RCR Arquitetos: unindo influências internacionais sem perder a beleza e poesia das tradições locais

A RCR Arquitetos foi fundada por Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramos Vilalta há três décadas. E a empresa vem trabalhando com a ideia de abraçar tudo de bom que o mundo pode oferecer, ou seja, suas influências são globais. Mesmo assim, nota-se um esforço em manter uma boa relação com o meio, em integrar os espaços com os arredores de suas construções, fazendo do entorno um elemento primordial no desenvolvimento dos projetos.

RCR Arquitetos: Les Cols

A globalização pode provocar a perda de valores e costumes.

O quanto isso afeta o mundo das artes é o que refletiu os três arquitetos espanhóis Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramos Vilalta.

Depois de um tempo, eles concluíram que, na arquitetura, é possível abrir espaço para as influências internacionais sem perder a beleza e a poética das tradições locais.

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O jeito de ser da RCR Arquitetos: Natureza, material e colaboração!

O modelo colaborativo da RCR é apontado como uma das principais causas para o sucesso de suas empreitadas – criações bastante extensas e profícuas.

Alguns de seus trabalhos foram tão bem valorizados no mercado que chegaram até a receber importantes prêmios internacionais.

Por exemplo, em 2017, o grupo venceu o Pritzker, considerado o Nobel da Arquitetura.

Nossa arquitetura, é imaginada, projetada e construída coletivamente, a partir de uma postura disciplinada, humilde e abnegada em busca da beleza.

– RCR Arquitetos.

RCR Arquitetos: trajetória

A RCR Arquitetos foi fundada em 1988, na cidade de Olot, na Espanha.

Rafael Aranda, Carme Pigem e Ramos Vilalta haviam sido colegas na Escola Técnica Superior de Arquitetura de Vallès.

Depois de formados, resolveram projetar juntos.

A primeira competição que eles venceram foi um concurso de ideias para o Farol da Punta Aldea. Esse foi o um grande marco de sua carreira.

Desde 1989, o trio passou a prestar consultoria para o Parque Natural da Zona Vulcânica de La Garrotxa.

Eles também criaram a fundação RCD Bunka e o RCD Lab A, visando incentivar a prática da arquitetura, a arte e cultura local.

Em 2015, eles ganharam o seu próprio espaço em uma exposição no Palau Robert, em Barcelona.

A paisagem, o espaço e o tempo foram temas abordados nessa mostra.

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A RCR Arquitetos já recebeu diversas honrarias importantes, além do Pritzker:

Premiações da RCR Arquitetos

O prêmio Nacional de Cultura em Arquitetura;
O prêmio internacional “Belgian Building Awards”;
A Ordem da Academia de Artes e Letras;
Honras ao mérito do Instituto Americano de Arquitetura e do Royal Institute of British Architects.

Características dos projetos de RCR arquitetos

Cada lugar tem sua própria magia e nossa grande motivação é descobrir onde está o tesouro dessa região.

– Carme Pigem, em reportagem de Nexo Jornal.

Aranda, Pigem e Vilalta defendem que, antes de começar a conceber qualquer proposta arquitetônica é muito importante que se conheça, profundamente, o espaço onde a obra será implantada.

O trabalho dessa equipe tem, realmente, demonstrado um comprometimento com o lugar e sua narrativa, com as conexões de interiores e exteriores.

Para isso, busca-se a harmonia através da transparência.

Todo o trabalho deles tem uma noção forte de espaço e está intensamente conectado à paisagem local. Essa ligação vem do entendimento — história, topografia natural, costumes e cultura, entre outras coisas — e da observação da luz, sombra, cores e estações.

– anúncio do júri do prêmio Pritzker, em reportagem de Nexo Jornal.

Harmonizando materialidade com transparência, Aranda, Pigem e Vilalta buscam conexões com o exterior e o interior, o que resulta em uma arquitetura emocional e empírica.

– anúncio do júri da Fundação Hyatt, em reportagem de AZ Decor.

As experimentações da RCR são influenciadas, principalmente, pelo estilo da Catalunha.

Mas, não tem como negar a interferência das ideias de Alvar Aalto, Richard Serra, Pierre Soulages, bem como da dupla japonesa SANAA.

Seus edifícios apresentam muita solidez, beleza e funcionalidade. São visualmente dinâmicos, com uma linguagem representativa, de características próprias.

Sua identidade está relacionada com o uso criativo de materiais modernos, como o aço cortén, ou reciclado, o plástico e tantos outros.

É como se os arquitetos usassem a sua força e simplicidade para alcançar os resultados mais satisfatórios.

E essa habilidade poucos tem: sintetizar o ideal de se fazer o máximo usando apenas o mínimo.

Em nossa arquitetura, tentamos selecionar poucos materiais, para não perturbar o espaço em que eles se inserem. Pelo contrário, tentamos com um material, fazendo acabamentos diferentes e mudanças sutis, fazer com que o espaço apareça de uma forma pura.

– Carme Pigem, em reportagem de Nexo Jornal.