Ambiente Pertencimento que foi apresentado na CASACOR SC tem imagens e objetos resgatados de Villa Epecuén, Argentina
A CASACOR Santa Catarina chegou ao fim, mas uma das grandes tendências reveladas no evento foi o planejamento de ambientes que têm como ponto de partida obras de arte e objetos carregados de história. Com essa proposta em mente, o arquiteto Leonardo Simões fez sua estreia na CASACOR com o espaço Pertencimento, uma sala de estar apresentada na edição de Florianópolis, que encantou por sua narrativa e personalidade.
O espaço Pertencimento é inspirado na história de Villa Epecuén, uma cidade na Argentina que ficou submersa por duas décadas após o rompimento de uma barragem, forçando seus habitantes a abandonarem suas casas. “A ideia de pertencimento aqui reflete o sentimento de fazer parte de algo maior — seja um grupo, uma comunidade ou uma família —, sendo valorizado e acolhido”, explica o arquiteto Leonardo Simões.
Na narrativa do projeto, o sentimento de pertencimento, tão essencial para os moradores de Epecuén, foi abruptamente interrompido. Apenas 25 anos depois, com o recuo das águas, eles puderam retornar ao que restou de suas casas. “Essa história ganhou forma no espaço: o teto simbolizou a água, as paredes evocaram as ruínas, e a paleta neutra, com detalhes em madeira e iluminação acolhedora, criou um ambiente de relaxamento e introspecção. O objetivo era que os visitantes se conectassem com a experiência desses moradores por meio dos objetos e quadros cuidadosamente selecionados”, detalhou Simões.
“Cartografia do Ausente”
Para dar vida à narrativa, o arquiteto Leonardo Simões convidou a artista Amanda Loch, responsável pela mostra Cartografia do Ausente, que explora os objetos perdidos na cidade submersa de Villa Epecuén. Amanda se define como uma colecionadora de memórias perdidas, com um olhar sensível para recolher, reunir e refletir sobre o descarte de imagens, objetos, sucatas e fragmentos da natureza. Seu processo criativo é guiado pelo diálogo entre suas fotografias e a ressignificação dos vestígios que encontra em seus garimpos — sejam eles acervos familiares, ferros-velhos, sebos ou experiências de viagens. Por meio dessa conexão, Amanda transforma esses fragmentos em obras que carregam histórias e emoções, ampliando o significado do espaço Pertencimento.
O trabalho da artista Amanda Loch foi essencial para compor o ambiente Pertencimento. “Sua pesquisa poética se desenvolve na sobreposição entre a representação fotográfica de Villa Epecuén, localizada a cerca de 500 km de Buenos Aires, e elementos esquecidos pelo mundo. As imagens da cidade submersa por 20 anos após o rompimento de uma barragem ganharam novas camadas de significado ao serem filtradas pelo olhar sensível da autora. Essa linguagem se intensificou ao serem incorporadas a elementos que carregam outras reminiscências”, destaca Lucila Horn, curadora da mostra. “Ao encontrar nosso olhar, a série Cartografia do Ausente nos convidou a revisitar nossas próprias memórias e reflexões.”, complementou.
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Arquiteto Leonardo Simões: https://www.instagram.com/arq.leonardosimoes/?hl=pt-br
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