O Edifício Martinelli está localizado entre as ruas São Bento, São João e Líbero Badaró, no centro da cidade de São Paulo.
Por muitos anos, o Edifício Martinelli foi o prédio mais alto da América Latina.
A fachada luxuosa, a ornamentação e as lendas que envolvem o prédio despertam a curiosidade dos amantes da arquitetura.
Não é a toa que a visitação no Edifício Martinelli é um dos programas mais procurados na cidade, e a boa notícia é que ele foi reaberto recentemente para visitas gratuitas todos os dias (incluindo domingos e feriados).
Ficou curioso para saber mais sobre a obra? Neste artigo, vamos contar a história e 11 curiosidades sobre o Edifício Martinelli. Acompanhe!
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História do Edifício Martinelli
A história do Edifício Martinelli se confunde com a história de São Paulo.
Para começarmos a entender a origem do Edifício Martinelli, é preciso conhecer a biografia do responsável pela sua construção, o italiano Giuseppe Martinelli.
Em 1893, aos 19 anos, o jovem imigrante que sempre teve o sonho de ser arquiteto chegou ao Brasil com seu irmão e começou a trabalhar como açougueiro.
Sua carreira começou a mudar quando ele foi convidado para trabalhar na empresa de exportação Fratelli Fiaccadori.
Foram muito anos de ascensão, até ele virar um grande empresário e chegar ao auge com a criação da Lloyd Nacional, uma companhia de navegação fundada em 1917.
Nos anos 20, Giuseppe Martinelli já era um dos homens mais ricos de São Paulo, e foi nessa época que ele decidiu realizar seu antigo sonho de arquitetura: uma obra impactante, que marcaria a cidade de São Paulo.
É aí que começa a história do Edifício Martinelli.
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O Edifício Martinelli foi inaugurado em 1929, após 5 anos de construção. O projeto foi idealizado pelo engenheiro-arquiteto húngaro William Fillinger e traz alguns traços da arquitetura francesa.
O Edifício Martinelli parecia uma loucura para muitos, tanto que o que mais se comentava entre os moradores de São Paulo é que o prédio cairia.
Os boatos se intensificaram ainda mais quando a fundação do Edifício Martinelli começou a minar água, um problema que foi solucionado com muita dificuldade.
Após a inauguração do Edifício Martinelli, a expectativas de Giuseppe Martinelli era de que a alta elite da cidade morasse no local, mas a crise de 29 fez com que muitos perdessem dinheiro, inclusive o próprio Giuseppe.
Foi então que o comendador precisou vender o Edifício Martinelli para a Itália devido ao acúmulo de muitas dívidas.
Afinal, o que funciona hoje no Edifício Martinelli? Hoje, o Edifício Martinelli é de propriedade da Prefeitura de São Paulo e abriga as Secretarias Municipais de Habitação e Planejamento, entre outras instituições e estabelecimentos comerciais.
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Edifício Martinelli: 11 curiosidades sobre a obra
1. Materiais importados
A maioria dos materiais usados no Edifício Martinelli foram importados, como o cimento, que veio da Suécia e da Noruega. Entre seus acabamentos luxuosos estavam as portas de madeira de lei e as escadas de mármore italiano.
2. Grande equipe
Foram necessários 600 operários para a construção do Edifício Martinelli, além de 90 artesãos (italianos e espanhóis) para o acabamento da fachada.
3. Medo da população
O medo de que o Edifício Martinelli desabasse durante a construção era tanto que a Prefeitura de São Paulo chegou a paralisar a obra. Giuseppe Martinelli então reuniu uma série de documentos, provando que o projeto era seguro.
4. Prova de fogo
Para provar que o Edifício Martinelli era seguro, em 1928, Giuseppe Martinelli se mudou do 9º andar (onde residia para acompanhar a obra) para a cobertura. Ele levou junto sua família, que até então morava no Rio de Janeiro.
5. Elementos originais
As portas e janelas que vemos no Edifício Martinelli hoje são as mesmas da inauguração. Os pisos no terraço são 80% originais. Já no interior do Edifício Martinelli, os lustres são réplicas.
6. Por que o Edifício Martinelli é assombrado?
Existe uma lenda que diz que o interior do Edifício Martinelli é mal assombrado. Essa fama vem dos anos 50, época em que ele ficou abandonado e foi cenário de muitos assassinatos, tráfico de drogas e prostituição.
7. Visitação no Edifício Martinelli
A visitação no Edifício Martinelli é um programa obrigatório para quem quer conhecer a arquitetura paulistana, e a boa notícia é que o mirante foi reaberto em 2019.
Como visitar o Edifício Martinelli?
Diariamente: 11h, 12h, 13h, 14h:30, 15h30, 16h30, 17h30, 18h30 e 19h30
Máximo de 15 participantes por visita/Inscrições no local 30 minutos antes de cada visita.
Endereço: Avenida São João, 35 – Centro (São Paulo/SP)
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8. Também abrigou um Cinema luxuoso
Como a construção do Edifício Martinelli acabou danificando a obra vizinha, Giuseppe comprou o imóvel e o transformou em cinema. O Cine Rosário foi projetado pelo filho do conde, Ítalo Martinelli.
O local ficava na parte inferior do arranha-céu. Ele causou frisson na cena artística paulistana por causa de seu tamanho e luxo.
9. E foi depósito de armas
Durante a Revolução de 32, o Edifício Martinelli foi usado para abrigar armamentos e baterias antiaéreas para defender São Paulo das forças do Governo da República.
10. Teve até boate!
Depois que Giuseppe Martinelli mudou-se do Edifício Martinelli, parte do prédio passou a abrigar a casa noturna Night and Day. Nos anos 60 e 70, o agito aumentou com a instalação do Club 220, especializado em bailes de Black Music.
Em 1981, após a desapropriação do prédio pela prefeitura, o Edifício Martinelli tornou sede do Museu da Cidade. A placa da solenidade ainda está lá.
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11. Tema de livro
A incrível história do Edifício Martinelli foi tema do livro “O Prédio Martinelli: Ascensão do Imigrante e a Verticalização de São Paulo”, de Maria Cecilia Naclerio Homem.
Confira nosso vídeo especial sobre o Edifício Martinelli
Edifício Martinelli: arquitetura
Confira alguns números que revelam a grandeza do Edifício Martinelli:
Números do Edifício Martinelli:
- 106 metros
- 30 andares
- 2133 janelas
- 12 elevadores
- 1057 degraus
- 960 salas
- 60 salões
- 247 apartamentos
O Edifício Martinelli é um marco na arquitetura brasileira, já que é o primeiro arranha-céu do país. Durante muitos anos, a obra também foi o edifício mais alto da América Latina.
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A estrutura do Edifício Martinelli é feita de concreto armado e tijolos. Seu estilo arquitetônico é uma mistura dos estilos usados na Europa naquela época, como o eclético e o beaux-arts.
Ele tem portas de pinho de riga, escadas de mármore de carrara, vidros, espelhos, papéis de parede belga, louça sanitária inglesa, entre outros materiais utilizados em construções da época.
Uma das características mais marcantes da arquitetura do Edifício Martinelli é a sua tonalidade rosa.
O corpo do edifício é pintado com três tons rosados e recoberto com uma massa de mesma cor, resultado de uma mistura de vidro moído, cristal de rocha, areia e pó-de-mica.
Essa característica deu ao Edifício Martinelli o apelido de bolo de noiva, dado pelo escritor Oswald de Andrade.
A arquitetura do Edifício Martinelli passou por uma grande reforma em 1975, sendo reformada novamente em 1979.
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