Qual é a primeira coisa que vem a sua cabeça quando o assunto é arquitetura indiana? Provavelmente é o Taj Mahal, uma grande obra da arquitetura mogol que foi considerada uma das novas 7 Maravilhas do Mundo.
Ou talvez seja as belas construções hindus, cheia de cores, estátuas e elementos, muitas vezes, ousados. Alguns também podem lembrar dos templos budistas, localizados no alto das montanhas e isolados do caos da grandes cidades.
A realidade é que a Índia tem uma história arquitetônica muito rica, que mistura várias crenças, técnicas construtivistas e a busca pelo equilíbrio espiritual.
Neste artigo, você vai conhecer a história da arquitetura indiana, seus vários estilos de arquitetura sacra e descobrir como é a cidade indiana planejada por Le Corbusier. Acompanhe!
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História da arquitetura indiana
A história da Índia tem início há cerca de 34 mil anos. O país é uma civilização da idade do bronze que surgiu na mesma época de outras civilizações do oriente médio.
O século VI a.C é o começo da fase mais registrada da civilização indiana.
2500 anos depois, a Índia iniciou a civilização clássica, que segundo historiadores tomou conta de ⅓ a ¼ da economia mundial entre os séculos I e XV depois de Cristo.
Após esse período, declinou rapidamente por conta do domínio britânico.
Quando falamos sobre a arquitetura Indiana, podemos dividi-la em dois períodos históricos: idade antiga e moderna.
Arquitetura Indiana da Idade Antiga
Arquitetura Budista
A arquitetura budista é a responsável pela construção de belas obras da arquitetura indiana. Essas estruturas eram espaços sagrados destinados a adoração de Buda e ao armazenamento de suas relíquias.
Elas são divididas basicamente em 3 tipos: Mosteiros (viharas), Stupas e Chaityas.
Muitos mosteiros foram criados a partir do corte de rochas. Algumas são adornadas com esculturas de pedra e representam evoluções significativas na engenharia e artesanato na história do mundo.
Houve muita evolução ao longo dos anos e a construção dessas estruturas começou a receber elementos estruturais, como tijolos.
Quando missionários budistas passaram a usar cavernas para moradia, houve uma evolução nas técnicas construtivistas e esses espaços começaram a dar lugar a templos.
À medida que a religião crescia e encorajava o envolvimento do comércio, as estruturas foram evoluindo para oferecer hospedagem em rotas de comerciantes.
Nesse período, fachadas, pilares e arcos começaram a ser adicionados às construções.
Obras da arquitetura budista:
- Caverna de Kanheri
- Caverna de Bhaja
- Stupa Sanchi
- Stupa Dhamekh
- Monastério de Hemis
- Monastério de Lamayuru
- Monastério de Rizong
Arquitetura Hindu
A arquitetura Hindu tem uma variedade de estilos e, assim como a arquitetura budista, tinha como objetivo a criação de espaços sagrados de adoração – nesse caso, a várias divindades.
Os Hindus também criaram belos templos em rochas e cavernas. Por volta do período da Idade Média, eles passaram a escolher outros locais para a construção de seus espaços religiosos.
Uma das principais características da arquitetura hindu é a presença de muitas imagens de deuses, animais e até mesmo dos homens.
Isso acontece porque eles acreditavam na harmonia entre todos os seres do Universo. Além disso, segundo a tradição, “ver” a ação dos deuses por meio das imagens fazia com que as pessoas participassem da própria ação divina.
Outra característica da arquitetura Hindu são as esculturas eróticas presentes na cidade de Khajuraho. Nos templos em que elas estão presentes, é possível vê-las apenas na parte externa.
Uma das explicações para isso é que os visitantes devem colocar a devoção aos deuses como ponto central em suas vidas, deixando os desejos sexuais de fora.
Muitos atribuem essas imagens ao livro Kama Sutra, mas não existe nenhuma correlação oficial entre as obras e o livro escrito pelo filósofo hindu Vatsyayana no século IV.
Obras da arquitetura Hindu:
- Cavernas de Elephanta
- Templo Ellora
- Templo Lingaraja
- Templo em Khajuraho
- Templo Meenakshi Amman
Arquitetura Mogol
A partir do século VII, a religião islâmica começou a se espalhar pela Ásia. Vários países receberam influência de sua arquitetura, em que predominavam as Mesquitas, os túmulos, os palácios e os Fortes. Na Índia, surgiu o estilo Mogol, que deu origem a uma das obras mais conhecidas do país, o Taj Mahal.
Ele foi classificado pela Unesco como um dos patrimônios da Humanidade e também foi eleito como uma das novas 7 Maravilhas do Mundo, em 2007.
Trata-se de um Mausoléu construído entre 1632 e 1653 na cidade de Agra. O imperador Shah Jahan mandou construí-lo em memória de sua esposa favorita.
Características arquitetônicas do Taj Mahal:
- cúpula costurada a fios de ouro
- pedras semipreciosas
- esculturas
- caligrafia
- decoração geométrica abstrata
- motivos vegetais
Obras da arquitetura mogol
- Túmulo de Itimad ud Daulah (Mini Taj)
- Templo de Humayun
- Tumba de Isa Khan
- Mesquita Badshahi
Arquitetura Indiana na Idade Moderna
A partir do século XVIII, a Índia passou a ser colonizada por países europeus (Portugal, Holanda, França e Grã-Bretanha). Esse período marca o começo da arquitetura indiana moderna.
A cidade de Goa foi proclamada a capital portuguesa na Índia. Sua arquitetura lembra a de algumas cidades do interior do Brasil devido as igrejas em estilo barroco.
Entre todos os países, a Grã-Bretanha é o que teve a presença mais significativa na Índia. Sua dominação durou mais de 300 anos e impactou a arquitetura de cidades como Madras, Calcutá, Bombaim, Déli, Agra, Bankipore, Karachi, Nagpur, Bhopal e Hyderabad.
Houve uma mistura de estilos utilizados na arquitetura inglesa na época, como o neogótico, com elementos da arquitetura indiana. Uma das obras mais expressivas do período é Estação Chhatrapati Shivaji.
Obras da arquitetura indiana da idade moderna
- Portal da Índia
- Rashtrapati Bhavan
- Templo de lótus
Chandigarh: a cidade indiana projetada por Le Corbusier
Chandigarh é a capital dos estados do Punjabe e de Haryana. Fundada em 1947, ela foi projetada pelo grande arquiteto Le Corbusier. Ele dividiu a cidade em 60 setores ligado por largas avenidas.
Cada um deles funciona de forma autônoma, com seu próprio comércio, templos e escolas.
Assim como a maioria das cidades planejadas no mundo, Chandigarh é um exemplo de sucesso. Diferente da maioria das cidades indianas, marcadas pelo caos no trânsito e outros problemas urbanos, ela é considerada por muitos a melhor cidade do país.
Além dos parques e lagos, um diferencial do local é a limpeza de suas ruas – algo raro na Índia.
Chadugarh é mais um exemplo de como as cidades planejadas no mundo podem oferecer mais qualidade de vida para os habitantes. Se interessa pelo assunto? Aproveite para conferir também as mais belas cidades planejadas no Brasil.