A arquitetura italiana é o berço de estilos arquitetônicos que influenciaram a Europa durante vários séculos.
Foi lá que surgiu o movimento renascentista, que revolucionou a forma como os arquitetos criavam as obras — colocando suas ideias e estilo próprio.
Além disso, a Itália também é a responsável pelo surgimento do estilo barroco, que trouxe toda a riqueza dos detalhes, curvas e preciosidade dos materiais.
Sem dúvidas, as obras da arquitetura italiana antiga são as mais relevantes em sua história, mas as obras modernas também são um destaque desse país que está tão presente na cultura brasileira.
Essa presença é tão forte que temos várias cidades fundadas por italianos. Quer conhecer uma delas? Então, prepare-se!
Neste artigo, vamos mostrar as características da arquitetura italiana, principais estilos, as obras da arquitetura moderna e contemporânea e a sua influência no Brasil. Boa leitura!!
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Características da arquitetura italiana
A arquitetura italiana é uma das mais ricas do mundo, pois incorporou vários estilos ao longo dos séculos.
Quando falamos sobre a arquitetura italiana antiga, que também é conhecida como arquitetura romana, uma das primeiras características que podemos destacar é o uso de colunas e domos.
Essa é uma influência da arquitetura grega que, somada ao conhecimento dos povos etrusco e muçulmano, deu origem a diversas obras.
Outra influência dos gregos na arquitetura italiana antiga é o uso do mármore, que é o material utilizado em diversos templos romanos. Os Templos em Paestum e o Templo de Hércules Victor são alguns exemplos de obras clássicas.
O Panteão Roma, é o maior e mais bem preservado templo romano sobrevivente.
Uma das obras mais famosas da arquitetura romana é o Coliseu de Roma. Trata-se de um enorme anfiteatro que teve a sua construção iniciada no ano 72 d.C e demorou 8 anos para ser concluído.
Uma curiosidade é que, durante a Idade Média, o mármore e o bronze usados na sua construção foram sendo roubados aos poucos e usados para decorar igrejas e monumentos católicos.
Alguns peças foram utilizadas até mesmo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, que veremos ao longo do texto.
O renascimento italiano na arquitetura
O período de Renascimento aconteceu na Europa entre meados do século XIV e o fim do século XVI.
Ele representou diversas mudanças no mundo, como a transição do feudalismo para o capitalismo, e impactou diversas áreas como as artes, a filosofia, a ciência e, claro, a arquitetura.
Diferente da arquitetura medieval, onde as obras eram construídas principalmente para proteção contra os inimigos, durante o renascimento os arquitetos começaram a sua profissionalização de fato.
Eles passaram a assumir um estilo pessoal, inspirado principalmente na arquitetura clássica. O renascimento italiano deu o pontapé inicial para que o movimento se espalhasse pelo mundo.
A cúpula da catedral Santa Maria Del Fiore, projetada pelo arquiteto e escultor Filippo Brunelleschi, é considerada o primeiro projeto da arquitetura renascentista. Isso porque ele teve o desafio de solucionar um problema referente a um vão que impedia a construção da cúpula.
O fato de ter observado a situação (uma obra que já existia há séculos) e interferido naquela realidade buscando a solução marcou a história da arquitetura.
A cúpula da catedral Santa Maria Del Fiore é a primeira com estrutura octogonal no mundo.
Outra obra famosa do renascentismo italiano é a Catedral de São Pedro, projetada pelo arquiteto Donato Bramante.
Ela mistura elementos renascentistas e também barrocos, marcando a transição de um estilo para o outro no país.
Trata-se do maior e mais importante edifício religioso do catolicismo e um dos locais cristão mais visitados do mundo.
Um dos arquitetos renascentistas com o maior número de obras é Andrea Palladio. Sua produção está toda na região do Vêneto, com um bom número de construções na cidade de Vicenza e Veneza.
A Villa Capra, a Basílica Palladiana e a Vila Bárbaro são alguns exemplos de suas obras.
A Capela Sistina
Uma das obras mais famosas da arquitetura italiana antiga é a Capela Sistina. Seu nome é em homenagem ao Papa Sisto IV, que iniciou a sua construção com a reforma da Antiga Capela Magna.
O projeto, inaugurado em uma missa em 1483, é de autoria do arquiteto e escultor Baccio Pontelli e foi inspirado no Templo de Salomão. A decoração do seu interior foi feita por pintores e escultores italianos renascentistas, entre eles, Michelangelo e Botticelli.
Seus afrescos (pinturas feitas nas paredes) retratam cenas do Velho e do Novo Testamento, como a passagem de Moisés pelo Rio Vermelho e a Santa Ceia. Na abóbada estão os famosos afrescos de Michelangelo, representando a criação de Adão.
Características da arquitetura renascentista:
- Preocupação com proporções
- Visão humanista e racionalista
- Retomada dos modelos clássicos
- Predomínio das linhas horizontais
- Busca da perfeição e da beleza
O barroco italiano na arquitetura
A arquitetura barroca nasceu na Itália e teve forte presença nos séculos XVI e XVIII. Esse estilo foi predominante nas Igrejas, que aumentaram seu número durante a Contrarreforma (movimento de resposta a Reforma Protestante).
