A arquitetura em Porto Alegre é uma das mais antigas do país. É possível acompanhar sua trajetória histórica por meio das fachadas e obras arquitetônicas da capital do Rio Grande do Sul.
Desse modo, quem é entusiasta de temas como o nascimento das cidades irá encontrar na história da arquitetura e urbanismo brasileira muitas riquezas que podem ser retiradas dessa metrópole, nascida em função da colonização portuguesa no século XVII, mais precisamente, em 26 de março de 1772.
De modo geral, por meio de um esboço do apanhado construtivo em toda a sua região, historiadores, estudiosos e arquitetos que desejam se inspirar podem usar a arquitetura em Porto Alegre como exemplo.
É possível analisar a estrutura urbana de seu sistema comunitário, desde seu ideário de instauração, até os estágios de manutenção e maiores transformações ao longo dos seus quatro séculos de existência.
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Arquitetura em Porto Alegre: Movimentos estilísticos compõe um mosaico
Não é difícil traçar a linha histórica de cada movimento arquitetônico e estilístico vigente desde a época da fundação da capital gaúcha.
Assim, é possível aprender muito quando se olha os detalhes presentes em cada estilo e nos elementos que compõe a história dos edifícios e dos principais monumentos históricos da arquitetura em Porto Alegre.
De maneira fundamental, pode-se facilmente perceber que os primeiros projetos da arquitetura em Porto Alegre eram dotados de um estilo colonial português, e que pode ser encontrado ainda em qualquer casa ou apartamento em Porto Alegre construído em um prédio mais antigo.
Depois, com o passar do tempo, foi adotado o estilo neoclássico e também eclético, acompanhando as tendências mundiais, até que se chegou a uma arquitetura moderna em Porto Alegre.
Muitas facetas configuram Porto Alegre como uma metrópole importante na região sul do país no quesito arquitetônico, uma vez que esse mosaico de inspirações a caracteriza como uma cidade que aglutina um estilo híbrido internacionalizante, já que reúne diversos estilos em um único lugar.
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Arquitetura em Porto Alegre: 4 obras incríveis!
1- Casa Torelly
A Casa Torelly é sede da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, localizada no bairro Independência.
Com fachada contendo expressões cujo resultado é o estilo eclético, mas com elementos de inspiração positivista e outros derivados diretamente da Renascença, talvez seja o único imóvel de construção residencial urbana da cidade com tais características – o que a levou a ser tombada em 1987, ano em que foi completamente restaurada e passou a pertencer à Secretaria de Educação.
Desde 1993, a Casa Torelly é sede da Secretaria da Cultura porto-alegrense.
2- Fundação Iberê Camargo
O edifício-sede da Fundação Iberê Camargo é um marco para a arquitetura moderna em Porto Alegre. Vencedor do Troféu Leão de Ouro da 8ª Bienal da Arquitetura de Veneza, em 2002, teve investimento de R$ 40 milhões e contou com patrocínios de diversas empresas privadas.
A estrutura possui concreto branco, criado com pedras brancas do rio ao lado, e chama atenção pelas suas curvas e retas no exterior e no interior do prédio.
Junto com as curvas, diversos corredores e rampas vão da simetria à assimetria rapidamente, estreitando o diálogo com a natureza.
Todo o projeto foi elaborado sobre um terreno estreito, entre águas e pedras.
A estrutura é semelhante ao Guggenheim nova-iorquino, de 1959, e foi assinado por Álvaro Siza (autor), Bárbara Rangel e Pedro Polónia (coordenadores), Michele Gigante, Francesca Montalto, Atsushi Ueno e Rita Amaral (colaboradores).
Iniciado em 1998, foi finalizado somente em 2008.
A Fundação Iberê Camargo leva seus visitantes, assim que chegam, para subir de elevador até o último andar.
De lá, os visitantes vão descendo pelas rampas e desbravando as nove salas de exposição, distribuídas nos três andares superiores do prédio.
