta pessoas e natureza para melhorar o bem-estar. O espaço ganhou ainda mais personalidade com as peças desenhadas pelo profissional, lançadas exclusivamente para a mostra.
5. Casa Eté Duratex (Todos Arquitetura)
Em 120 metros quadrados, a CASA ETÉ DURATEX conta com área social ampla com sala, cozinha, jantar, home office e varanda, além da suíte completa. Ela revela aspectos dos lares genuinamente brasileiros, com elementos arquitetônicos e decorativos que remetem diretamente às casas do interior que temos na memória, com toda a sua informalidade, cores, diversidade e soluções.
Inserida no espaço do Conjunto Nacional, o projeto comporta uma estrutura no sistema Steel Frame, tecnologia com baixo impacto ambiental e pouca geração de resíduos durante a montagem. Para a fachada, a equipe da Todos criou um telhado de duas águas, fazendo uma conexão emocional imediata com o visitante da mostra.
Internamente, o forro inclinado possibilitou uma série de soluções geométricas que ora definem o desenho de claraboias para luz zenital, ora delimitam visualmente os espaços de convivência.
Ao buscar as referências para os materiais e acabamentos para este projeto, o escritório pensou nos diferentes estilos e personalidades, preocupando-se em criar formas de receber bem quem procurar inspiração para um “infinito particular”. Um pouco do que é a identidade do escritório aparece no encontro inusitado de materiais: quatro padrões
de MDF recentemente lançados pela Duratex – o padrão Riga pelo lado externo; o Azul Astral, da linha Velluto, no quarto; o padrão Trancoso emoldura o sofá rebaixado e o Oásis, outro lançamento da Coleção Desperte, reveste os painéis da cozinha.
O reforço chega também por meio dos veios e cores singulares das pedras nacionais, além do revestimento terracota da Cerâmica Portinari para o piso. O resultado nos transporta para o clima vintage dos anos 1960-1970 ainda vivo na nossa memória afetiva.
6. Café Modernista (Priscila Cox)
A arquitetura do Conjunto Nacional foi a principal inspiração para a concepção do “Café Modernista”, ambiente que marca a estreia da arquiteta Priscila Cox na maior e mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas, que acontece de 05 de julho a 11 de setembro.
Com 210m² de área interna e varanda, o ambiente irá abrigar a Dona Deôla, um dos cafés mais badalados, e que já se tornou ponto de encontro durante a CASACOR.
O modernismo se faz presente em todo o projeto, ora na esquadria da fachada, com suas linhas e proporções que percorrem o espaço interno, ora na escolha dos mobiliários e paleta de tons com grande influência do estilo Bauhaus e suas cores primárias, com predominância do azul, além do vermelho em detalhes da tapeçaria e o amarelo na marcenaria.
Com a ideia de mostrar o espaço original e manter a laje aparente, a iluminação foi um grande desafio, tanto o desenho quanto a potência. A arquiteta optou por usar grandes perfis de led correndo por toda a laje, trazendo uma potência muito bem calculada dado ao pé direito alto e paredes escuras.
A ideia é que a iluminação não ficasse nem muito clara, nem muito intimista. O acesso direto a uma varanda interna do Conjunto Nacional, que apesar de não ter iluminação natural, traz ventilação e ajuda na circulação de ar, ficou ainda mais convidativa com o verde trazido pela paisagista Marianne Ramos.
7. Casa Vértice Dunelli (Patricia Hagobian Arquitetura e Interiores)
O projeto foi construído num ponto privilegiado, na face norte do edifício, nas esquinas da Avenida Paulista com a Rua Augusta. O prédio, projetado por David Libeskind há 7 décadas, foi um dos pontos de partida para a criação da Casa Vértice Dunelli, na qual é possível notar diversas referências ao Conjunto Nacional.
O contraste entre materiais é um grande diferencial no trabalho da arquiteta Patricia Hagobian e, para manter essa característica, foram escolhidos revestimentos que instigam o toque e possuem um apelo visual capaz de gerar aconchego. Materiais nobres como lâminas sinterizadas, somam-se a lastras de grande formato e trazem um toque acetinado para os revestimentos de parede e bancada.
No piso, a opção pelo acabamento hard, normalmente utilizado em áreas externas, vem para quebrar o paradigma de que não pode ser usado em ambientes internos e, junto a textura rústica na parede, confere um visual inusitado e que colabora na construção do paralelo com o edifício, revisitando o conceito de integração de espaços públicos.
8. Terraço Helade (Luciano Zanardo)
Uma varanda com vista para a Avenida Paulista produzida com paisagismo inspirado no Mediterrâneo. Essas referências marcam o Terraço Helade, ambiente que o paisagista Luciano Zanardo, à frente do escritório Zanardo Paisagismo, apresentará na 35ª edição da CASACOR São Paulo.
Zanardo foi convidado para produzir a área externa do Restaurante Myk, referência na gastronomia grega na cidade que abraça todos os povos do mundo. No passado, o mesmo local já recebeu as instalações do tradicional restaurante Fasano.
Para representar uma das civilizações mais remotas da história, o paisagista mergulhou na leveza nas referências mediterrâneas ao explorar a naturalidade do branco combinado com as nuances de azul – que automaticamente nos remetem às paisagens com casinhas gregas que exploram essa paleta. Por sua vez, as espécies de plantas representaram, de forma fidedigna, a alegria das cores intensas e vivas com a lavanda, alecrim, oliveira, heras e o bouganville lilás.