Diferente do renascimento, o barroco italiano não se preocupava muito com a simetria, e sim com a imponência mostrada por meio algumas características, como o uso de meandros, materiais preciosos, colunas e elementos construtivos que priorizavam o efeito decorativo.
O teto elevado dava a dimensão do infinito, e as janelas com bastante entrada de luz solar iluminavam as esculturas, dando maior realidade às peças.
Tudo isso tinha o objetivo de despertar a emoção das pessoas e passar a sensação de grandeza — uma manifestação do poder da igreja.
O movimento começou em Roma e se expandiu pela Europa, aparecendo também em países como Portugal, França, Inglaterra, Alemanha, Espanha e Áustria.
Obras da arquitetura barroca italiana
- Fontana di Trevi
- Sant’Agnese in Agone
- San Marcello al Corso
- San Carlo alle Quattro Fontane
Arquitetura italiana moderna
A arquitetura italiana é conhecida mundialmente por suas obras clássicas e monumentais, por isso, é difícil encontrar nas ruas grandes obras de estilos arquitetônicos mais modernos ou contemporâneos.
Um fato curioso é que muitos arquitetos italianos famosos não têm tantas obras expressivas no próprio país, com Renzo Piano e Lina Bo Bardi.
Quando falamos sobre a arquitetura italiana moderna, é preciso destacar a Torre Velasca. Projetada pelos arquitetos Luigi Banfi, Lodovico Barbiano di Belgiojoso, Enrico Peressutti e Ernesto Nathan Rogers, ela foi construída entre 1956 e 1957.
A obra, inspirada nas tradicionais torres renascentistas, é considerada um símbolo da arquitetura italiana moderna e o primeiro arranha-céu do país.
Até agora falamos de grande construções, mas as casas italianas também merecem destaque quando falamos de arquitetura moderna.
Um exemplo é o projeto do arquiteto Giuseppe Raboni, na região da Toscana. A casa é formada por três cubos com ampla janela de vidro que dão uma vista ampla para a piscina e a bela região em volta do imóvel.
Falar sobre arquitetura moderna é lembrar de Oscar Niemeyer, não é mesmo? Suas obras estão presentes em vários países do mundo, entre eles, a Itália. Ele é o responsável pelo projeto da sede da editora italiana Mondadori.
Qualquer semelhança com o Palácio do Itamaraty não é mera coincidência, já que o presidente da editora solicitou que a obra fosse parecida com ele.
Outros exemplos de arquitetura moderna e contemporânea no país são a Igreja do Jubileu, de Richard Meier e o Museu Nacional de Arte do Século 21, de Zaha Hadid.
Arquitetura Colonial Italiana
Influência da arquitetura italiana no Brasil
A imigração italiana no Brasil teve seu ápice entre 1880 e 1930. A vinda dos italianos trouxe várias influências para a nossa culinária, artes, linguagem e arquitetura.
Os imigrantes se estabeleceram em maior número nas cidades localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e no Sul do país. Além da influência nas casas, podemos observar diversos edifícios projetados por arquitetos italianos.
No centro de São Paulo, por exemplo, está localizado o Edifício Matarazzo, projeto revisado pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini. Ele tem o estilo neoclássico simplificado, utilizado na Itália na década de 30.
Na mesma região, encontramos também o Viaduto Santa Ifigênia, projetado pelos Italianos Giuseppe Chiappori e Giulio Michetti. Inaugurado em 1913, ela tem bases de concreto e arcos metálicos que dão a impressão de leveza.
Uma curiosidade é a cidade de Pedrinhas Paulista, no interior do estado de São Paulo. Fundada por italianos, ela tem várias obras com características da arquitetura italiana.
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Arquitetura italiana no Sul do Brasil
Os italianos que imigraram para o Sul do país sentiram a necessidade de criar seus próprios abrigos. Os italianos recebiam um lote relativamente pequeno que devia ser reembolsado para o governo depois de um determinado período.
Inicialmente as obras tinham características da arquitetura vernacular, como o uso de pedra, tijolos e madeira.
Por conta disso, as construções eram pequenas, com uma ou duas janelas, uma única porta e telhas de madeira lascada.
Com o passar dos anos e a estabilização dos imigrantes, as casas passaram a ficar mais confortáveis e a decoração passou a servir como um meio de afirmação cultural.
As casas da arquitetura italiana começaram a receber mais pavimentos, andares e alguns materiais industrializados como vidro e telhas. As cidade de Bento Gonçalves, Farroupilha, Antônio Prado e Gramado são algumas que têm a maior presença da arquitetura italiana.
A base essencialmente artesanal, a inserção harmoniosa com o entorno e o uso de cores vivas nas fachadas são algumas das principais características da arquitetura italiana no sul do país.
Casas da arquitetura italiana no Sul do Brasil
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