A arquitetura japonesa encanta com sua simplicidade e, ao mesmo tempo, inovação.
Ao longo dos séculos, ela desenvolveu uma estética marcante tanto nas obras mais tradicionais como nas construções modernas.
Com a imigração japonesa no começo do século XX, o Brasil também foi influenciado pelo estilo, que caiu nos gosto de muitas pessoas que buscam conforto e beleza.
Com certeza você já se encantou com a arquitetura do Japão, mas será que você conhece todas as suas características?
Neste artigo, trouxemos um panorama geral da arquitetura japonesa tradicional, moderna e contemporânea. Acompanhe!
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História da arquitetura do Japão
O território japonês passou longos séculos sob o domínio de culturas asiáticas, principalmente da China. Diante dessa realidade, há muitas influências desses povos na arquitetura japonesa, tanto em relação aos materiais como às técnicas construtivistas.
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Templos budistas do Japão
Entre 538 e 710 d.C, o Japão viveu o período Asuka. Trata-se de uma época que trouxe transformações sociais e políticas relacionadas à chegada do budismo.
Vindo da China, a nova doutrina religiosa influenciou a construção de templos. Eles eram erguidos sobre bases de pedra, rodeados de areia e com muitas cores, baseados nos palácios chineses.
Também foram construídos pagodes, estruturas próximas ao templos que guardam relíquias.
O Byodo-in, o Todai-ji e o Seiganto-ji são alguns dos mais belos exemplos dessas obras.
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Castelos medievais do Japão
A partir do século VII, muitos castelos feudais foram construídos. Essas construções eram erguidas para defesa militar e demonstração de poder sob o povo, assim como foi na Europa com os castelos medievais.
Foram muitos séculos de batalhas entre povos nativos e invasores de outros países, e os castelos foram se modificando de acordo com as necessidades de cada época.
Suas características principais eram as estruturas de madeira e concreto, além da presença de fossos. Os castelos de Osaka, Matsumoto e Himeji são alguns exemplos dessas obras.
Uma curiosidade é que em 1873 foi aprovada uma lei que determinou a demolição de quase todos os castelos construídos na época feudal.
O governo Meiji, vigente na época, alegou que não havia mais a necessidade de mantê-los, pois eram uma lembrança do feudalismo. Além disso, havia o desejo de modernizar o país.
Dos 170 castelos do período Edo, 2/3 foram destruídos, além daqueles que desabaram devidos a incêndios, terremotos e os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Hoje existem 12 castelos que permanecem com elementos da estrutura original. Eles são protegidos por leis japonesas e abrigam museus que contam a história local.
Características da arquitetura japonesa
A partir do século IX, os elementos da arquitetura chinesa estavam totalmente assimilados. Foi nesse período que o estilo próprio japonês começou a surgir.
Quando falamos da arquitetura japonesa tradicional, grande parte das obras é feita de madeira e são levemente elevadas do chão.
Além de ser uma influência das obras chinesas, o uso desse material proporciona um maior conforto térmico e segurança em casos de terremoto.
O templo Horyuji, originalmente construído em 607 e reconstruído logo após um incêndio em 670, possui a estrutura em madeira mais antiga do mundo.
Outra característica marcante da arquitetura japonesa tradicional é a leveza nas cores dos ambientes.
Predominam os tons mais neutros, além de materiais com estruturas leves, feitas por barras de bambu e papel de arroz. Provavelmente você já deve ter visto obras com a cor vermelha, mas ela só aparece em casas que tiveram moradores ricos.
Devido a leveza dos materiais, as paredes eram apenas simples divisórias, pois não suportavam cargas maiores. Essas característica possibilitava maior flexibilidade aos ambientes – era possível deslocá-las e reconfigurar o local.
O piso é feito de Tatami, um revestimento tradicional do país utilizado desde o Período Muromachi. Já as janelas das casas tradicionais eram feitas com o shoji, uma estrutura de madeira coberta por um papel translúcido.
Quando falamos da arquitetura japonesa tradicional, o beiral ganha destaque. Além de servir como elemento decorativo, ele também protege a casa dos raios solares e água da chuva.
Também vale destacar que a arquitetura tradicional japonesa é orgânica, pois procura uma harmonia estética e estrutural com a natureza.
A beleza da arquitetura moderna do Japão
A arquitetura moderna no Japão, muitas vezes, passa bem longe dos 5 pontos da arquitetura moderna definidos por Le Corbusier. Na verdade, o termo serve para definir o avanço dos estilos arquitetônicos no país a partir do século XX.
O que se destaca quando analisamos as obras no país é arquitetura contemporânea japonesa.
Além de algumas seguirem o estilo high tech, as obras são marcadas pela criatividade nos cortes, cores neutras e integração entre os ambientes internos e externos.
Sem dúvida, os avanços tecnológicos do país são os responsáveis por essas características, pois possibilitam explorar a criatividade.
Não é à toa que a maioria dos arquitetos ganhadores do Prêmio Pritzker são japoneses.
Existem alguns nomes que se destacam quando falamos de arquitetura moderna no Japão, como Tadao Ando, Toyo Ito, Ryūe Nishizawa, Kengo Kuma e Sou Fujimoto. Confira suas obras:
Tadao Ando
- Igreja sobre a água
- Nagaragawa Convention Center
- Igreja da Luz
Toyo Ito
- Sendai Midiateca
- Toyo Ito Museum of Architecture
- Tama Art University Library
Ryūe Nishizawa
- Casa Moryama
Kengo Kuma
- Asakusa Culture Tourism Center
- Museu Ponte de Madeira Yusuhara
Sou Fujimoto
- Casa N
- casa NA
- House Before House
Arquitetura japonesa no Brasil
A imigração japonesa no Brasil começou no início do século XX. A maior concentração de imigrantes está no sul e sudeste, regiões onde a arquitetura japonesa brasileira se destaca.
As cidades de Tomé-Açu (PA), Ivoti (RS) e Assaí (PA) são exemplos de localidades brasileiras colonizadas pelos japoneses.
Nesse locais, é possível observar que as casas têm algumas características da arquitetura do japão, como telhados semelhantes a beirais e a elevação do solo.
É impossível falar da arquitetura japonesa no Brasil sem citar o bairro da Liberdade (SP).
A região é o maior reduto de japoneses fora do Japão. Lá a arquitetura é tipicamente oriental, curiosidade que atrai turistas e encanta os amantes da cultura japonesa.
E aí, qual a sua obra favorita da arquitetura japonesa? Compartilhe com a gente nos comentários!