O sistema de iluminação do prédio é monitorado por sensores digitais baseados na luz externa que entra por uma claraboia disposta no último andar. É um sistema inovador que gera muita economia de energia.
A temperatura e a umidade da fundação é gerenciada por um sistema de monitoramento digital que garante a proteção do acervo. O sistema de ar condicionado produz gelo durante a noite, quando o custo de energia é mais barato. Esse gelo resfria todas as salas durante o dia.
Todas as paredes são feitas com lã de rocha, que isola termicamente o ambiente. Além disso, dentro das paredes passam tubos plásticos que correm água fria durante o dia para manter o prédio resfriado naturalmente.
O local possui, ainda, um sistema de aproveitamento de água de chuva, usada nas instalações de banheiros, esgotos e para regar as áreas verdes ao redor do projeto. Estima-se que todo esse sistema gera uma economia de 30% a 40% de energia do que um prédio comum.
3- Catedral Metropolitana de Porto Alegre
Construída em estilo renascentista, a Catedral Metropolitana de Porto Alegre foi projetada pelo arquiteto João Battista Giovanele, reunindo formas clássicas da arquitetura italiana.
Por ter espaço para a construção, Giovanele arquitetou a cúpula com um tamanho surpreendente – são 65 metros de altura e quase 18 metros de diâmetro (se pensarmos que a cúpula da maior catedral de Roma, Santo André Della Valle, tem 16,5 metros, podemos então entender que a da Catedral de Porto Alegre é maior do que de todas as catedrais de Roma)!
O tamanho total do prédio é de 30 metros de altura na fachada principal, sendo que suas torres chegam a 50 metros. O espaço foi construído pensando em acolher o maior número de pessoas possível, tanto que pode abrigar mais de mil pessoas sentadas.
Essa incrível obra da arquitetura em Porto Alegre começou a ser construída em 1921 e, em 01 de janeiro de 1922 foi celebrada a primeira missa no local.
Sua conclusão só foi realizada em 1986, quando todas as partes do projeto e pintura foram finalizados. Foram mais de 65 anos na realização da construção.
No interior das torres da catedral existem 6 sinos, cada um pesando cerca de 3.800 kg. O projeto dos mosaicos foi executado pela Academia de Mosaicos do Vaticano. O conjunto da obra apresenta cerca de dez mil nuances de cores.
4- Monumento ao Expedicionário
Conhecido também como Arco da Redenção, o monumento histórico foi uma homenagem aos “pracinhas” da Força Expedicionário Brasileira (F.E.B) enviados para a II Guerra Mundial.
A ideia que gerou sua criação foi escolhida em um concurso público para a elaboração de um “arco do triunfo”, lançada pelo jornal Correio do Povo.
Em 1946, foi escolhido o projeto de Antônio Caringi, também autor da famosa Estátua do Laçador. Sua construção, contudo, atrasou. Durante a realização do projeto a escolha do vencedor gerou divisão de opiniões.
Algumas pessoas alegavam que a estrutura do monumento projetado por Coringi não se parecia com um “arco do triunfo”, já que possuía duas entradas ao invés de apenas uma ou três. Depois de muita polêmica, a construção só conseguiu ser inaugurada em 1957, 11 anos depois.
A estrutura de bronze, uma figura feminina alegórica, foi inspirada nas estátuas de Atena. Além de estar equipada com armaduras, a estátua pisa em uma serpente passando uma ideia de vitória e bravura.
É visível a semelhança entre as imagens em relevo na lateral do Monumento ao Expedicionário, com o monumento situado na cidade de Hamburgo (Alemanha). Ambos apresentam soldados de uma maneira muito semelhante em relevo. O nome do projeto de Antônio Caringi era “Altar da Pátria” e, segundo ele, tinha duas aberturas justamente para gerar uma subversão do arco convencional.
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