A riqueza e a religiosidade da arquitetura portuguesa

A arquitetura portuguesa possui obras grandiosas, com grande destaque para a religiosidade.

Durante um período da história marcado por grandes navegações e muito comércio, os portugueses investiram na arquitetura para mostrar o sucesso econômico.

Foi nessa mesma época que Portugal descobriu as terras brasileiras. Não é difícil encontrar alguma construção do período colonial em nossas cidades, principalmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e algumas localidades do Nordeste.

Mas existem outros países que também foram colonizados pelo portugueses e ainda preservam suas obras. Ficou curioso para saber mais sobre a arquitetura portuguesa?

Neste artigo, vamos falar sobre sua história, desde a arquitetura clássica até a contemporânea, suas características e sua obras no Brasil e em outros países. Acompanhe!

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História da Arquitetura Portuguesa

A arquitetura portuguesa é marcada pela influência de vários povos que se instalaram no atual território português a partir do século III, como os suevos e os romanos.

Esses últimos foram responsáveis pela construção de grandes obras de infraestrutura que impactaram no desenvolvimento do país, como pontes, estradas e arquedutos.

Devido a invasão de muçulmanos a partir do século VIII, o país começou a receber a influência muçulmana na arquitetura com a construção de mesquitas e palácios. Os materiais mais utilizados eram taipa e, algumas vezes, alvenaria de pedra.

Já no século XII o estilo predominantes foi o românico. Nobres e monges franceses passaram a construir igrejas com o objetivo de retomar a fé cristã no país após a invasão muçulmana. Um exemplo de obra do período é a Igreja Sé Velha, em Coimbra.

Arquitetura Portuguesa: Igreja Sé Velha

O estilo gótico também esteve presente na arquitetura portuguesa, mas surgiu um pouco mais tarde em relação a outros países da Europa. O Mosteiro da Batalha é uma das construções mais expressivas do período.

Arquitetura Portuguesa: Mosteiro da Batalha

A arquitetura renascentista foi introduzida a partir do século XVI, mas não prosperou muito devido a evolução de outros estilos, como o maneirismo e depois o manuelismo – uma variação portuguesa do estilo gótico.

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Arquitetura Manuelina – O gótico português tardio

O estilo manuelino, também conhecido como gótico português tardio, teve origem no reinado de D. Manuel I em 1495. Naquela época, Portugal vivia uma fase muito próspera, já que as navegações pelo Oriente estavam gerando muitas riquezas e movimentando o comércio português.

Diante da excelente fase econômica, passou-se a investir mais em grandes construções. D. Manuel I usava as obras para mostrar à população o poder de Portugal diante do mundo

A ausência de transepto e cabeceiras retangulares são as principais características do estilo. Ele também se caracteriza pela aplicação de algumas técnicas de altura, como as abóbadas com nervuras polinervadas a partir de mísulas.

Ao ver obras do estilo manuelino, também é possível perceber que algumas são carregadas de elementos que remetem ao mar, uma referência às grandes navegações. Eles se misturam a símbolos religiosos e outros elementos vindos da arquitetura gótica.

Obras da Arquitetura Manuelina

 

Arquitetura Portuguesa: Torre de Belém

Arquitetura Portuguesa: Mosteiro dos Jerónimos

Arquitetura Portuguesa: Mosteiro de Jesus Setubal

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Arquitetura Barroca Portuguesa

A arquitetura barroca portuguesa teve início por volta de 1600. Assim como aconteceu com o gótico, o estilo também chegou de forma tardia ao país em relação a outros países da Europa.

Isso aconteceu porque Portugal vivia um regime absolutista em razão do domínio Espanhol. Foi uma fase de crise política e econômica, o que fez com que o país se fechasse para preservar sua identidade sociocultural.

O barroco na arquitetura portuguesa é marcado pelo dinamismo, contrastes marcantes, dramaticidade exacerbada, opulência e maior realismo, frequentemente voltado à espiritualidade.

Obras da Arquitetura Barroca Portuguesa

 

Arquitetura Portuguesa: Igreja de São Gonçalo

Arquitetura Portuguesa: Panteão Nacional – Igreja de Santa Inácia

Arquitetura Portuguesa: Capela do Senhor da Pedra

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Características da arquitetura portuguesa

A arquitetura portuguesa é uma mistura de todos os estilos que vimos até agora, com grande destaque para as obra religiosas. Porém, existe um elemento típico inconfundível em obras pelo mundo: os azulejos portugueses.

Azulejos portugueses

O azulejo é um dos principais símbolos da cultura portuguesa. Muitos edifícios, igrejas e casas são revestidos por esse material que retrata a história dos portugueses.

Arquitetura Portuguesa: Capela das Almas

Arquitetura Portuguesa: fachadas de casas portuguesas com azulejo azul

Mas quando ele passou a estar presente na arquitetura portuguesa? Em 1498, D. Manuel I fez uma visita à Espanha e ficou encantado com os azulejos que viu lá. Foi então que ele decidiu importar o material e utilizá-lo em sua residência, o Palácio Nacional de Sintra.

