A arquitetura moderna brasileira é admirada pelo mundo todo e foi fundamental para o desenvolvimento do país a partir da década de 30.
Oscar Niemeyer é o nome mais conhecido entre os arquitetos daquela época, mas tiveram outros que foram tão importantes quanto ele. Um deles é Affonso Eduardo Reidy.
Ele é o responsável pelo projeto do Museu de Arte do Rio de Janeiro, obra que trouxe características, até então, inéditas na arquitetura brasileira.
Quer conhecer mais sobre a incrível trajetória desse grande arquiteto? Neste texto, você vai conferir sua biografia e história das obras. Acompanhe!
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Affonso Eduardo Reidy: biografia
O arquiteto Affonso Eduardo Reidy nasceu na França, em 1909, mas cresceu no Brasil, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro.
Sua paixão pela arquitetura apareceu logo cedo. Aos 17 anos ele ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, se formando em 1930 aos 21 anos.
Ainda na faculdade, ele fez estágio com o urbanista Alfred Agache, período em que aprendeu os conceitos sobre os métodos de trabalho na cidade e no planejamento urbano.
Foi nessa época de estagiário-assistente que ele participou da criação do Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro.
Devido a essa experiência, Affonso Eduardo Reidy começou a desenvolver seu lado urbanista, que foi exemplificado no projeto do Aterro do Flamengo.
No último ano de faculdade, o arquiteto começou a atuar como assistente de Gregori Warchavchik na Escola Nacional de Belas Artes, assumindo depois seu lugar como professor na instituição.
Uma curiosidade é que, ao 25 anos, Affonso Eduardo Reidy foi o patrono da turma em que Oscar Niemeyer se formou.
O Albergue da Boa Vontade, construído em 1931, é considerado o seu primeiro projeto.
Em 1933, ele tornou-se funcionário público no Rio de Janeiro, até então o Distrito Federal, cargo que ocupou até o fim do anos 50.
A partir daí Affonso Eduardo Reidy começou a projetar grandes obras voltadas para a comunidade, uma das principais características do seu trabalho.
Em 1948 foi inaugurado um de seus projetos mais importantes: o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ).
A partir de 1954, Affonso Eduardo Reidy voltou a dar aula, dessa vez como professor da Faculdade Nacional de Arquitetura.
Além de atuar no serviço público e lecionar, ele também foi membro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil em 1944 e 1945.
Affonso Eduardo Reidy faleceu no dia 10 de agosto de 1964.
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Affonso Eduardo Reidy: obras
Ministério da Educação e da Saúde (Edifício Gustavo Capanema)
Em 1936, Affonso Eduardo Reidy foi convidado para fazer parte do projeto do Ministério da Educação e Saúde, atual Edifício Gustavo Capanema.
A obra, além de ser um dos primeiros arranha-céus da América Latina, é um marco para a arquitetura moderna brasileira.
Também fez parte da equipe do projeto os arquitetos Lúcio Costa (líder do time), Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Ernani Vasconcelos, e Jorge Machado Moreira. Esse grupo ficou conhecido posteriormente como Escola Carioca.
Le Corbusier foi convidado para supervisionar o trabalho, o que trouxe várias características da arquitetura moderna que surgia na Europa.
O edifício de 16 andares é suspenso por pilotis. Uma curiosidade é que ele foi uma das primeiras obra a usar o brise e ter a fachada toda de vidro.
Vale destacar também o trabalho de Roberto Burle Marx, responsável pelo paisagismo do terraço-jardim.
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Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho)
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, conhecido como Pedregulho, fica localizado em São Cristovão (RJ).
Projetado em 1946, ele teve como objetivo abrigar funcionários públicos do estado.
O prédio tem 260 metros de comprimento e 328 apartamentos divididos em 3 blocos. Um dos destaques é a sua localização – o alto de uma encosta.
O Pedregulho trouxe algumas novidades para a época, como um posto de saúde e uma lavanderia, que hoje estão desativados.
Ele também chama a atenção pela sua forma serpenteante, que trouxe plasticidade para um tipo de obra tipicamente geométrica.
A fachada livre, a presença de cobogó e a integração com a paisagem são outros pontos marcantes nessa grande obra.
O projeto chamou a atenção do crítico suíço Max Bill, membro do júri da 1ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada em 1951. Ele premiou Reidy na ocasião.
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Museu Carmem Miranda
O Museu Carmem Miranda foi projetado por Affonso Eduardo Reidy com o objetivo de ser um espaço para recreação e lazer.
Mas como havia a necessidade de encontrar um lugar para o acervo da artista, escolheram o projeto para cumprir essa função.
O edifício de arquitetura brutalista tem formas nervuradas e portas com formas trapezoidais.
No interior da obra existe um pátio pequeno com gramado e isolado do museu com painéis de vidro temperado.
Ele fica localizado no Aterro do Flamengo, mesmo local do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
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Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio)
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é uma das obras mais emblemáticas da arquitetura brasileira e obra prima de Affonso Eduardo Reidy.
Nessa obra podemos observar o uso de pilotis em formato de V, além de uma fachada de vidro que dá uma visão do jardim projetado por Roberto Burle Marx.
A galeria de exposição é uma área de 130 metros de extensão por 26 metros de largura, totalmente livre de colunas – o que oferece liberdade para a disposição das obras.
A obra é considerada uma das primeiras a seguir o estilo brutalista no Brasil.
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