Arquitetura contemporânea compreende todos os estilos arquitetônicos vigentes depois do Modernismo, a partir da década de 80 e 90 do século XX. A arquitetura Pós-Moderna e Sustentável são alguns exemplos de estilos de arquitetura contemporâneos.
A arquitetura contemporânea surgiu no final dos anos 80 e está presente até os dias de hoje.
É quase impossível definir a arquitetura contemporânea com poucas palavras. Por isso, aquele que quiser entender melhor seu surgimento deve fazer um resgate histórico.
Que tal começar conferindo estes posts de nosso blog?
- Tudo o que você precisa saber sobre os estilos de arquitetura que marcaram cada época
- O desconstrutivismo na arquitetura e suas obras que libertaram o mundo dos ângulos retos e tradicionais
- Arquitetura minimalista: o estilo que revolucionou a arte e se tornou uma tendência mundial
- A imponente arquitetura barroca e seu maior expoente, Aleijadinho
Neste artigo, vamos falar sobre a história da arquitetura contemporânea, suas principais características, as obras mais importantes e explicar qual a diferença entre contemporaneidade e modernidade. Acompanhe!
A evolução da arquitetura da Revolução Industrial ao modernismo
A Revolução Industrial, iniciada em 1760, mudou a construção civil.
Aproximadamente cem anos depois, os artistas já buscavam novas formas de abordar problemas projetuais.
Uma das obras mais importantes desse período é o Palácio de Cristal, idealizado por Joseph Paxton.
Ele foi construído em 1851, para a Exposição Universal de Londres, e representou um avanço na arquitetura moderna.
No final do século XIX, muitas tecnologias estavam mais aprimoradas, como os sistemas estruturais em vidro e aço.
Um pouco disso foi mostrado na Exposição Internacional de Paris, em 1889. É nela que foi apresentada a Torre Eiffel, de Alexandre Gustave Eiffel, construída em ferro forjado e atingindo uma altura de 305 metros.
Ao mesmo tempo em que certos estilos de artes decorativas eram criados, como o Art Nouveau, o design de edifícios começava a destacar-se pelo funcionalismo.
Anos depois, no início do século XX, apareceu o neoplasticismo e o grupo holandês De Stijl. Na década de 1920, surgiu a Escola de Weimar – chamada de Bauhaus – e muitas outras vanguardas modernas europeias.
Arquitetura moderna: Art Nouveau
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Arquitetura moderna: Neoplasticismo
Na América Latina, houve um momento decisivo que marcou a arquitetura contemporânea na região: o apoio de Le Corbusier a dois jovens arquitetos modernistas brasileiros, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
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O surgimento da arquitetura contemporânea
Nas últimas décadas do século XX, surgiram várias tendências artísticas divergentes. Uma pequena parcela buscou seguir, ainda, os preceitos do modernismo, mas uma parte maior reagiu em relação às suas ideias.
As primeiras negativas foram em relação à excessiva dogmatização pregada pelos artistas do passado, que agiam sob um princípio rigoroso e sistêmico da classe – o que ocorreu até em 1970.
Após a Segunda Guerra Mundial, poucos se aventuraram a realizar críticas verdadeiramente construtivas sobre o movimento moderno.
E mesmo os que fizeram, ficaram restritos apenas ao campo teórico-acadêmico. Mas na década de 1980, tudo mudou, ao ponto das propostas artísticas evoluírem até para um grau de desconstrução.
Frank Gehry ficou conhecido como um dos maiores arquitetos desconstrutivistas de todos os tempos.
Já na década de 1990, os projetistas manifestaram novas preocupações, muito além da crítica ao modernismo.
Questões como funcionalidade, conforto térmico, design dinâmico e economia verde passam a ficar em primeiro plano. Esse pensamento acabou contagiando muitos profissionais da época, tornando a arquitetura contemporânea sinônimo de “arquitetura de vanguarda”.
No Brasil, a arquitetura contemporânea chegou também nos anos 80 e permanece até os dias de hoje.
Novamente, a arquitetura contemporânea não se assimila a nenhum dos modelos previamente conhecidos.
Na verdade, ela envolve diferentes tendências e técnicas. Ou seja, não há uma linguagem única e cada artista tem sua forma de reinterpretar o passado. Um exemplo são os trabalhos de Ruy Ohtake e Marcio Kogan.
O conceito de arquitetura contemporânea
A arquitetura contemporânea consiste em um conjunto de diferentes referências de estilos – isso, em outras palavras, chama-se pluralismo.
Ou seja, esse estilo não tem uma linguagem única. Na verdade, ele reinterpreta a arte do passado, incorpora novas tecnologias e resgata velhas tradições à sua maneira – assim como elementos em voga em períodos anteriores.
Essa mistura constante entre o antigo e o atual cria, a todo o momento, formas de expressões inéditas na arquitetura contemporânea.
São introduzidos elementos novos que têm, de algum modo, relação com os existentes. Só que, diferente do moderno, a arte contemporânea não está obrigada a fazer isso a todo o momento.