A chegada do azulejo em Portugal fez com que ele recebesse características dos estilos de arquitetura e arte que estavam presentes no período. Foi aí também que os portugueses começaram a usar uma técnica chamada majólica.

Originária da Itália, ela consiste na pintura direta no azulejo. Oficinas de cerâmica foram criadas e artistas passaram a criar estéticas para os azulejos.

Tipos de azulejos portugueses:

 

Arquitetura Portuguesa: Azulejo enxaquetado

 

Arquitetura Portuguesa: Azulejo de padrão

Arquitetura portuguesa: Azulejo grotesco

Arquitetura colonial portuguesa

 

Durante o século XVI, Portugal fez diversas expedições pelo mundo e teve diversas colônias. Além do Brasil, estão nesse grupo países da África do Norte, África Subsaariana, Índia, Oceania e Ásia Oriental.

Até hoje é possível encontrar nesse locais igrejas, residências e estruturas militares da época colonial, como fortes.

Arquitetura Portuguesa: Casa do período colonial em São Tomé e Príncipe

Arquitetura Portuguesa: Forte de São Jorge da Mina em Gana

A cidade de Goa, na Índia, lembra algumas cidades do interior do Brasil devido a suas obras da arquitetura portuguesa.

Arquitetura Portuguesa: Igreja em Goa (Índia)

Arquitetura Contemporânea Portuguesa

 

Não existe um período exato que define o surgimento da arquitetura contemporânea portuguesa, mas o Inquérito à Arquitetura Popular em Portugal, nos anos 50, é um fato importante nessa transição.

Trata-se de um grupo de arquitetos que reuniram-se para catalogar a arquitetura vernacular no território português.

Álvaro Siza Vieira, Jorge Ferreira Chaves, Manuel Taínha, Fernando Távora, Eduardo Souto Moura e Nuno Teotónio Pereira são os nomes mais importantes da arquitetura contemporânea portuguesa.

Ela é marcada pelo desconstrutivismo e minimalismo.

Obras da Arquitetura Contemporânea Portuguesa 

 

Arquitetura Portuguesa: Estoril Sol

Arquitetura Portuguesa: Casa da Música

Arquitetura Portuguesa: Museu de Arte Contemporânea de Serralves

Arquitetura vernacular portuguesa

A arquitetura vernacular portuguesa é muito rica e atrai turistas do mundo todo. Devido aos contrastes do território português, tanto em relação à topografia, geografia e clima, as construções vernaculares foram construídas a partir de uma mistura de diversas técnicas. Os materiais mais utilizados eram pedra, madeira e granito.

Arquitetura Portuguesa: Ilha dos Açores

Arquitetura Portuguesa: Residência em Bemposta

Arquitetura portuguesa no Brasil

A arquitetura portuguesa no Brasil misturou os estilos que existiam em Portugal na época e adaptou aos materiais que tínhamos aqui. As primeiras construções foram feitas a partir de 1530, com a criação das capitanias hereditárias e a fundação das primeiras vilas.

O urbanismo colonial se caracterizou pela adaptação do traçado das ruas, largos e muralhas para a construção de igrejas e conventos. Aliás, a construção de obras religiosas era algo comum em colônias portuguesas.

Geralmente elas eram construídas em lugares altos, como no alto de morros. Grupos religiosos como os Jesuítas, Beneditinos, Franciscanos e Carmelitas tinham em seus quadros arquitetos que realizavam os projetos.

Os primeiros templos religioso foram construídos no estilo maneirista, caracterizado por fachadas com figuras geométricas básicas, frontões triangulares, janelas próximas ao quadrado e paredes de pedra.

Um exemplo é a Igreja da Nossa Senhora da Graça, em Olinda (PE). Com o tempo, a arquitetura barroca e o rococó passaram a predominar nesses tipos de construções.

Arquitetura Portuguesa: Igreja Nossa Senhora da Graça, em Olinda

Não havia muitos elementos decorativos na partes externa, mas o interior costumava ser rico em pinturas, altares e azulejos. Em Minas Gerais, devido ao Ciclo do Ouro, temos as obras mais expressivas da arquitetura portuguesa no Brasil.

Uma curiosidade: Os azulejos não estão muito presentes nas obras religiosas mineiras. Seu transporte até a região era muito difícil devido à fragilidade do material. Por esse motivo, encontramos os azulejos portugueses com mais frequência nas obras no Nordeste e no Rio de Janeiro.

Obras da arquitetura portuguesa no Brasil

 

Arquitetura Portuguesa: Igreja de Santa Rita (RJ)

Arquitetura Portuguesa: Casa do Penedo (AL)

Arquitetura Portuguesa: Igreja Matriz de Santo Antônio (MG)

Arquitetura Portuguesa: Catedral de Santo Antônio, Diamantina

Arquitetura Portuguesa: Igreja Nossa Senhora do Rosário (MG)

A história da arquitetura portuguesa é muito interessante, não é mesmo? Qual a sua obra favorita? Compartilhe com a gente nos comentários!