A verticalização urbana consiste na construção de grandes e inúmeros edifícios. Essa mudança na paisagem urbana por sua vez, se deu mediante ao crescimento populacional dos grandes centros urbanos e a falta de território que, não tendo mais como se expandir horizontalmente encontrou no processo de verticalização uma alternativa para melhorar o planejamento urbano de uma região.
Grande parte dos especialistas em planejamento urbano concordam que a verticalização é um processo sem volta. Mas quais os reais benefícios e impactos que o processo de verticalização urbana traz para as cidades? Continue a leitura e saiba mais!
O que é verticalização urbana?
Mas, afinal o que é processo de verticalização? De forma simplificada, pode-se dizer que a verticalização urbana consiste na construção de grandes e inúmeros edifícios (de quatro pavimentos ou mais) nas grandes cidades.
No entanto, Mendes (1992) avança na definição e retrata que:
A verticalização é um processo intensivo de reprodução do solo urbano, oriundo de sua produção e apropriação de diferentes formas de capital, principalmente consubstanciado na forma de habitação, como é o caso do Brasil. Além da associação junto às inovações tecnológicas, que interferem no processo, alterando a paisagem urbana (MENDES, 1992, p.30)
Fonte: MENDES, C. M. O edifício no jardim, um plano destruído. A verticalização de Maringá. 1992. TESE (Doutorado em Geografia)—São Paulo: FFLCH – USP, 1992. 364f.
Somado as definições de Mendes (1992), podemos destacar a formulação conceitual de Ramires (1998)
Verticalizar significa criar solos, sobrepostos, lugares devida dispostos em andares múltiplos, possibilitando, pois, o abrigo em um local determinado, de maiores contingentes populacionais do que seria possível admitir em habitações horizontais e, por conseguinte valorizar e revalorizar estas áreas urbanas pelo aumento potencial de aproveitamento.
Fonte: RAMIRES, J. C. de L. O processo de verticalização das cidades brasileiras. Boletim de Geografia, v. 16, n. 1, p. 97–105, 1998.
Quais fatores viabilizaram o processo de verticalização urbana no mundo?
De acordo com Daniel McMillen, da Universidade de Illinois – Economista e especialista em economia urbana, duas invenções do século 19 foram as responsáveis por possibilitar a construção de edifícios cada vez mais altos, sendo elas: as estruturas de aço e os elevadores.
Ou seja, por meio dessas duas invenções criadas por volta dos anos 1880, cidades como Nova York e Chicago ganharam seus primeiros arranha-céus.
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Quais os benefícios associados à verticalização urbana?
Segundo especialistas no assunto, a verticalização urbana quando feita de forma planejada pode trazer benefícios para o meio ambiente, para a sociedade e para a economia da região. Afinal, quanto mais longe as pessoas vivem uma das outras, mais extensas devem ser as infraestruturas e mais altos devem ser os investimentos em urbanização.
Dessa maneira, a verticalização urbana quando planejada pode:
- Favorecer a concentração de investimentos do poder público;
- Trazer mais qualidade de vida e acesso à infraestrutura (rede de transmissão de energia elétrica, rede de saneamento básica, rede de coleta de esgoto, entre outros);
- Facilitar o acesso da população aos serviços públicos, hospitais, bancos, escolas, universidades, escritórios, comércios, igrejas, etc;
- Melhorar a mobilidade urbana, já que as pessoas morando perto dos seus respectivos trabalhos e demais serviços o deslocamento será menor;
- Permitir o controle da expansão urbana para áreas periféricas de forma a preservar as áreas verdes do entorno;
- Promove a valorização e o melhor aproveitamento do solo urbano;
- Minimizar a impermeabilização do solo, já que menos áreas irão sofrer com o asfaltamento e calçamento.
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Qual o problema da verticalização?
Por sua vez, quando a verticalização urbana é feita sem planejamento, além da poluição estética é possível destacar problemas de consumo de energia, saturação no sistema de abastecimento de água tratada, sobrecarga no serviço de coleta de lixo domiciliar, congestionamento da mobilidade urbana, seja de veículos particulares como do sistema de transporte público.
Somado a esses problemas, a verticalização urbana quando feita de maneira desordenada pode também contribuir com a formação do fenômeno conhecido como ilhas de calor – nome dado às cidades com elevado grau de urbanização que têm a temperatura maior do que as regiões rurais próximas.
Verticalização urbana no Brasil
Seja pelo aumento populacional ou pela prática do êxodo rural, uma coisa é possível afirmar: a construção de edifícios cada vez mais altos têm sido uma realidade em muitos estados do Brasil.
Só para você ter uma ideia, de acordo com o último Censo do IBGE, o número de apartamentos no Brasil cresceu 43% entre 2000 e 2010, passando de 4,3 milhões para 6,1 milhões.
No decorrer desse período, a ampliação considerável da demanda por terrenos e imóveis se deu principalmente pelos incentivos do governo quanto a ampliação dos investimentos nas áreas da construção civil, pelas facilidades de crédito e expansão de prazos para financiamentos habitacionais. Esse fato, por sua vez, só reforça o quanto a verticalização urbana tem impactado a população brasileira nos últimos anos.
Como podemos perceber a verticalização representa um avanço na forma de construir e que quando feita de maneira planejada pode trazer muitos benefícios para os grandes centros urbanos. No entanto, quando feita de forma desordenada os problemas podem ser claramente evidenciados.
Por fim, agora que você sabe o que é verticalização urbana, te convido a se aprofundar e conhecer mais um pouco sobre cidades inteligentes. Descubra os motivos que levam esse assunto a despertar cada vez mais o interesse do governo e da população.
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