Archigram foi um grupo de arquitetos ingleses formado em 1961 que publicava suas propostas na revista de mesmo nome. Eles buscavam um diálogo mais próximo com o contexto cultural da época e, por isso, se inspiraram na tecnologia como forma de expressão.
A palavra “Archigram” é um neologismo com os termos “Architectural” e “Telegram” e manifesta a ideia de comunicar mensagens rápidas e de fácil entendimento relacionadas à arquitetura.
Se as ideias do Archigram, até hoje, impressionam devido a ousadia e criatividade, imagina só o impacto que elas causaram nos anos 60! Apesar de nunca terem sido colocadas em prática, elas trouxeram grandes reflexões sobre como podemos associar a tecnologia à arquitetura.
Quer descobrir quais são os projetos mais famosos do Archigram? No post de hoje, vamos contar a história do grupo e mostrar obras da arquitetura High Tech que foram influenciadas por ele. Acompanhe!
O que é Archigram?
Archigram foi um grupo de arquitetos ingleses formado em 1961 que publicava suas propostas na revista de mesmo nome. Eles buscavam um diálogo mais próximo com o contexto cultural da época e, por isso, se inspiraram na tecnologia como forma de expressão.
A palavra “Archigram” é um neologismo com os termos “Architectural” e “Telegram” e manifesta a ideia de comunicar mensagens rápidas e de fácil entendimento relacionadas à arquitetura.
Os membros do Archigram foram Peter Cook, Warren Chalk, Ron Herron, Dennis Crompton, Michael Webb e David Green.
Archigram: História
Agora que você conferiu um resumo do que é o Archigram, vamos dar mais detalhes sobre sua história. Para que você entenda melhor os objetivos do grupo, é importante conhecer o contexto da época.
Os anos 60 e 70 trouxeram uma revolução econômica e tecnológica para os países desenvolvidos. Houve o avanço da corrida espacial, o desenvolvimento da comunicação via satélite e, consequentemente, a popularização da TV, entre outras mudanças que impactaram profundamente o comportamento social desses países.
Foi nesse período que a cultura de massas (ou cultura pop) começou a ganhar força e ter várias ideias difundidas. A maioria delas questionava as formas atuais de comportamento e sugeriam novas formas de se expressar artisticamente, seja por meio da arte, música e, claro, arquitetura.
Diante desse contexto, os arquitetos do Archigram passaram a ver os estilos e movimentos arquitetônicos da época como algo ultrapassado e obsoleto. Sua propostas tinham sempre um ar desafiador e inovador.
Quais são as características dos projetos do Archigram?
Os projetos e ideias do Archigram eram tão complexos e ousados que fica até difícil definir em poucas palavras quais eram suas características. Resumidamente, o Archigram quis trazer uma visão futurista da cidade como forma de crítica a estilos e movimentos arquitetônicos tradicionais.
Um dos objetivos principais do grupo era introduzir a arquitetura no âmbito de produção industrial, deixando um pouco de lado os conceitos artísticos, artesanais e históricos.
Para eles, as obras arquitetônicas poderiam ser alteradas de acordo com a necessidade do indivíduo por meio de elementos encaixados como plugs. Estruturas nômades, aéreas e cidades com mega-estruturas tecnológicas também faziam parte das ideias do Archigram.
Quais foram os projetos do Archigram mais famosos?
A linguagem utilizada na programação visual da revista Archigram era a da bricolage, através da justaposição de desenhos técnicos, artísticos, fotografias, fotomontagens e textos.
Veja agora os projetos do Archigram mais marcantes:
Walking City (Ron Herron, 1964)
Projetada por Ron Herron em 1964, a Walking City era composta por estruturas nômades com formas de animais. Elas eram capazes de estar em qualquer lugar, pois atravessam mares e desertos.
Esses veículos-cidades gigantes mediam cerca de 400 m de comprimento por 220 m de altura. Em relação a infraestrutura da cidade, ela oferecia habitações, escritórios, setores comerciais e serviços públicos e privados. Havia também a possibilidade de agregar equipamentos extras, como hospitais.
Plug-in City (Peter Cook , 1964)
A Plug-in City é um dos projetos mais famosos do Archigram e influenciou obras da arquitetura High Tech (falaremos mais sobre o assunto ao longo do texto).
O projeto da Plug-in City consistia em uma malha regular de instalações técnicas e serviços aos quais as habitações seriam conectadas e desconectadas. O formato das estruturas permitia mudanças relativamente rápidas (uma das principais propostas do Archigram). Inclusive, os próprios edifícios poderiam mover-se.
Living Pod (David Greene, 1965)
Esse projeto do Archigram consistia no estudo de uma casa cápsula que poderia se transformar em uma casa trailer. A ideia é que essa estrutura pudesse ser plugada e desplugada das cidades.
Ela poderia ser definida basicamente como uma cápsula hermética, pequena e confortável, com seu interior pensado a partir de compartimentos planejados para múltiplos usos.
Com o perdão do mestre [Le Corbusier], a casa é uma máquina para carregar consigo, a cidade uma máquina na qual conectar-se.
David Greene sobre o Living Pod
Quais obras foram influenciadas pelo Archigram?
Devido a complexidade e nível abstrato das ideias, nenhum projeto do Archigram foi executado, mas as ideias provocadoras do grupo inspiraram obras do movimento High Tech. Essa corrente da arquitetura surgiu a partir dos anos 70 e consiste no uso de materiais de alta tecnologia para a construção de grandes obras.
Entre as obras inspiradas pelo Archigram, podemos citar o Centro Georges Pompidou, em Paris. Construído entre 1971 e 1977, ele foi projetado pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers, que junto com Norman Foster, são os principais nomes da arquitetura High Tech.
O que chama a atenção logo de cara na arquitetura do Centro Georges Pompidou é o uso inovador de conexões, tubos e cabos de aço.
Todas essas estruturas ficam expostas, é como se o visitante tivesse uma visão de raio X da obra.
Outra obra fortemente inspirada pelo Archigram é o The Lloyd’s Building, localizado em Londres. O projeto, que também é do arquiteto Richard Rogers, tem várias estruturas aparentes e lembra uma máquina.
O fato das estruturas de serviço estarem do lado externo do prédio (dutos de ventilação, elevadores, entre outros) facilita a manutenção e libera o interior para criar um plano aberto e flexível.
Todo o edifício é envolvido em aço inoxidável, dando ao prédio uma estética de alta tecnologia, quase pós-moderna.
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