Por essas e outras características é que algumas pessoas a chamam de “arquitetura do caos controlado”.
As características da arquitetura contemporânea
Os arquitetos contemporâneos priorizam os elementos que caracterizam sua sociedade atual.
Geralmente, suas obras apresentam um formato irregular, distorcido e fragmentado.
As edificações têm janelas de grandes dimensões, para obter mais luz natural. Os ambientes são mais integrados e as estruturas e acabamentos são feitos em materiais industrializados, mas também em recicláveis.
Há várias possibilidades diferentes envolvidas no processo criativo dos arquitetos na arquitetura contemporânea. Tantas opções permitem a livre experimentação, o que garante resultados mais eficientes.
Verifica-se que, na contemporaneidade, há uma busca maior por ideias e soluções voltadas a questão do conforto ambiental – aliado aos processos de racionalização da construção.
São características da arquitetura contemporânea:
- O uso de materiais não tóxicos;
- A busca por materiais naturais;
- O aproveitamento de materiais recicláveis;
- A valorização da luz natural.
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Diferença entre arquitetura contemporânea e moderna
Normalmente, as pessoas não sabem a diferença entre arquitetura contemporânea e moderna.
A maioria pensa que uma é sinônimo da outra. Isso porque, constantemente, esses termos têm sido empregados de forma equivocada.
Na verdade, no mundo das artes, esses adjetivos tratam de coisas diferentes e períodos distintos.
A arquitetura moderna está relacionada ao modernismo, movimento que ocorreu na primeira metade do século XX. Nele, como ideologia, fazia-se o abandono de tudo que era tido como forma de expressão tradicional.
Os projetistas acreditavam que cada coisa deveria seguir um propósito. Por isso é que surgiram frases como “a forma segue a função” ou “menos é mais”.
São características da arquitetura moderna as obras de linhas simples, quase sempre retilíneas e a utilização de materiais como concreto, vidro e metal – em seu aspecto mais puro.
Já a arquitetura contemporânea está relacionada a um estilo mais recente de manifestação.
Ele se baseia na mistura de elementos, formas, tendências e técnicas da atualidade.
Por resgatar algumas referências do passado, às vezes, também é chamado de moderno. A real diferença do modelo anterior é que a arquitetura contemporânea leva mais em conta o cotidiano das pessoas – suas rotinas, gostos e necessidades.
Obras de arquitetura contemporânea
Desde o início do século XX, muitas tendências têm surgido na arquitetura – algumas até bem divergentes.
São exemplos o desconstrutivismo e o high-tech. Esses estudos e manifestos serviram de inspiração para futuras gerações de profissionais.
Houve até um momento em que tudo isso foi revisado e recuperado. Essa realidade é visível no trabalho de vários arquitetos, principalmente na contemporaneidade.
São exemplos de arquitetos contemporâneos:
- Rem Koolhaas
- Tadao Ando
- Richard Meier
- Rafael Moneo
- Álvaro Siza
- Robert Venturi
- Marcio Kogan
Exemplos de arquitetura contemporânea:
- O Museu Real de Ontário, no Canadá
- A Fundação Louis Vuitton, na França
- A Elbphilharmonie, na Alemanha
- O Heydar Aliyev Center, no Azerbaijão
- O Templo de Lótus, na Índia
- O Teatro Nacional de Pequim, na China
- O Kunsthaus Graz, na Áustria
- A casa dançante, na República Checa
- O Museu Guggenheim, na Espanha
- A sede da televisão central da China
A arquitetura contemporânea nas igrejas
Igrejas e catedrais são registros muito importantes da evolução da arquitetura mundial ao longo de sua história.
Desde a antiguidade – passando pela Idade Média, Renascimento e Pós-modernismo -, elas sempre demonstraram um design arrojado.
Essas obras foram erguidas com o que se tinha de mais tecnológico em cada período e jamais deixaram de estar alinhadas às necessidades dos seres humanos.
A diferença é que agora, na contemporaneidade, essas edificações estão mais de acordo com as questões ligadas ao conforto e sustentabilidade.
As novas igrejas pouco lembram os templos antigos. Claro que elas ainda são facilmente identificáveis e sua função é aliada à liturgia, porém elas têm geometrias e linhas mais simples, iluminação mais suave e integram-se melhor com a paisagem natural.
Principais destaques de arquitetura contemporânea nas igrejas:
- Igreja da aldeia de Orstad e a Catedral da Aurora Boreal, na Noruega:
- A Igreja de Martinho Lutero, em Hainburg, na Áustria
- A Capela de Fita, no Japão
- A “Tree Church”, em Ohaupo, na Nova Zelândia
As igrejas são apenas uma das manifestações da arquitetura contemporânea que, como você viu, se inspira em diversos movimentos anteriores, veja alguns deles:
- Bauhaus: a escola que revolucionou a arquitetura moderna
- Conheça os aspectos e as vantagens da arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright