Toda instituição de ensino funciona como um polo disseminador de conhecimento. É importante que as pessoas compreendam que a educação não se trata exclusivamente de alunos, professores e livros – o ambiente físico também é importante.
A arquitetura escolar é um fator essencial para o bom aprendizado. Mas, infelizmente, a maioria dos seus prédios têm um projeto genérico, com poucos valores estéticos.
Prezar por um bom projeto de arquitetura escolar também é, sim, uma maneira de melhorar a educação.
Os novos tempos não combinam mais com espaços desconfortáveis e sem interatividade. Eles combinam com características mais humanizadas que inspirem as pessoas e dialoguem diretamente com o projeto pedagógico proposto.
É mais um recurso que as escolas podem utilizar para desenvolver cidadãos responsáveis e protagonistas dos próprios destinos.
No mundo, a arquitetura escolar está ganhando cada vez mais destaque e tem se tornado parte integrante do planejamento de gestores e mantenedores de colégios.
No Brasil, há muita discussão sobre qual é a melhor estrutura e disposição de móveis para salas de aula.
Vê-se que a maioria das instituições de ensino ainda opta pelo modelo clássico, com carteiras enfileiradas e um aluno sentado atrás do outro.
Veja neste post como a arquitetura escolar pode revolucionar o ensino nas escolas.
Conheça outros tipos de arquitetura:
- Arquitetura industrial sob uma nova perspectiva
- A arte de construir emoções através da arquitetura cenográfica
A relação do projeto pedagógico e a arquitetura escolar
Fica claro que, nesse sistema tradicional, o professor é a primeira e maior influência.
Em segundo plano está a pedagogia aplicada por ele, o material didático e os equipamentos fornecidos pela escola.
Em terceiro, o quadro social no qual o aluno está inserido.
E, por fim, mas não menos importante, o ambiente físico.
Portanto, a arquitetura escolar está nesta lista de coisas necessárias para o bom aprendizado.
Esse tipo de projeto só contemplará todas as necessidades – das pessoas e dos sistemas de ensino – se os arquitetos conhecerem os objetivos a serem alcançados.
E quais seriam?
Transformar todas as alocações comuns em ambientes mais vívidos, inspiradores e produtivos. Deixá-los mais confortáveis, bem ventilados, bem iluminados e sustentáveis. Ou seja, oferecer, ao máximo, saúde e segurança a todos.
Estes são os princípios básicos para um ensino de qualidade!
Ambientes bem cuidados, limpos, claros, bem equipados demonstram a valorização da educação e os usuários respondem com atitudes de respeito, cuidado e colaboração para a manutenção.
– Professora Doris Kowaltowski, da Unicamp, em reportagem de Is Cool App.
Algumas vantagens da arquitetura escolar bem planejada:
- Melhor comportamento dos alunos e colaboradores;
- Redução dos níveis de bullying;
- Construção menos exigente;
- Menor custo de manutenção com instalações físicas.
Pontos a serem avaliados para uma melhor qualidade ambiental nas escolas
Existem pontos que devem ser avaliados pelos arquitetos quanto às áreas de educação para garantir qualidade dos ambientes e boas percepções das pessoas.
A tendência atual aponta para medidas mínimas para atender às demandas das sociedades.
Primeiramente, é necessário pensar no conforto térmico e acústico, na iluminação e ventilação das escolas – tudo isso afetaria a concentração e o aprendizado dos alunos.
Os alunos precisam se sentir acolhidos e amar aquele lugar. E como se ama um lugar? Em geral tem algo estético (…) a qualidade da construção (…)
– Arquiteta Doris Kowaltowski, em reportagem de Casa Vogue.
É preciso ressaltar também as dimensões dos espaços.
Eles devem ser práticos e flexíveis, permitindo o desenvolvimento de diferentes comportamentos, como leitura e atividade física.
Se possível, deve haver a inclusão de elementos da natureza – que é sempre bem-vinda.
E também as cores, que criam uma atmosfera mais estimulante e ajudam na orientabilidade – mas é preciso ter cuidado para não pecar pelo excesso.
Crianças e jovens possuem diferentes formas de aprender.
Mas ambos necessitam de senso de pertencimento ao espaço.
Móveis de design inovador sempre conseguem fornecer sensação de bem-estar. As pessoas podem manuseá-los e personalizá-los e isso faz com que elas sintam-se parte da edificação.
Isso favorecerá também o processo de aprendizado, preparando melhor os líderes que farão diferença no futuro das cidades.
O espaço físico escolar também deve ser alvo de reflexão para que se consiga criar o ambiente ideal, mais propício ao aprendizado”, “Se ficarmos com a modelagem anterior, o aluno atual não se sente incluído, nem estimulado. Precisamos, portanto, pensar não apenas no conteúdo e nas práticas de ensino, mas também no design e arquitetura do ambiente escolar.
– Acedriana Vicente Sandi, diretora da Editora Positivo, em reportagem de Terra.
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Projetos de arquitetura de escolas
A arquitetura escolar caminha para tornar o ambiente educacional mais agradável, atrativo, seguro e integrado à comunidade.
Estão espalhados pelo mundo diversos exemplos de projetos arquitetônicos bem inteligentes, desde restauros a propostas pensadas do zero.
Alguns são tão impressionantes e inovadores que chegaram até a serem premiados.
Funcionais, coloridas e tecnológicas; as escolas apresentadas a seguir são exemplos de como um ambiente educacional bem projetado faz diferença no aprendizado.
Elas são motivo de inspiração para que outros profissionais também busquem formas de adaptar os espaços físicos tradicionais aos novos tempos.
Projetos de arquitetura de escolas no mundo:
- Centro de Desenvolvimento da Primeira Infância, El Guadual, na Colômbia;
Kennedy Child Study Center, a Branson School Student Commons e a LAUSD’s Elementary School, nos Estados Unidos.
- Kennedy Child Study Center;
- Branson School Student Commons;
- LAUSD’s Elementary School;
- Frederikshavn Mucipal School, na Dinamarca;
- Escola infantil Ary Payet School e a Creche de Orteaux, na França;
- Escola Alemã de Atenas, na Grécia;
- Abedian School of Architecture, na Austrália;
- Escola Flutuando no céu, na Tailândia;
- Escola de Educação Infantil e Berçário Hanazono, Okinawa, Japão;
- Obama Kodomoen, no Japão;
Projetos de arquitetura de escolas no Brasil:
- Beacon School II – Escola Bilíngue;
- Escola da Fundação Bradesco;
- Escola Estadual Jardim Morro Doce;
- Escola-berçário Primetime;
- Escola pública FDE de Itapevi;
- St Nicholas em Santana de Parnaíba, em São Paulo.
- Colégio Positivo Internacional em Curitiba, no Paraná;
Canuanã: a escola brasileira que ganhou o prêmio de melhor arquitetura escolar do mundo
O ano de 2018 trouxe um prêmio importante para a arquitetura escolar brasileira.
Uma reforma inovadora deu a Escola-Fazenda Canuanã o titulo de “melhor edifício de arquitetura educacional do mundo”, concedido pela premiação Building of the Year – realizada pelo ArchiDaily.
Localizada na área rural de Formoso do Araguaia, no Tocantis, a escola também funciona como um internato e mantém 830 alunos matriculados.
O arquiteto responsável pelo projeto é Marcelo Rosenbaum, que trabalhou em parceria com o escritório Aleph Zero e o Instituto A Gente Transforma.
Marcelo fez um estudo da cultura e valores da região e procurou resgatar a identidade indígena na obra. Os materiais utilizados foram o tijolos de adobe, a madeira e a palha.
Na decoração, foram utilizados quadros com grafismos indígenas produzidos pelos índios javaés, da aldeia Kanoanã.
Livros sobre arquitetura escolar
Existem algumas obras literárias que deveriam ser leitura obrigatória para arquitetos, professores, pais e gestores.
Elas contam, de modo geral, a evolução do ensino no mundo. Tratam de regras básicas de como realizar um bom projeto de arquitetura escolar e o que deve ser avaliado para uma melhor qualidade ambiental.
Ou seja, tudo que pode afetar o aprendizado de crianças, jovens e adultos.
São exemplos de livros sobre arquitetura escolar:
- ‘Arquitetura Escolar: o Projeto do Ambiente de Ensino’, de Doris Kowaltowski;
- ‘Edificios Escolares – Arquitetura Comentada’, de Miguel Juliano;
- ‘Arquitetura e Educação – Organização do Espaço e Propostas Pedagógicas’, de Ester Buffa e Gelson de Almeida Pinto;
- ‘Arquitetura e Escola’, de Eliane Gallo Aquino;
- ‘Architecture for Education’, de Robert Sharp e Mark Robbins; e
- ‘School Architecture – Containing Articles and Illustrations on School Grounds, Houses’, de Anon E. Mouse.
- ‘Linking Architecture and Education’, de Anne Taylor;
- ‘Architecture School – Three Centuries of Educating Architects in North America’, de Joan Ockman e Rebecca Williamson;
- ‘Contemporany Duth School Architecture’, de Dolf Broekhuizen e Ton Verstegen;
- England’s Schools’, de Elain Harwood e Delcia Keate;
- ‘Contemporany School Architecture in Slovenia’, de Maja Ivanic;
- ‘The Sarasota School of Architecture’, de John Howey.
Confira mais livros de arquitetura que você precisa conhecer:
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