É inegável a popularidade da arquitetura minimalista nos dias de hoje. Mas você já parou para pensar de onde e por que surgiu esse estilo?
O século XX é caracterizado pelo surgimento de novas tendências artísticas, assim como de movimentos de vanguarda.
Nos anos cinquenta e sessenta, após o período entre guerras, houve um repúdio às normas de representação tradicionalmente instituídas.
Veja também: O Que é Partido Arquitetônico? Entenda Sua Importância e Como Fazer
Não demorou muito para que os criativos interpretassem diferentemente o campo da arquitetura e do design.
Só que a arquitetura minimalista vai além.
Ela muda o cotidiano das pessoas, como um modo de vida.
Nas últimas décadas, ao se falar em contemporaneidade, logo vem em mente um tipo de arte mais “clean”, ou seja, mais limpa, clara, iluminada, básica.
É porque, em meio à rotina, as pessoas querem mesmo dar adeus aos excessos e focar apenas no que é fundamental, indispensável.
Veja nesta postagem o que é arquitetura minimalista, suas características, obras e arquitetos.
Saiba mais sobre um dos grandes arquitetos minimalistas: conheça a vida e obra de Mies van der Rohe
O que é arquitetura minimalista?
Arquitetura minimalista é uma tendência artística que surgiu da oposição de alguns profissionais à variação formal e cromática dos movimentos anteriores.
Não se sabe, precisamente, em que época ele começou.
As informações apontam para década de 1960, quando certos estilos passaram a influenciar espaços importantes, principalmente nos Estados Unidos.
Outros fatos fazem relação com o pós-modernismo na Europa.
Dessa época até meados dos anos oitenta, falava-se muito em ABC art ou minimal art.
Era o resultado de uma convergência cultural, entre heranças japonesas, escandinavas e outras influências.
Nas propostas, também se via traços do construtivismo russo, do cubismo e do neoplasticismo.
Isso iria mudar tudo o que se sabia sobre a arquitetura moderna.
Obras e arquitetos minimalistas
No campo da arquitetura minimalista, o trabalho de Gerrit Rietveld para a Casa Schröder é considerado como a primeira manifestação – relevante – do minimalismo.
Esse conceito também foi, posteriormente, desenvolvido por Mies Van der Rohe.
Na Casa Farnsworth, ou “Casa de Vidro”, por exemplo, ele integrou um volume envidraçado à paisagem, utilizando a transparência para trazer a natureza para os interiores.
Já no Pavilhão de Barcelona, Mies usou materiais como o aço e o vidro de forma bem extravagante, criando uma geometria totalmente pura – uma característica da arquitetura minimalista.
Essa sua obra, para a Feira Mundial de 1929, era para ser temporária, e por isso foi demolida.
Mas ela marcou tanto a história da arquitetura que precisou ser reconstruída no mesmo local, em 1980.
São outros exemplos de obras de arquitetura minimalista os projetos de Tadao Ando:
- 21 21 Design Sight, em Tóquio;
- Igreja da Luz, em Osaka;
- Universidade de Monterrey, no México.
Outros dos principais arquitetos minimalistas são:
- Michael Graves;
- Charles Moore.
- John Pawson
- Alberto Campo Baeza
- Luis Barragán
- Vincent Van Duysen
Agora, no Brasil, o Museu Brasileiro da Escultura, de Paulo Mendes da Rocha, possui uma expressão brutalista que pode também ser considerada como o melhor modelo de arquitetura minimalista no Brasil.
Principais características do minimalismo
Less is More.
– famosa frase do arquiteto Mies Van der Rohe.
Certamente, o minimalismo contrapõe os estilos clássicos e românticos.
Não só isso, essa tendência também se manifesta em prol de uma redução de todo o tipo de esbanjamento, como o emprego de elementos de ornamentação.
Tudo que é supérfluo é considerado desnecessário e, portanto, subtraído.
Como disse Mies Van der Rohe disse, “menos é mais”.
Algumas pessoas dizem que a ausência de certos elementos e tecnologias, como os sintéticos, o racionalismo e o uso de uma geometria clara e rigorosa, podem fazer a arquitetura minimalista parecer fria e desconfortável.
Pelo contrário, é justamente essa redução que faz com que seus ambientes sejam ainda mais charmosos e sofisticados – como também práticos.
São os pequenos toques que os deixam aconchegantes, pessoais e exclusivos.
(…) busca de uma arquitetura unitária, onde se utiliza um número de elementos, materiais e linguagens limitadas e articuladas de forma essencial.
– arquiteto Josep Maria Montaner, falando sobre o que entende-se por minimalismo.
Na arquitetura minimalista, os prédios e residências são simplistas, mas não simples.
Eles possuem ângulos retos, planos perpendiculares, superfícies espelhadas e layouts funcionais.
Os interiores têm pouquíssimos elementos decorativos.
E há muita luz natural, valorizada em sua incidência sobre os volumes, destacando espaços e elementos estruturais.
Aprenda você também a usar a luz a seu favor com nosso post sobre cálculo luminotécnico.
Menos é mais, na arquitetura minimalista.
Porém, sua capacitação deve passar longe de ser simplista.
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